Novembro Roxo: informação e conscientização para salvar vidas prematuras
A cor roxa é usada para simbolizar o mês de novembro, considerado mês da prematuridade, e representa sensibilidade e individualidade, particularidades dos bebês prematuros. Além disso a cor roxa também significa transformação. O Dia Mundial da Prematuridade (World Prematurity Day – WPD) é comemorado internacionalmente em 17 de novembro para promover o reconhecimento da prematuridade como importante problema de saúde pública, além de aumentar a conscientização sobre os desafios enfrentados pelo bebês prematuros e suas famílias.
Normalmente, uma gestação dura cerca de 40 semanas. Os popularmente conhecidos “nove meses” duram 280, a partir da data da última menstruação. Quando o bebê nasce antes de 37 semanas é considerado prematuro.
Uma série de doenças maternas podem trazer o bebê ao mundo antes do previsto: hipertensão arterial; diabetes; doenças placentárias, como o descolamento prematuro da placenta ou a chamada placenta prévia; infecções; anomalias uterinas; entre outras, menos frequentes. Além disso, com o aumento do número de reproduções assistidas, a quantidade de gêmeos aumentou. E a ciência já sabe que gestações múltiplas têm, frequentemente, uma menor duração. Segundo os pediatras neonatologistas, a forma mais eficiente de prevenir o nascimento prematuro, é fazer o pré-natal corretamente.
O tempo total de gestação e o estágio de desenvolvimento intra-uterino permitem mensurar o grau de prematuridade. Essa avaliação é importante porque os riscos de apresentar complicações de saúde são inversamente proporcionais à idade gestacional do nascimento.
As complicações associadas a um nascimento prematuro incluem pulmões imaturos, dificuldade de regular a temperatura corporal, má alimentação e ganho de peso lento. Bebês prematuros podem precisar de cuidados mais intensos por mais tempo, bem como de medicamentos e, às vezes, cirurgia.
Segundo a pediatra Teresa Uras Belem, coordenadora da unidade neonatal do Hospital Samaritano, em São Paulo, “A ocorrência de eventuais sequelas depende dos cuidados com o bebê na unidade neonatal e dos controles respiratório, nutricional e infeccioso”. A pediatra diz que as consequências “que incluem lesões respiratórias, na retina, no cérebro, falhas no sistema imunológico e cegueira” serão definidas pela evolução do organismo do prematuro, nos primeiros meses de vida.
A respeitada pediatra Alice D’Agostini Deutsch, coordenadora médica da unidade neonatal do Hopital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, explica que o desenvolvimento neurológico e o crescimento do feto ocorrem, exponencialmente, no terceiro trimestre de gestação. Isso significa que até por volta das 37 semanas, as curvas de crescimento se mantêm positivamente inclinadas, “é quando o bebê está em constante desenvolvimento. Após esse período, o processo tende a se estabilizar, diminuindo o ritmo das modificações físicas e neurológicas. É por isso que é tão importante que o nascimento ocorra depois desse momento”, diz Deutsch
O mês de conscientização sobre a prematuridade está terminando mas a preocupação com o nascimento de bebês saudáveis continua. A realização do pré-natal completo, o acompanhamento médico que toda gestante deve ter, representa papel fundamental em termos de prevenção e/ou detecção precoce de patologias tanto maternas como fetais. Além de manter a integridade das condições de saúde da mãe e do bebê o acompanhamento visa identificar e tratar doenças que podem trazer prejuízos à saúde da mãe ou da criança.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, 15 milhões de bebês nascem prematuramente a cada ano. Isso é mais do que um em cada 10 bebês. Infelizmente, aproximadamente 1 milhão de crianças morrem anualmente devido a complicações do parto prematuro e muitos sobreviventes enfrentam uma vida inteira de desafios, incluindo dificuldades de aprendizagem e problemas visuais e auditivos.
A prematuridade é a principal causa de óbito em crianças menores de cinco anos. E, em quase todos os países com dados confiáveis, as taxas de nascimentos prematuros estão aumentando. Ademais, as desigualdades nas taxas de sobrevivência em todo o mundo são expressivas, alerta a OMS.