Ministro José Múcio assume presidência do TCU com prestígio dos Três Poderes

O Tribunal de Contas ficou pequeno para abrigar tantas autoridades durante a solenidade de posse da nova cúpula. O ministro José Múcio assume o cargo de presidente do TCU, para um mandato de um ano que terá início em 1º de janeiro de 2019, podendo ser renovado por mais 12 meses.

José Múcio sucederá o ministro Raimundo Carreiro no comando do tribunal. Na mesma solenidade, a ministra Ana Arraes assumiu o posto de vice-presidente da Corte de fiscalização. A solenidade foi prestigiada por representantes dos Três Poderes, de governadores e ministros de Estado do atual e futuro governo.

Ao discursar sob olhares do presidente Michel Temer, do presidente do STF Dias Toffoli, da Procuradora-Geral da República Raquel Dodge, do presidente do Senado Eunício Oliveira, do presidente da Câmara Rodrigo Maia, do governador Rodrigo Rollemberg, e demais autoridades, o novo presidente do TCU José Múcio defendeu harmonia entre os poderes e disse que, à frente do tribunal quer “centrar esforços em algumas diretrizes básicas” para realizar pautas prioritárias dos Três Poderes.

“De modo a apoiar à implementação da agenda do Estado brasileiro e garantir o bom funcionamento da administração pública”, declarou. O ministro Múcio disse ainda que não quer que o TCU seja lembrado apenas como órgão que pune. “Não somos e nem queremos ser vistos apenas como o órgão julgador que aponta o erro do gestor e sanciona a conduta irregular ou ilegal”, disse o novo presidente.

José Múcio lembrou que o TCU é órgão de Estado e não de Governo e que o tribunal é capaz de ajudar na retomada do crescimento do País, divulgar os exemplos de um bom gestor e também de combater as desigualdades regionais, afinal é o “Tribunal de Contas da União”, ressaltou.


Fez questão de agradecer a todas as pessoas que acreditaram em seu trabalho e foram importantes em sua trajetória. “A gratidão é a memória do coração, já disse Santo Agostinho. No campo político preciso agradecer Roberto Magalhães, que me ingressou na vida pública, ao povo de Pernambuco, que me deu cinco mandatos de deputado federal e ao ex-presidente Lula, que me tornou ministro das Relações Institucionais e me indicou para o TCU.
Neste momento foi muito aplaudido pela plateia sob os olhares dos futuros ministros Sérgio Moro e José Guedes e da nata política brasileira. No campo familiar, ou do “coração”, como chamou, agradeceu nominalmente ao tio já falecido Armando Monteiro Filho, à tia Do Carmo Monteiro, que estava presente, aos filhos, netos, e à mulher, Vera. Como um grande tocador de violão e amante da música, encerrou evocando Tom Jobim com a frase “Quero a vida sempre assim, com vocês perto de mim. Até o apagar da velha chama”, da música “Corcovado”.


O ministro Benjamin Zymler falou em nome dos demais magistrados do TCU. Zymler relembrou a trajetória de Múcio na política pernambucana e disse que o Brasil vive um período de “grande inquietude”, no qual as instituições públicas estão mais do que nunca em permanente observação pela sociedade.

“Não serão tempos fáceis. No horizonte de 2019, avizinham-se graves dificuldades no campo da economia e das finanças públicas, e ninguém as esconde. Neste cenário, há forte tendência de que a Corte de contas adquira maior visibilidade, ampliando a responsabilidade de todos nós que aqui atuamos e mais ainda dos que são responsáveis pela sua condução. A missão é desafiadora”, declarou Benjamin Zymler.


José Múcio é formado em engenharia civil pela Escola Politécnica de Pernambuco. Ele iniciou sua vida política em 1980. Em 2007, como líder do governo Luiz Inácio Lula da Silva na Câmara dos Deputados, foi convidado a assumir o comando do Ministério das Relações Institucionais, cargo que deixou em 2009 para ingressar no TCU. Ele entrou na vaga do ministro aposentado Marcos Vinícios Vilaça.


