Hanuman: a divindade que simbolizou a entrega da vacina de Oxford à Fiocruz

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Dra. Margareth Dalcomo, pneumologista da Fiocruz, recebendo a vacina AstraZeneca Oxford

A chegada da vacina produzida no Instituto Serum, na Índia ao Brasil, no sábado, foi de muita festa e esperança. Depois da CoronaVac é mais uma luz no fim do túnel desta terrível pandemia.

Durante a entrega das vacinas de Oxford/AstraZeneca, na Fiocruz, no Rio de Janeiro,no sábado (23) um fato chamou a atenção dos brasileiros: uma estátua de um deus hindú foi entregue pelo Cônsul-geral honorário da Índia no Rio, Leonardo Ananda Gomes, como presente à Fiocruz, em celebração da parceria pela vacina.

“Rama era um ser humano cheio de virtudes e conquistou o coração de uma linda princesa chamada Sita”, contou o Cônsul.  “Rávana com ciúmes e inveja de Rama, sequestrou Sita e a levou para Lanka, onde hoje é o Sri Lanka”.

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Cônsul-geral honorário da Índia no Rio, Leonardo Ananda Gomes, entrega à Fiocruz uma estátua de Hanuman, o deus-macaco
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Estatua de Hanuman, o deus-macaco em Paritala, Índia

Leonardo Ananda continuou: “Rama, com o irmão Laksmana, fez contato com Hanuman, que convocou um exército para salvar a princesa. Durante a batalha, Laksmana foi gravemente ferido com uma flecha venenosa”.O cônsul disse que a cura dependia de uma erva medicinal que só crescia no topo do Himalaia.

Hanuman voou até lá e como não tinha conhecimento científico e não sabia qual era a planta certa para curar Laksmana, resolveu levar toda a montanha”. Os estudiosos acharam a erva milagrosa que salvou o irmão de Rama.

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Hanuman: a divindade com cabeça de macaco, dotado de superpoderes

O cônsulo disse que estava presenteando o Instituto Fiocruz com a estátua de Hanuman, porque o momento era simbólico pois a Índia estava auxiliando uma nação-irmã. “Estamos aqui na Fiocruz vendo os profissionais realizando a missão de salvar vidas, iniciando com uma vacina de origem indiana. A Índia se orgulha muito desta parceria”, declarou.

Na mitologia hindu, Hanuman trouxe uma montanha inteira para ajudar a curar um ferido. Na Índia, Hanuman é considerado “o deus das causas impossíveis”, como é o Santo Expedito para os Católicos.

A divindade é retratada como um ser musculoso com cabeça de macaco, dotado de superpoderes. Na Índia há vários templos em sua homenagem e a ele são conferidas as virtudes de altruísmo, devoção e heroísmo.

A história do deus-macaco aparece nas escritas de Ramáiana, épico que traz ensinamentos dos antigos sábios hindus.

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Hanuman: a divindade das causas impossíveis segundo a mitologia hindú

Os primeiros mitos da mitologia hindu surgiram em uma região do Paquistão.  Conta a lenda que quando Rama e Lakshmana são aprisionados pelo demônio Ravana durante uma batalha, Hanuman assume cinco formas para libertá-los: Sri Hanuman, Sri Garuda, Sri Varaha, Sri Narasimha e Sri Hayagriva. Cada uma dessas cabeças representa, respectivamente, um macaco (forma original de Hanuman), uma águia (como a montaria de Vishnu), um javali (como a terceira encarnação de Vishnu), um leão (como a quarta encarnação de Vishnu) e um cavalo (como um avatar).

Ainda que Hanuman seja um deus macaco, ele tem corpo humano e somente a cabeça é igual à do primata. Ele usa uma coroa em algumas representações. Enquanto esteve na Terra, permaneceu sendo imortal ao ajudar Rama e ser devoto a ele.

Hanuman é uma divindade que tem poderes para usar nas batalhas que trava. Ele pode alterar o tamanho de seu corpo, aumentando ou diminuindo suas medidas, além de voar.

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Hanuman: o deus macaco com os pais, o deus vento, Vayú, e Vanari Anjana

Na mitologia hindu, ainda que existam várias versões sobre os parentescos de Hanuman. Acredita-se que o deus-macaco é filho do deus vento, Vayú, e de Vanari Anjana, que seria sua mãe. Também existem versões sobre ele ser um avatar de Shiva.