Dia do Trabalho: a inclusão dos trabalhadores em situação de dignidade
O trabalho honra, sustenta e dignifica o ser humano. O 1º de maio, Dia do Trabalho, não é dia de comemoração e sim de reflexão, de fé, superação, unidade, de esperança e de agradecimento a todos os gigantes nesta luta pela vida.
A pandemia evidenciou a desigualdade de renda entre servidores públicos, com possibilidade de home office, por causa das medidas de isolamento social, e outros, da área da saúde, e fora dela, mas na linha de frente contra a Covid-19, com jornada dupla.
Além deles, profissionais de limpeza urbana, entregadores delivery, porteiros, terceirizados, atendentes de mercado, comércio essencial e coveiros, não tiveram direito ao isolamento social. Foram ‘obrigados’ a sair de casa, se expor, adoecer e até perder a vida.
Isso evidencia a desigualdade que existe no país. Enquanto os servidores públicos têm estabilidade, uma grande parcela de pessoas fica desassistida. Muitos não têm proteção social, garantia de saúde e controle de jornada de trabalho. Brasília é um grande exemplo dessa desigualdade.
Um enorme contingente que não tem sequer renda mínima, é excluído de auxílio-doença, aposentadoria e afastado de qualquer forma de proteção. Estudiosos do assunto dizem que a saída para tudo isso é a inclusão social.
A situação que estamos enfrentando mostra que medidas urgentes precisam ser tomadas pois não dá mais para jogar para o trabalhador a responsabilidade pelo custo do trabalho e a crise econômica. O homem é e sempre será a força de trabalho. A máquina nunca vai substituir o trabalho humano.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística a maior parte da população economicamente ativa brasileira é de desempregados e trabalhadores informais, que não têm proteção social. São mais de 14,4 milhões de desempregados e de cada 10 brasileiros que encontraram uma ocupação, oito estão na informalidade.
Estes dados divulgados ontem pelo IBGE são alarmantes e com pouca perspectiva de mudança. Além destes números a pesquisa mostra que a renda média caiu 2,5% e foi estimada em R$ 2.520 e em um ano houve redução de 7,8 milhões de postos de trabalho no Brasil. É triste saber que mais da metade da população em idade de trabalhar continua sem emprego.
Nossa solidariedade a todos os trabalhadores que perderam seus empregos e também para quem enfrenta dias difíceis. O isolamento social nos ensinou novas formas de seguir em frente, confiando e acreditando que tudo vai passar. A esperança começou com a vacina e segue com a fé para transformar a nossa vida e curar nossas feridas.
Mesmo diante de tantas preocupações temos que homenagear e agradecer quem faz o mundo acontecer. Parabéns a todos os trabalhadores que lutam todos os dias para sobreviver e garantir um mínimo de dignidade para si e sua família.
Este dia é oportuno para lembrarmos que a luta é constante por nem um direito a menos e para celebrarmos a nossa força produtiva.
Que São José Operário, padroeiro dos trabalhadores, restabeleça o trabalho digno para todos. Que cada brasileiro tenha trabalho e auxílio que lhe permita cuidar com dignidade de si mesmo e de sua família. O trabalhador é o espelho que reflete a força, a responsabilidade, o compromisso e a dignidade. 2021 precisa ser o ano da esperança e da dignidade.
