“Castrar ou não castrar?”, eis a questão.
Quando um gato ou cão tem um problema de comportamento, muitas pessoas acreditam que a castração é a solução. Castrar ou não castrar? Este é o dilema que muitos donos de pets enfrentam. A castração é um procedimento seguro. Mesmo assim, é uma decisão que deve ser tomada com veterinário de confiança, anestesista capacitado para tal procedimento e exames preparatórios para garantir o êxito do procedimento. Esta técnica tem colaborado em muito para a saúde e bem-estar dos animais de estimação e para a tranquilidade da família.
Segundo o médico veterinário João Paulo Siqueira Resende, castrar um cão ou gato é mais do que uma questão de reprodução: é uma questão de saúde. “Além dos tumores de mama, a castração precoce previne quase todos os outros tumores relacionados ao sistema reprodutor, tanto em machos quanto em fêmeas, assim como outras doenças do sistema reprodutor. Nos machos, além de prevenir doenças no aparelho reprodutivo, também reduzem a demarcação que é uma das queixas dos proprietários de cães. Outro fator de importância é a redução de fugas e controle de superpopulação desses animais”, diz o veterinário João Paulo, diretor da Clínica Castra Pet.
“O procedimento é importante. Tanto é que o governo de Brasília tem realizado mutirões de castração em áreas de grande concentração de cães e gatos para evitar doenças. A castração é uma decisão importante para diminuir o número de animais abandonados nas ruas e de acidentes envolvendo felinos”, diz o médico veterinário João Paulo.
Segundo ele, a castração é uma cirurgia eletiva segura e sem contraindicações. “Se o animal estiver com os parâmetros normais e exames de sangue que comprovem que a sua saúde está em dia ele está apto a fazer a cirurgia de castração”, assegura João Paulo.
Especialistas e professores dizem que o procedimento de castração normalmente é realizado a partir dos seis meses ou até um ano de idade do animal, dependendo do desenvolvimento da genitália do gato ou cão.
Na maioria dos casos, a castração de gatos machos acontece após os seis meses. Porém, essa prática vem mudando. Hoje em dia, gatinhos machos podem ser castrados a partir de oito semanas. Segundo especialistas, quando a castração é feita com o felino ainda filhote, sua qualidade de vida no futuro será bem melhor.
É uma doença que se não for tratada a tempo, ou seja, se não for realizada a retirada do útero, pode levar à morte. É considerável o número de cadelas que têm PIOMETRA depois dos 5 anos de idade, por conta dos cios recorrentes ao longo de sua vida.
O médico veterinário Daniel Machado Martins Silva, cirurgião da Clínica Castra Pet, do Sudoeste, também chama à atenção para a questão da saúde dos animais. Segundo ele a principal doença reprodutiva das cadelas, é o tumor de mama. “Ele é o segundo tumor mais frequente em cadelas e o terceiro mais comum em gatas. Já foi provado que a sua incidência cai para 0,5% quando a cadela é castrada antes do primeiro cio.Já nas gatas, a ocorrência de tumor de mama é sete vezes maior em fêmeas não castradas do que naquelas castradas. A diminuição nos casos de câncer de próstata e de testículos é um dos maiores benefícios para os felinos”, diz o Dr. Machado.
O veterinário João Paulo Siqueira Resende diz que existem pelos menos três tipos de castração em cães, são eles: ovariohisterectomia, orquiectomia e vasectomia. “Na vasecotomia, os testículos não são removidos. Retiramos apenas uma porção do ducto por onde o espermatozoide passa. Este procedimento apenas torna o cão incapaz de procriar, ou seja, seu desejo sexual, personalidade e demais características como demarcação de território continuam. É um método não muito utilizado e nem recomendado pelos veterinários porque não trás nenhum benefício para a saúde do animal”.
“Aqui na Clínica Castra Pet fazemos uma cirurgia minimamente invasiva e limpa e aplicamos antibiótico e anti-inflamatório no dia da cirurgia. Em boas condições o animal tem alta no mesmo dia. Em casa o proprietário só vai precisar fazer a higienização dos pontos usando antisséptico, deixar o animal com o colar elisabetano ou pijama cirúrgico para que o mesmo não tenha acesso aos pontos e recomendamos deixar o animal em repouso completo por 10 dias sem pular ou correr até completar a cicatrização e retirar os pontos”, informa João Paulo.
João Paulo explica que a castração é bem diferente para gatinhos e gatinhas. “Para as fêmeas, a cirurgia é maior pois retiramos os ovários e o útero e o pós-operatório exige mais cuidados, como o uso de malhas para evitar que o animal lamba os pontos. Para os machos, o processo é bem mais tranquilo”.
O veterinário Daniel lembra que a castração dos machos também traz um alívio para quem tem mais de um bichano na casa: o fim pela disputa de território. “Gatos machos costumam fazer xixi para demarcar seu território e determinar a hierarquia. A castração inibe esse hábito, o que ajuda muito a controlar o possível odor de urina na casa”. O veterinário diz que alguns animais podem ganhar peso após a castração.
“Estudos científicos comprovaram que determinadas raças tem tendência de engordar após a castração. Por isso, é muito importante que a alimentação deles seja controlada. O ideal é mudar a ração do animal para ração especial para pets castrados, com mais fibras e proteínas. Oferecer rações especiais pode ajudar a diminuir o risco de obesidade e de diabetes”, recomenda Daniel Machado.
Se você adotou um pet já adulto, vale a pena castrar seu bichano logo que possível. Ele pode querer sair de casa para se encontrar com uma gatinha e acabar sofrendo um acidente. Como tutores, temos a obrigação de zelar pela saúde e bem estar dos nossos pets.
Para quem não pode pagar uma clínica particular, o Governo de Brasília oferece o Serviço gratuitamente por meio do Programa de Manejo dos Animais Domésticos do DF. Em 2018 foram quase 3 mil inscrições online e 500 presenciais na sede do Instituto Brasília Ambiental, na Asa Norte. Requisitos para ter direito ao serviço estão no http://www.ibram.df.gov.br/castracao-de-caes-e-gatos
