Vidas perdidas pela Covid-19 são homenageadas em Brasília

Vidas perdidas pela Covid-19 são homenageadas em Brasília - Bernadete Alves

Com o objetivo de homenagear  as mais de 50 mil pessoas que perderam a vida para a covid-19 e reprovar ação de combate à doença pelo presidente Jair Bolsonaro, o Coletivo Resistência e Ação, colocou na manhã deste domingo, 28/6, mil cruzes no gramado da Alameda dos Estados.

A ação em frente ao Ministério da Justiça contou com a ajuda de mais de 70 pessoas. Todas as cruzes foram feitas à mão pelos integrantes do Coletivo. Além das cruzes, foram colocadas no local faixas com os dizeres “Bolsonaro, pare de negar”, ” 50 mil mortes”, entre outros. A hashtag #stopbolsonaromundial se repetia em várias.

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Vidas perdidas pela Covid-19 são homenageadas em Brasília pelo Coletivo Resistência e Ação que também protestou #stopbolsonaromundial

Um levantamento feito pelo consórcio de veículos de imprensa, formado pelo G1, O Globo, Extra, O Estado de S.Paulo, Folha de S.Paulo e UOL, a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde, apontam que o Brasil tinha mais de 57.149 mortes por coronavírus confirmadas até as 8h deste domingo. O número de infectados era de 1.319.274.

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Vidas perdidas pela Covid-19 são homenageadas em Brasília pelo Coletivo Resistência e Ação, em ato na Esplanada dos Ministérios

“Nosso objetivo é explicitar a dor das famílias enlutadas pelas perdas das vidas em decorrência da política genocida do Bolsonaro”, ”, afirmou a professora Lúcia Iwanow, uma das organizadoras do ato.

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“Quando eu vi as duas caminhonetes carregadas com as mil cruzes, eu pensei: nossa, são mil vidas. Imagina o que são mais de 50 mil. Perdidas por uma coisa tao antiga que é o negacionismo, o desprezo pela ciência, o desrespeito à vida”, lamenta Cleide Martins, servidora pública e uma das integrantes do Resistência e Ação.

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A servidora pública Flávia Rodrigues lamentou as milhares de mortes e disse que se não fosse pelo trabalho técnico do Sistema Único de Saúde e pelos profissionais de saúde, a pandemia teria causado um número maior de vítimas. “Dessas mais de 50 mil mortes que aconteceram, muitas poderiam ter sido evitadas se houvesse políticas públicas federais efetivas”.

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“É fundamental a gente prestar as nossas homenagem às pessoas que estão sendo vítimas de tanta negligência do próprio Estado e que têm sido vítimas dessa crise sanitária. Então, em primeiro lugar, é uma homenagem: todo mundo que parte é o amor de alguém”, disse a deputada federal Érica Kokay.

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O padre Aguinaldo Pereira de Oliveira Júnior, diretor nacional do Serviço Jesuíta aos Migrantes e Refugiados no Brasil, que participou da ação disse que o ato é simbólico que mostra a preocupação de todos com a situação dos mais vulneráveis.  Para o religioso, os mais pobres correm o risco de serem dizimados pela falta de acesso a tratamento e leitos de UTI. “Acredito que a gente precise de menos notas e mais gestos proféticos que denunciem e anunciem o país que nós queremos”.

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O ato Stop Bolsonaro ocorre em mais de 50 cidades de vários países. Além de manifestações presenciais, o protesto também terá ações virtuais.

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Vidas perdidas pela Covid-19 são homenageadas em Brasília pelo Coletivo Resistência e Ação que também protestou contra o negacionismo do coronavírus do governo Bolsonaro