Agnaldo Timóteo perde a vida para a Covid

É com pesar que registro o falecimento do cantor Agnaldo Timóteo ocorrido neste sábado, dia 3 de abril, no Rio de janeiro, aos 84 anos. Ele estava internado na UTI do Hospital Casa São Bernardo, na Zona Oeste do Rio, desde o dia 17 de março. Médicos acreditam que o artista de 84 anos contraiu o coronavírus no intervalo entre a primeira e a segunda dose da vacina.
A família comunicou o ocorrido por meio de uma nota. “É com imenso pesar que comunicamos o FALECIMENTO do nosso querido e amado Agnaldo Timóteo. Agnaldo Timóteo não resistiu as complicações decorrentes do COVID-19 e faleceu hoje às 10:45 horas. Temos a convicção que Timóteo deu o seu Melhor para vencer essa batalha e a venceu! Agnaldo Timóteo viverá eternamente em nossos corações! A família agradece todo o apoio e profissionalismo da Rede Hospital Casa São Bernardo nessa batalha”.

O Brasil perde uma das vozes mais conhecidas e respeitadas da música romântica brasileira. Uma carreira que começou vitoriosa em 1967 com “Meu grito”, canção de Roberto Carlos. A partir de então, se consolida como cantor romântico e lançou outros sucessos como “Ave-Maria”, “Verdes campos” e “A galeria do amor”. Agnaldo Timóteo gravou mais de 74 discos, alternando entre o romântico e o brega.
Além de cantor, compositor e escritor ele também atuou na política. O ilustre torcedor do Botafogo foi deputado federal pelo PDT/ RJ em 1982 e eleito novamente em 1994, quando renunciou dois anos depois para assumir como vereador na cidade do Rio de Janeiro. Em 2005, assumiu como vereador em São Paulo pelo Partido Progressista, e foi reeleito em 2008.

O último evento público que Agnaldo Timóteo participou aconteceu em 20 de janeiro deste ano, na live “Superação e Fé”, aos pés do Cristo Redentor. O show no Dia de São Sebastião, padroeiro da cidade do Rio de Janeiro e padroeiro no combate as pandemias, foi para arrecadar alimentos para doar a pessoas que perderam suas casas durante a pandemia. Foi a primeira vez que o artista esteve no monumento, e cantou “Nossa Senhora”.
Agnaldo Timóteo deixa os filhos Márcio, Marcelo e Cícero, legião de amigos e milhares de fãs. Amigos, colegas e políticos usaram as redes sociais para se despedir do consagrado cantor.
O lendário cantor deixa um legado de 55 anos de carreira, 74 discos gravados e mais de 150 sucessos. Agnaldo Timóteo, um artista memorável, vai permanecer vivo no coração de milhares de fãs.

Agnaldo Timóteo Pereira nasceu em Caratinga, no interior de Minas Gerais, em 16 de outubro de 1936. Foi lá onde ele conheceu o cartunista Ziraldo, seu conterrâneo. Apaixonado por música desde cedo, se apresentava em circos itinerantes que chegavam à cidade.
Depois passou a cantar em programas de calouro em rádios de Caratinga, Governador Valadares e Belo Horizonte, onde ficou conhecido como “Cauby mineiro”.O jovem conciliava as apresentações com o trabalho de torneiro mecânico.

Na década de 1960, se mudou para o Rio de Janeiro atrás de oportunidades na música e começou a trabalhar como motorista da cantora Ângela Maria. Timóteo gravou seu primeiro disco após indicação da cantora em 1961, mas demorou a estourar.

Resolveu então apostar em versões de sucessos internacionais e deu certo. Na TV Rio ganhou todos os prêmios do programa de Jair de Taumaturgo e foi contratado pela gravadora EMI-Odeon. Com o LP “Surge um Astro”, emplacou o hit “Mamãe” (versão de “La Mamma”, de Charles Aznavour) e passou a participar do programa “Jovem Guarda”.
Momentos da Carreira
Fotos: Acervo Grupo Globo e Estadão Conteúdo/Arquivo