Academia Brasileira de Cultura inicia atividades com posse de seus acadêmicos

A Fundação Cesgranrio, no Rio Comprido, foi palco da cerimônia de posse dos 50 membros da Academia Brasileira de Cultura, criada por Carlos Alberto Serpa, presidente da instituição, no dia 1º de dezembro, com integrantes dos mais diversos segmentos da arte brasileira, como teatro, música, televisão e cinema.
A mesa da sessão inaugural foi composta pelo presidente da Fundação Cesgranrio, Carlos Alberto Serpa, fundador e presidente da ABC, pela atriz Christiane Torloni, pelo deputado federal Marcelo Calero, pelo cardeal arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta, e pelo imortal da Academia Brasileira de Letras, Arnaldo Niskier.

“Juntos teremos força. Nossos ideais hão de prosperar. E de mãos dadas, mercê da nossa experiência em cada área da cultura, a faremos eternamente presente na vida de nossos conterrâneos, protegendo e incentivando a todos que, como nós, dedicamos nossa vida à Cultura, em suas diferentes formas. Em conjunto, nascemos com forte ideal”, disse Carlos Alberto Serpa, presidente da Academia Brasileira de Cultura.
Dom Orani abençoou a Academia Brasileira de Cultura “respeitando a diversidade religiosa de cada um” pedindo proteção aos acadêmicos e seus familiares, com os aplausos do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes.
Acadêmicos da ABC

Fátima Bernardes (televisão) Zeca Pagodinho e Elza Soares (música popular brasileira), Lucy Barreto e Luis Carlos Barreto (cinema), Beth Serpa, Margareth Padilha, Hilde Angel e Carlos Tufvesson (moda), Carlos Alberto Serpa, Eduardo Barata, Marcelo Calero, Ricardo Cravo Albin, Leandro Bellini, Claudio Magnavita, Myrian Dauelsberg (produção cultural), Dom Orani Tempesta (religião), Gonçalo Ivo, Mário Mariano, Marli Azeredo (artes plásticas), Isaac Karabtchevsky, Carol Murta Ribeiro (música clássica), Fernando Portari (canto lírico), Lilia Cabral, Christiane Torloni, Rosa Maria Murtinho, Beth Goulart (atrizes), Stepan Nercessian, Ney Latorraca, Wolf Maia, Eriberto Leão (atores), Vera Tostes (museologia), Gabriel Chalita, Nélida Pinon, Roberto Halbouti, Arno Wehling, Marcos Vilaça, Arnaldo Niskier, Domicio Proença, Walcyr Carrasco (literatura), Elisa Lucinda (poesia), João Kleber (apresentador), Ana Botafogo e Dalal Achar (dança clássica), Débora Colker, Carlinhos de Jesus (dança contemporânea), Newton Cunha (antiquário).

Durante a posse os acadêmicos receberam diploma e fizeram o juramento. Os imortais foram homenageados com um fardão,roupa que lembra os trajes clássicos da monarquia, foi confeccionada nas cores vinho e dourado, pelo Instituto Zuzu Angel, que representa o amor e a riqueza de espírito.


Os integrantes da ABC também receberam um medalhão criado pelos artistas Welton Moraes e Victor Zott. No medalhão estão representados os símbolos brasileiros, como a folha de guaraná (verde), a palmeira (dourado), os bicos de tucano (amarelo e preto) e um pandeiro estilizado (centro em azul).⠀

Ao final da solenidade, o hino da Academia Brasileira de Cultura foi executado pela cantora Taty Caldeira, acompanhada pelo maestro Cyrano Salles. Em seguida, a cantora Carla Rizzi e o violinista Willian Isaac apresentaram a aria Habanera da ópera Carmen de Bizet e a música “Deixa a vida me levar”, de autoria de Serginho Meriti e Eri do Cais, um marco na carreira do acadêmico Zeca Pagodinho. O cantor se levantou e participou da apresentação. “Vejam aonde o samba chegou”, disse Zeca, emocionado com seu fardão.


Alguns acadêmicos fizeram discurso de agradecimento e de louvor aos seus patronos
“Esse é momento especial em que nos reunimos pela cultura, pelo Brasil. Isso me inspira em seguir adiante. O convite para fazer parte dessa academia é um desafio. Ocupar a cadeira da Marília Pera é uma honra indescritível, pois ela deixou em mim uma marca indelével. Estreei em 1979 no teatro, quando ela estreava como diretora. Eu me dedicarei com coragem para lutar pela cultura brasileira. Já aproveito para propor a reabertura do Teatro Villa Lobos” , disse a atriz Christiane Torloni.

“Meu patrono, Monteiro Lobato, foi uma inspiração e o responsável pelo meu amor à literatura brasileira e pela cultura do Rio de Janeiro. Tenho muito orgulho de fazer parte desse grupo e espero honrar com minha atuação” – Arnaldo Niskier


“Dando seguimento ao amor à arte de toda minha família, pretendo seguir atuando em prol à cultura brasileira. Espero que os nossos encontros sejam cheios de ideias pata erguer a cultura do nosso país. Tenho fé em dias melhores” – Beth Goulart.
“É uma honra ter como patrona, Mena Fiala, uma estilista conhecida pela sua perfeição. Aprendi meu ofício com minha mãe, Gloria Pires Ribeiro, outra estilista fantástica que se dedicou à moda carioca. Em um momento em que o amor à cultura é questionado em nosso país, é de grande importância a criação dessa academia. Estou muito feliz por fazer parte da ABC e poder representar os profissionais da moda nessa casa” – Carlos Tufvesson.

“Estou muito emocionado por estar ao lado de Ana Botafogo e Dalal Achcar, referências na minha vida. Tenho a honra de ter como patrona, Antonieta de Souza, que foi um exemplo de vida para mim e para tantas outras pessoas. Eu divido esse fardão com minha mulher, Raquel, e com minha filha, Tainá, minhas grandes apoiadoras. Contem comigo para enaltecer a dança popular” – Carlinhos de Jesus.
Nas redes sociais

Fátima Bernardes agradeceu a nomeação e destacou que vai assumir a cadeira de Hebe Camargo (1929-2012). “Ontem vi nascer a Academia Brasileira de Cultura. E mais, me tornei uma acadêmica. Que alegria estar entre tantos nomes importantes das artes. Cada um dos 50 membros fundadores tem um patrono. A minha é a apresentadora Hebe Camargo. Que responsabilidade!”, escreveu a apresentadora.
Fátima Bernardes agradeceu a sua mãe por estar sempre presente em momentos importantes da sua carreira e ao professor Carlos Alberto Serpa, pelo convite.


Zeca Pagodinho fez um brinde ao Dia Nacional do Samba, comemorado no dia 2 de dezembro. “Viva os sambistas, que reverenciam sua herança ancestral nas rodas de samba.
Parabéns aos notáveis, vida longa à academia.

A arte e cultura existem para temperar o nosso viver. Estão relacionadas ao exercício do pensamento e à geração do conhecimento. Valores essenciais na formação pessoal, moral e intelectual do indivíduo e no desenvolvimento da sua capacidade de relacionar-se com o próximo.
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