Dia Mundial da Água: recomposição da vegetação ajuda preservar recursos hídricos

O Dia Mundial da Água, comemorado neste 22 de março chama a atenção para a importância da recomposição da vegetação nativa do cerrado como elemento fundamental na preservação desse recurso natural essencial à vida humana, animal e aos biomas/ecossistemas.
Em 2022, o tema escolhido pela Organização das Nações Unidas para comemorar o Dia Mundial da Água é “Águas Subterrâneas: tornando o invisível visível”.
Além de garantir a sustentabilidade de ecossistemas (fauna, flora e solo), as águas subterrâneas são responsáveis pelo fornecimento de água doce em localidades que não dispõem de redes de abastecimento.

Mas o Dia Mundial da Água também é uma mensagem de advertência. Pode-se dizer que é uma convocação global para o combate à perturbadora estatística que aponta que, ainda hoje, 2 bilhões de pessoas vivem sem acesso à água potável.
O Brasil reconhece na Constituição Federal de 1988 diversos direitos humanos. Em 2010, em meio a Assembleia Geral da ONU, reconheceu o direito humano à água. Contudo a água enquanto direito humano ainda não possui caráter vinculativo com a legislação interna no Brasil.
Por isso a importância de cuidar deste líquido precioso que salva vidas e conscientizar a população sobre a necessidade da educação ambiental e da preservação dos recursos hídricos e a contribuição de todos na busca de alternativas para o futuro.

O cerrado é considerado o berço das águas do Brasil, por abrigar as nascentes de três importantes bacias hidrográficas da América do Sul: Platina, Amazônica e São Francisco.
No Distrito Federal o plantio de árvores nativas tem papel fundamental na recuperação das nascentes.
Por meio do Projeto CITinova, que investe no desenvolvimento urbano sustentável e em tecnologias inovadoras, a Secretaria do Meio Ambiente colabora com a recuperação de 80 hectares de áreas de preservação permanente (APPs) nas bacias dos rios Descoberto e Paranoá, que abastecem o Distrito Federal.
Já foram plantadas 6.504 mudas de espécies nativas do cerrado em 67 propriedades rurais e em 10 hectares nos parques ecológicos de Águas Claras e do Riacho Fundo.

“A recuperação de nascentes que estamos fazendo aqui no DF, mesmo que em pequena escala, servirá de incentivo para novas ações”, afirma. “O importante é que não deixemos de espalhar a consciência ambiental, porque quem conhece protege”, declara Sarney Filho, secretário do Meio Ambiente do Distrito Federal.
A Lei nº 12.651/2012, conhecida como Código Florestal, estabelece a proteção da vegetação em um raio de 50 metros no entorno de nascentes. Assim, o plantio de mudas nativas vai garantir a regularidade ambiental das propriedades rurais.
Segundo a coordenadora de Recursos Hídricos da Subsecretaria de Gestão das Águas e Resíduos Sólidos da Sema, Patrícia Valls e Silva, já foram mapeadas áreas de alta prioridade de recuperação, num total de 91 mil hectares. “A ideia é dar continuidade a essa ação aqui no DF, por meio de mais projetos”.
O projeto CITinova conta com a parceria de pequenos proprietários rurais. Urias Pedro da Silva é dono da Chácara Buriti, em Brazlândia, com 22 hectares, na área de proteção do manancial do Barrocão. Lá ele tem duas nascentes, uma delas perene – com água brotando o ano todo. “Estou aqui há 37 anos, e a água vinha diminuindo, por isso, me inscrevi no projeto e estou muito satisfeito”, declara.
Segundo Urias Pedro, o volume de água da nascente vem aumentando após o plantio das 600 mudas de árvores nativas, como jatobá-da-mata, aroeira-pimenteira, bálsamo, gonçalo-alves, ipês, ingá, angico, landim, cutieira, mutamba, copaíba, baru, araçá, jenipapo e pente-de-macaco.
É muito gratificante ver pessoas empenhadas na proteção da água, considerada patrimônio do planeta. O equilíbrio e o futuro do nosso planeta dependem da preservação da água e dos seus ciclos. Por isso a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia.

Em 22 de março de 1992 a ONU instituiu o “Dia Mundial da Água”, publicando um documento intitulado “Declaração Universal dos Direitos da Água”. A presente Declaração Universal dos Direitos da Água foi proclamada tendo como objetivo atingir todos os indivíduos, todos os povos e todas as nações, para que todos os homens, tendo esta Declaração constantemente no espírito, se esforcem, através da educação e do ensino, em desenvolver o respeito aos direitos e obrigações anunciados e assomam, com medidas progressivas de ordem nacional e internacional, o seu reconhecimento e a sua aplicação efetiva.
Proteger a água é uma obrigação moral para com as gerações presentes e futuras.
Fotos: Divulgação/Sema e Michelle Granato