Luiza Trajano prega junção de forças feminina e masculina
A empreendedora Luiza Helena Trajano, que comanda a rede de lojas Magazine Luiza, e preside o Grupo Mulheres do Brasil, foi a palestrante da 1ª Feira de Empreendedoras Mulher do Brasil, na sede do Sebrae Nacional, em Brasília, no último dia 29.
Após liderar o Magazine Luiza por 25 anos, período em que a empresa familiar se tornou uma potência do setor, Luiza passou o bastão em 2016 ao filho Frederico Trajano, novo diretor-superintendente (CEO) da companhia. Luiza permanece à frente do conselho de administração do grupo e lidera o movimento Mulheres do Brasil, que busca ampliar a presença feminina em espaços de poder.
Com o tema “Cabeça de Dona – A relação entre o tijolo e o digital”, a palestra de Luiza Trajano faz parte da comemoração do 1º ano do Grupo Mulheres do Brasil no Distrito Federal. De forma descontraída Luiza contou como surgiu o comércio de sua família. Contou que na sede paulistana do Magazine Luiza não há paredes, nenhum homem vai trabalhar de gravata, e bermudas até o joelho são liberadas.
A empresária destacou o uso da comunicação digital como fomento de negócio e falou da importância da relação entre as pessoas como forma de sucesso. Disse que acredita na junção da força feminina com a masculina. Quando elas se juntam, seja na educação dos filhos, nas empresas, ou em qualquer coisas, todos saem ganhando.
“Desde que assumi a superintendência do Magazine Luiza, em 1990, vivi várias crises. Antigamente, um país espirrava lá atrás e a gente ia para a UTI. O que aconteceu agora foi uma crise econômica e política muito duradoura. Foi muito difícil. Mas somos um país que tem um consumo muito bom – as pessoas gostam de ter casa bonita, geladeira inox e se vestir bem”.
”Quando você tem um cargo alto, as pessoas ao seu redor passam a falar apenas aquilo que você quer ouvir. Mas você só cresce quando ouve aquilo que não quer. O gestor precisa fazer esforço para ouvir feedback negativo. Por isso, eu fico à frente do SAC do Magazine Luiza. Ninguém gosta de ouvir críticas, porém são elas que nos mostram onde estamos errando. Ouviu, aprendeu, corrigiu. Simples assim”, disse Luiza Trajano.
“Eu sempre digo que a soma de QIs é melhor do que apenas um QI. Por isso, eu dependo das pessoas para fazer o negócio funcionar. Eu não me considero inteligente, mas acho que sei fazer perguntas para as pessoas certas”, acrescentou Luiza.
Além da palestra de Luiza Trajano os convidados acompanharam o Painel “Mulheres Transformando o Mundo” teve como mediadora a editora chefe do jornal Correio Braziliense, Ana Dubeux, e a participação da empresária Luiza Trajano, da diretora-presidente do Serviço Federal de Processamento de Dados, Glória Guimarães, da diretora do Escritório da UNESCO em Brasília e Representante da UNESCO no Brasil, Marlova Noleto, da Embaixatriz do Líbano Sana Sayah e da assessora Jurídica da Câmara Legislativa do Distrito Federal, Rosa Monteiro de Oliveira.
O Grupo Mulheres do Brasil foi criado em 2013 por 40 mulheres executivas de diferentes segmentos, com o objetivo de engajar a sociedade civil na conquista de melhorias para o Brasil. Atualmente, soma mais de 16 mil mulheres de diferentes classes sociais e profissões. Em Brasília o Grupo foi lançado em agosto de 2017 e é liderado por Janete Vaz, Dulcejane Vaz, Sandra Costa e Sheila D’Amorim.
A Abertura oficial do Evento foi feita pelo Presidente do Sebrae Nacional, Guilherme Afif Domingos. O presidente do Sebrae Nacional reforçou a importância da promoção do evento por atuar no fomento ao empreendedorismo feminino. “A iniciativa do Grupo Mulheres do Brasil, junto ao Programa Mulher de Negócios do Sebrae, faz com que a mulher alcance, entre outros objetivos, sua liberdade econômica, o aumento da renda familiar e contribua de forma decisiva e inovadora com a geração de emprego no País”.
Nos últimos anos, as mulheres vêm consolidando um papel de protagonistas no universo do empreendedorismo brasileiro. Pesquisas conduzidas pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, mostram que, em 2017, as mulheres superaram os homens na abertura de empresas e já são maioria entre os trabalhadores com carteira assinada nos pequenos negócios.
“O turismo tem a grande capacidade de gerar emprego e renda. As mulheres, grandes empreendedoras do País, podem, no setor, fazer aquilo o que elas mais sabem. No Brasil, temos diversas produções associadas, como o artesanato, o doce caseiro, que são todos produtos consumidos pelo turismo e pelos turistas. Nós sabemos que a participação da mulher empreendedora é fundamental para que nós tenhamos essa atividade econômica cada vez mais consolidada e presente nos destinos turísticos brasileiros”, destacou Teté Bezerra, presidente da Embratur.
