Embaixador Paulo Tarso Flecha de Lima morre aos 88 anos
É com pesar que registro o falecimento do diplomata Paulo Tarso Flecha de Lima, ocorrido no final da tarde de segunda-feira, aos 88 anos, em decorrência de em decorrência de choque séptico.O embaixador estava internado no Hospital Sírio Libanês em Brasília desde o dia 10.
Flecha de Lima deixa quatro filhos e netos. Ele foi casado por 54 anos, com Lúcia Flecha de Lima. A embaixatriz morreu em 2017, em Brasília. Paulo Tarso será velado agora pela manhã no Itamaraty em cerimônia restrita para familiares e amigos. O corpo será enterrado em Belo Horizonte no jazigo da família onde está enterrada a embaixatriz Lúcia.
O Ministério das Relações Exteriores (MRE) emitiu uma nota de pesar e disse que Paulo Tarso “defendeu os interesses do Brasil com determinação, patriotismo e profissionalismo, e dedicou grande parte de sua vida ao projeto de modernização da diplomacia econômica e comercial do Brasil”.
“Ao longo de sua carreira, o Embaixador Paulo Tarso dedicou-se ao ideal de que a política externa pode e deve contribuir para melhorar concretamente a inserção internacional do País e a vida de todos os brasileiros. Sua coragem e criatividade marcaram todos que tiveram a oportunidade de trabalhar a seu lado”, diz o Itamaraty.
Embaixador de grande prestígio por 46 anos. Flecha de Lima era considerado por muitos como o maior diplomata brasileiro da contemporaneidade e foi embaixador do país nos Estados Unidos, na Itália e no Reino Unido. Dentre outras funções, também ocupou o cargo de Secretário-Geral do Ministério das Relações Exteriores (MRE).
Dentre as inúmeras missões diplomáticas, Paulo Tarso foi um hábil negociador para a libertação de 450 brasileiros, empregados da construtora Mendes Júnior, feitos reféns por genro de Saddam Hussein em 1990. Eles seriam usados como escudos humanos em um ataque aos Estados Unidos, na Guerra do Golfo.
Flecha de Lima conseguiu convencer o governo iraquiano a conceder os vistos de saída dos brasileiros libertar sem contrapartida. Um Boeing 747 da Iraqi Airways trouxe primeiro 174 brasileiros no dia 1º de outubro. O diplomata deixou o Iraque quando os últimos brasileiros deixaram o país. Atitude digna de um brasileiro honrado.
Nascido em Belo Horizonte, Flecha de Lima ocupava a cadeira 13 da Academia Mineira de Letras. Escreveu livros voltados a temas da diplomacia, entre os quais “O Reino Unido e a Europa”, de 1993.
Paulo Tarso Flecha de Lima era o orgulho da diplomacia brasileira. Competente, cortês, elegante em todas as suas ações e respeitado como pessoa e destaque como diplomata.
Trabalhou com o presidente Juscelino Kubitschek quando ainda a capital era no Rio de Janeiro. Cursou o Instituto Rio Branco e formou-se em Ciências Jurídicas. Durante anos ficou à frente do Departamento de Promoção Comercial do Brasil, instituição responsável pela inserção do Brasil na economia internacional.
Nossos sentimentos aos filhos e netos, amigos e diplomatas. Que o Senhor do Universo o acolha junto de si e ele tenha a Luz Eterna.
Fotos: Arquivo pessoal e Reprodução
