Filho acelera envelhecimento das células da mãe, diz estudo
Estudo da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, mostra que a cada filho gerado as células das mães sofrem uma aceleração do envelhecimento equivalente a até dois anos de vida. De acordo com os especialistas isso acontece devido a horas sem dormir, rotina pesada, cansaço físico e mental.
“A vida das mulheres muda bastante após elas ganharem um bebê, e algumas chegam até a dizer que passaram a “envelhecer mais rápido” quando se tornarem mães”, diz Calen Ryan. Isso tem explicação científica.
Durante o trabalho, os especialistas analisaram especificamente trechos de DNA nas extremidades dos cromossomos, chamados telômeros. À medida que as células se copiam, cada geração de cromossomos diminui e perde uma parte desse código. “O comprimento dos telômeros e a idade epigenética são marcadores celulares que predizem a mortalidade de forma independente”, diz Calen Ryan, principal autor do estudo. “Ambos pareciam ‘mais velhos’ em mulheres que tiveram mais gestações em suas histórias reprodutivas.”
Os telômeros protegem os cromossomos, que contêm o DNA. A função do telômero é proteger os cromossomos de possíveis danos e, à medida que as células se dividem, eles vão ficando cada vez mais curtos. Medir o tamanho destes telômeros é uma forma de avaliar o envelhecimento celular.
Não é só a gestação que acelera o envelhecimento. O estresse vivido na infância, as dificuldades familiares e a depressão também foram relacionados ao encurtamento dos telômeros, marcador biológico do envelhecimento.
Pesquisadores da Universidade da Colúmbia Britânica, em Vancouver, no Canadá, constataram que a redução dos telômeros depois dos 50 anos aumentava 11% por cada experiência traumática vivida na infância. Para chegar a este resultado a equipe da pesquisa, liderada por Eli Puterman, comparou o comprimento dos telômeros das glândulas salivares de 4.598 homens e mulheres de mais de 50 anos nos Estados Unidos, que responderam entre 1992 e 2008 a perguntas sobre as experiências traumáticas vividas ao longo de suas vidas.
Um estudo de cientistas holandeses e americanos, publicado na revista especializada Molecular Psychiatry, sugere que a depressão pode acelerar o processo de envelhecimento das células. Josine Verhoeven, do Centro Médico da Universidade VU, na Holanda, junto com colegas americanos, recrutou 2.407 pessoas para participarem do estudo. Mais de um terço tinha depressão, outro terço tinha tido a doença no passado e os demais eram saudáveis.
Com base em amostras de sangue, os pesquisadores analisaram o comprimento telômeros. Pessoas deprimidas tinham estas estruturas muito menores. Esta diferença era notada mesmo depois que diferenças de estilo de vida, tais como o consumo excessivo de álcool e o tabagismo, foram levados em conta.
Verhoeven e os outros cientistas especulam que os telômeros mais curtos podem ser uma consequência da reação do corpo à angústia causada pela depressão. “Esse estudo em larga escala fornece provas convincentes de que a depressão está associada a muitos anos de envelhecimento biológico, especialmente entre aqueles que sofrem com os sintomas mais graves e crônicos”, afirmaram os cientistas. Ainda não está claro se esse processo de envelhecimento pode ou não ser revertido.
Vários estudos científicos comprovam que não só a depressão como também sentimentos e emoções negativas aceleram o envelhecimento e facilitam a instalação de doenças, inclusive um simples resfriado. Outros estudos garantem que a tristeza profunda da depressão pode até mesmo afetar o nosso DNA.
Depressão não é tristeza passageira. É uma doença que precisa de tratamento. Considerada o ‘mal do século’ pela Organização Mundial de Saúde, a depressão ainda é um desafio para médicos e pacientes. Aumentar a autoestima é mais do que uma questão de bem-estar. A baixa autoestima pode impactar negativamente todos os aspectos da vida, desde relacionamentos até capacidade de produzir.
A alegria é o antídoto contra estes problemas. Sorrir é um remédio sem efeitos colaterais.