Feijão e arroz vira biscoito em pesquisa na Unicamp

Unicamp - biscoito de arroz com feijão - David Wesley - Bernadete Alves

O feijão e o arroz fazem parte da alimentação diária da grande maioria dos brasileiros desde a época em que ainda éramos uma colônia de Portugal. A combinação é extremamente nutritiva e muito saborosa. Uma dupla que se complementa.

Não são só os sabores do arroz e do feijão que se completam. O arroz é rico em amido, que ajuda na absorção da proteína presente em grande quantidade no feijão. Além disso, um é rico em aminoácidos essenciais, para a construção dos músculos, e ausentes no outro.

Além do mais: comer arroz com feijão não engorda. A dupla contém alta concentração de fibras, que aumentam a sensação de saciedade e afastam a vontade de ficar “beliscando” entre uma refeição e outra.

Unicamp - biscoito de arroz com feijão - David Wesley - Bernadete Alves
Pesquisador David Wesley da Silva apresenta o ‘Brasileirinho’

Os benefícios do prato tradicional levou o pesquisador da Unicamp David Wesley da Silva, da Faculdade de Engenharia de Alimentos da universidade, a criar o ‘Brasileirinho’: um biscoito, ou bolacha ou snack, de arroz e feijão.

O ‘Brasileirinho’, é fruto da tese de doutorado do pesquisador David Wesley da Silva e durou cerca de dois anos. O objetivo do ‘brasileirinho’ é ajudar as pessoas a se alimentarem melhor, deixando de lado o fast food e as comidas altamente processadas. “Essa combinação de arroz e feijão é extremamente nutritiva. E o biscoito não perde esta característica por ser um produto altamente concentrado”, diz David.

Unicamp - biscoito de arroz com feijão - David Wesley - Bernadete Alves

O biscoito, que leva variações de temperos, foi submetido a uma análise sensorial de 120 pessoas com idades entre 18 e 25 anos. O ‘brasileirinho’ é livre de glúten e lactose, sendo uma opção também aos veganos. O pesquisador criou cinco fórmulas do  biscoito adaptadas aos hábitos de algumas regiões do país. É possível utilizar  o arroz com o feijão-de-corda do Nordeste, com  o feijão carioca usado nos pratos-feitos do Paraná e de São Paulo,com  o feijão-preto do Rio de Janeiro e do sul do país. David Wesley conta que o alimento teve uma boa aceitação em quesitos como aroma, sabor e textura.

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Agora o pesquisador quer conseguir uma empresa que fabrique o ‘Brasileirinho’ seguindo a receita original, e em grande escala. Como o biscoito é o resultado de pesquisa, David Wesley diz que é preciso avançar na questão da viabilidade. O pesquisador informa que já há algumas empresas interessadas, e que  espera que o biscoito de arroz com feijão esteja disponível nos supermercados a partir do ano que vem.

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