Festival Fantástico de Brasília traz temas intrigantes para as novas gerações

Começa nesta terça-feira, dia 25 de janeiro, o III Festival Internacional de Cinema Fantástico de Brasília com programação híbrida, e participação de mais de 30 países. A programação conta com a mostra Secos e Molhados, que contém filmes inéditos em grande parte do mundo. Desse modo, foram selecionados mais de 50 filmes para apresentar ao público.
Josiane Osório, curadora do festival, diz que o cinema fantástico trabalha com essa ideia do que não é natural, do que não é o real. A abertura será às 19h, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) para convidados.
A ideia do festival é promover um passeio pelos subgêneros do cinema fantástico: horror, ficção científica, fantasia e outras variações e que tragam à luz temas intrigantes para as novas gerações. Na programação, além de mostra brasileira, um recorte internacional com participação de mais de trinta países.

A partir de amanhã, dia 26, começa a mostra de filmes que poderá ser acompanhada de forma online pela plataforma innsaei.tv. Ela será totalmente gratuita e vai apresentar curtas e longas-metragens do gênero fantástico, além filmes de terror, surrealistas e sobrenaturais, entre outros.
Segundo a curadora a programação contempla produções baseadas em filmes feitos por Méliès e jornadas literárias balizadas por Júlio Verne, entre outros tantos consagrados narradores de ilusões. Durante seis dias os internautas vão poder conferir ficção científica, fantasia e horror.

Entre os dias 26 e 29 de janeiro, haverá debates com profissionais como Thiago Moysés, Maíra Carvalho (uma das debatedoras de A Direção de Arte no Cinema Fantástico) e Ullysses de Freitas. Vamos pensar fora da caixinha? e O cinema fantástico brasileiro também despontam como assuntos para debates. Também haverá laçamento de livro, apresentação de DJs e muito mais.
O cinema fantástico fascina plateias desde os primórdios da sétima arte. Basta lembrarmos do pioneirismo de Viagem à Lua (1902), de Georges Méliès, ou dos assustadores protagonistas do Expressionismo Alemão em obras como O gabinete do Dr. Caligari (1920), O Golem (1920), Nosferatu (1922) ou sucessos consagrados pelo grande público como Guerra nas Estrelas (1977), de George Lucas. Mostras e festivais de cinema fantástico são realizadas no mundo afora, assim como no Brasil, alcançando grande adesão de público.
Concorrem à mostra

Rodson ou (onde o sol não tem dó) mostra as limitações e o estreitamento intelectual, a partir da interdição ao fluxo de produção cultural em um país futurista, com instituídas mazelas derivadas de mandos e desmandos. Maldições infestam Todos os mortos (de Caetano Gotardo e Marco Dutra), que registra pesares da escravidão. Vencedor de prêmios no Festival de Gramado, Carro Rei, da pernambucana Renata Pinheiro, é também crivado de ilusões, num enredo em que um rapaz consegue se comunicar com um carro.
Outros destaques estão em Aurora — A rua que queria ser um rio, do brasileiro Radhi Meron, sobre uma rua inquieta com seu destino de desaparecimento, título incorporado à mostra Pesadelo nos Trópicos (competitiva de curtas-metragens), e The widow, de Lucas Bols, filme belga sobre a condição de uma viúva abandonada à moradia em um pântano. No plano da mostra competitiva, O buraco, curta-metragem conduzido por Zeudi Souza, revela um paralelo de relações domésticas abusivas e um mal que assola país com a democracia ameaçada por desmandos praticamente absolutistas.
Com exibições de filmes como Heart of gold (de Simon Filliot), que revela o amor incondicional por um filho capaz de levar uma mãe a vender seus órgãos internos, a mostra online Secos e Molhados incorpora ainda fitas como Calliope, um título húngara que revela atrações perturbadoras de um misterioso clube subterrâneo.
Na mostra ‘Não Existe Pecado do Lado de Baixo do Equador’, traz, entre outros, filmes como o francês The doe (de Jennifer Lumbroso), no qual uma mulher passa a ser perseguida pelo até então chamado amor. Já o segmento Não Tente Fazer Isso em Casa revela tramas como a de Wish me good luck, na qual uma crise de ciúmes leva um idoso coreano a um desmedido plano de vingança.
Para mais informações, basta acessar o site do festival.
Fotos: Divulgação