Síndrome do olho seco: problema típico da baixa umidade e da poluição do ar

A baixa umidade e poluição do ar e a falta de chuva, não prejudicam apenas o meio ambiente. Afetam, também a saúde das pessoas. A pele e os olhos são as maiores vítimas.
Neste inverno seco e com umidade abaixo de 30% uma grande parcela da população está buscando atendimento oftalmológico por causa da síndrome do olho seco.
De acordo com Drauzio Varella, a síndrome do olho seco é uma anomalia na produção ou na qualidade das lágrimas. Entre os principais sintomas estão ressecamento da superfície do olho, vermelhidão, ardor e coceira.
Segundo a Associação Brasileira de Portadores de Olho Seco (Apos), entre 13 e 24% dos brasileiros, o equivalente a 18 milhões de pessoas, sofrem com a doença no Brasil. Ela ocorre em razão da falta de lubrificação adequada da superfície dos olhos, ou da pouca quantidade de lágrima.

Entre as causas da síndrome do olho seco destacam-se:
- Função reduzida das glândulas lacrimais e perda do componente aquoso da lágrima como consequência do envelhecimento, de doenças sistêmicas e autoimunes (síndrome de Sjögren, artrite reumatoide, lúpus, etc.), do uso de certos medicamentos, entre outros os antidepressivos, os antialérgicos, os betabloqueadores;
- Evaporação excessiva provocada por fatores ambientais (ar condicionado, vento, clima quente e seco, fumaça,etc.);
- Anormalidades nas pálpebras.
O oftalmologista Eduardo José Rocha, especialista em superfície ocular, explica que idosos, mulheres na menopausa, usuários de lentes de contato e pessoas com doenças sistêmicas, como portadores da síndrome de Sjogren, artrite reumatoide e lúpus, estão entre as mais propensas a desenvolver a síndrome do olho seco.

A síndrome do olho seco não tem cura e precisa ser acompanhada por um médico, mas há alguns cuidados que amenizam o incômodo:
- usar óculos com proteção ao se expor ao sol
- beber bastante água
- priorizar alimentação saudável, equilibrada e rica em ômega 3
- arejar os ambientes
- retirar a poeira de superfícies
- trocar a roupa de cama semanalmente
- reduzir o uso de eletrônicos
- evitar roupas de pelúcias
- evitar ar-condicionado
- e piscar bastante para lubrificar os olhos.
Uma dica importante para quem trabalha ou estuda por muitas horas diante do computador, deve parar um pouco para piscar várias vezes seguidas, olhar para longe e para os lados, e só depois voltar ao trabalho. Isso deve ser feito várias vezes ao dia, todos os dias.
Outra dica é fazer pausas mais longas a cada duas horas de uso de computador celular ou televisão. Assim, é possível descansar a vista, relaxar o pescoço, alongar o corpo, esticar as pernas, caminhar, tomar água (que é sempre importante) e retomar as atividades com mais disposição mental e olhos descansados.

O médico diz que a produção lacrimal também pode ser afetada pelo uso de alguns medicamentos, como antidepressivos, anticoncepcionais orais e anti-histamínicos. “A correta identificação de fatores que contribuam para o olho seco é essencial para determinar o tratamento específico mais adequado para cada caso. Tão importante quanto um diagnóstico correto é o tratamento adequado”, diz o oftalmologista.
O tratamento médico alivia os sintomas do olho seco ao repor a lágrima, para que não haja lesões na superfície ocular. Essas lesões, quando afetam a córnea, provocam problemas graves.

Entre os tratamentos, estão colírios, lágrimas artificiais, medicamentos que controlam o processo inflamatório e antibióticos. No entanto, consultar um oftalmologista e obter um diagnóstico é fundamental para identificar as causas da doença.
Em Brasília, segundo a Secretaria de Saúde, nessa época do ano os atendimentos oftalmológicos aumentam cerca de 25% nos consultórios.
Fotos: Gettyimages e Reprodução