Laurita Vaz transmite a presidência do STJ a João Otávio de Noronha

Transmissão de cargo no STJ
Transmissão de cargo no STJ

O ministro João Otávio de Noronha tomou posse como presidente do Superior Tribunal de Justiça e a ministra Maria Thereza de Assis Moura foi empossada vice-presidente do tribunal, em solenidade ocorrida ontem. Os mandatos do ministro Noronha e da ministra Maria Thereza à frente do STJ vão até 2020.  Eles substituem a atual presidente, Laurita Vaz, e o vice, Humberto Martins.

Transmissão de cargo no STJ
Ministra Laurita Vaz passa a presidência do STJ ao ministro João Otávio de Noronha

Ao assumir o cargo de presidente do STJ, o ministro Octávio de Noronha também passará a presidir o Conselho da Justiça Federal. Noronha, 62 anos, é ministro do STJ desde 2002. Ele nasceu em Três Corações, Minas Gerais, e iniciou a carreira como advogado do Banco do Brasil. A ministra Maria Thereza nasceu em São Paulo e é especialista em direito processual penal. Ela chegou ao tribunal em 2006.

Posse no STJ ministro João Otávio de  Noronha
ministro João Otávio de Noronha e ministra Maria Thereza de Assis Moura

A nova administração do STJ foi eleita por aclamação pelo Pleno no dia 6 de junho. João Otávio de Noronha será o 18º presidente do STJ e estará à frente do tribunal quando ele completar 30 anos de instalação. O STJ é a instância judicial imediatamente abaixo do Supremo Tribunal Federal, que, por sua vez, é a última instância da Justiça no país.

Posse ministro João Otávio de Noronha
Presidente do STJ João Otávio de Noronha

 No discurso de posse, Noronha ressaltou o crescimento da importância do Judiciário na sociedade brasileira e o excesso de recursos possíveis aos tribunais superiores. “No Brasil das três últimas décadas de sensível valoração dos princípios democráticos, o Judiciário deixou de ser mero órgão técnico do Estado para exercer o papel fundamental de garantidor maior dos direitos das pessoas, sem distinção”.

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João Otávio de Noronha

O novo presidente disse que o excesso de recursos transforma os tribunais superiores em corte de terceira instância e que este excesso asfixia o trabalho. O ministro João Otávio de Noronha falou que o Brasil precisa de um processo menos burocrático e mais eficiente, impulsionado pela uniformização da jurisprudência, para assim afastar o casuísmo que faz dos tribunais brasileiros uma verdadeira loteria. “Não há no mundo tribunais superiores que tanto se debrucem em revisões como o Superior Tribunal de Justiça, o Tribunal Superior do Trabalho e o Supremo Tribunal Federal. O aperfeiçoamento da atividade jurisdicional prestada ao cidadão é o fim que se deve buscar, sempre e mais”.

Min Noronha

A ministra Nancy Andrighi, saudou a nova administração do STJ e destacou a necessidade de aumentar a eficiência da Casa através da tecnologia. “Foi esta Corte que liderou a implantação do processo judicial eletrônico no Brasil. O investimento constante em inteligência artificial e tecnologia provam nosso intuito em avançar rumo à modernização, feito este que – tenho certeza – resultará em ganhos expressivos de tempo na tramitação processual. Está em curso uma série de mudanças estruturais, comportamentais e culturais dentro do STJ”.

A cerimônia de posse foi acompanhada por inúmeras autoridades como o  presidente Michel Temer, a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, o presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Claudio Lamachia, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, os ministros egressos dos cargos de presidente e vice do STJ, respectivamente, Laurita Vaz e Humberto Martins; além dos demais 29 ministros do Tribunal e também integrantes de outros tribunais superiores.

Posse  ministro João Otávio de  Noronha
Posse ministro João Otávio de Noronha na presidência do STJ

“Atravessamos tempos turbulentos, marcados por uma crise de diversas dimensões: de um lado, é econômica – requerendo de todos austeridade e capacidade de gestão; de outro lado, é política – exigindo diálogo, serenidade e equilíbrio; mas, acima de tudo, é uma crise ética e moral sem precedentes – clamando por legalidade e por justiça”, disse o presidente da OAB, Claudio Lamachia.

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 “Se fosse possível resumir numa só palavra a crise brasileira, diria que é uma crise de justiça. Crise, acima de tudo, estrutural. O déficit de magistrados – 18 mil juízes para mais de 200 milhões de habitantes –, resulta no espantoso número de municípios sem juiz titular. Sem Justiça, portanto. Disso resulta a lentidão da Justiça, que a torna disfuncional”, declarou o presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.

Posse ministro João Otávio de  Noronha no STJ
Posse ministro João Otávio de Noronha no STJ