Itália é bicampeã da Eurocopa e mostra a força do jogo coletivo

A final da Eurocopa entre Inglaterra e Itália, em Wembley, em Londres, foi uma escola de futebol para os times da América Latina. As duas seleções fizeram um jogo aberto, corajoso e com uma dinâmica de dar inveja a muitos clubes brasileiros.
A partida foi bem diferente dos jogos amarrados e lentos que se costuma ver aqui no Brasil, em que os times ficam com medo de tomar o gol e a partida não evolui.
A Inglaterra começou surpreendeu a Itália e fez um gol com passes rápidos, com muitos jogadores participando da jogada, mostrando a força do jogo coletivo, terminando com uma virada de jogo e o Shaw batendo de primeira.
Mesmo com placar desfavorável a Itália não se entregou e continuou jogando para frente, buscando o empate o tempo inteiro. Bonucci em um momento de muita pressão conseguiu o tão esperado gol. A partir daí demonstrou a força do jogo coletivo e o poder de uma grande equipe.

A Itália mostrou um futebol diferente do tradicional jogo italiano. Foi um jogo rápido, técnico e com muita força defensiva, mas sem atrapalhar as jogadas para surpreender a Inglaterra que se defendia com categoria.
A Inglaterra que abriu o placar, depois do empate jogou menos do que vinha jogando desde as oitavas de final, contra a Alemanha.
Ai chegou a decisão por pênaltis o que ninguém gosta mas faz parte das regras. Cansaço, nervosismo e uma enorme pressão sobre os goleiros e os jogadores. A maioria bateu bem, a não ser o Rashford e o Sancho, que perderam, assim como o brasileiro Jorginho.
A disputa teve emoção até o último segundo quando a decisão ficou no talento de Donnarumma que pegou o chute do Saka e deu o título para a Itália. Gianluigi Donnarumma é um gigante debaixo das traves da Itália, foi o herói da semifinal e também nesta final. Há algum tempo é um dos melhores da posição no mundo. Agora no PSG, vai atuar ao lado do compatriota, Verratti.

Os brasileiros, o meia Jorginho, o lateral-esquerdo Emerson Palmieri ( jogou pela seleção brasileira sub-17) e o zagueiro Rafael Tolói, comemoraram muito a conquista da Eurocopa 2020, na casa da Inglaterra. O trio de brasileiros naturalizados italianos entrou para a galeria de jogadores nascidos no Brasil e que conquistaram a taça do campeonato europeu. Antes deles, o volante Marcos Senna tinha sido campeão com a Espanha em 2006 e o zagueiro Pepe foi campeão com Portugal em 2016.

A Azzurra fez valer toda a história e o peso de sua camisa azul, que é poderosa e vencedor

Giorgio Chiellini, titular e capitão da Itália, foi impecável mais uma vez, com seu fiel parceiro, Bonucci. Os campeões não foram vazados em nenhum jogo da fase de grupos, muito pela atuação segura do capitão. O zagueiro Chiellini, de 36 anos, cutucou os ingleses no Twitter com a frase: “It’s coming Rome” (“Está vindo para Roma”). A frase faz parte de um trecho da música “Football’s Coming Home”, da banda britânica Three Lions, que diz que o “futebol está voltando para casa”, em alusão à ideia de que os ingleses inventaram o futebol.

A Inglaterra chegou pela primeira vez a uma final da Eurocopa. Um feito que deveria ser valorizado pelos atletas. O que aconteceu, infelizmente, foi ver o elenco da Inglaterra ‘desdenharem’ a Medalha de Prata.

Recebiam e imediatamente tiravam do pescoço como fez o camisa 9 Harry Kane, capitão da Inglaterra. O treinador Gareth Southgate, no entanto hostentou a Medalha e valorizou o título.


A cena de ontem me fez lembrar do exemplo dado pelo treinador Pep Guardiola que exaltou o vice do Manchester City,que perdeu a final da da Liga dos Campeões da Europa para o Chelsea, no 29 de maio deste ano. Naquela ocasião Guardiola beijou a Medalha de Prata durante a premiação e declarou: “Trabalhar para voltar”.
Fotos: Divulgação e Reprodução