Claudia Jimenez, atriz e humorista que distribui alegria e leveza, morre aos 63 anos

A atriz, humorista, dubladora e roteirista brasileira, Claudia Jimenez partiu ao amanhecer deste sábado, aos 63 anos, de insuficiência cardíaca. Ela estava internada no Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro.
A intérprete de Dona Cacilda, da “Escolinha do Professor Raimundo”, e de Edileuza, de “Sai de Baixo”, deixa a arte de luto e um vazio no coração de milhares de fãs.
Apaixonada pela arte, sempre distribuiu alegria e leveza em seus trabalhos e personagens. Claudia era uma artista iluminada que deixou nossos dias melhores com suas brilhantes interpretações.

Claudia Maria Patitucci Jimenez, era filha de um cantor de tangos e caixeiro viajante e sua mãe trabalhava enrolando balas de coco. Nasceu em 1958 na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, fez o curso normal, com especialização em maternal e jardim de infância, e já na juventude se dedicou ao teatro amador.
Sua estreia no teatro profissional foi em 1978, na peça “Opera do Malandro”, de Chico Buarque, em que viveu a prostituta Mimi Bibelô. sucesso foi tanto que Maurício Sherman a levou para a Globo.
Nos anos 1980, Claudia participou da abertura do programa “Viva o Gordo”, de Jô Soares, e deu vida à insaciável Pureza, mulher de Apolo, do bordão “Ainda morro disso!”, em “Chico City”.

Participou do programa “Os Trapalhões” e sua veia cômica serviu de escada para brilhar com Chico Anysio, principalmente na “Escolinha do Professor Raimundo”, vivendo a inesquecível Dona Cacilda, uma das alunas que se firmou com o bordão: “Beijinho, beijinho, pau, pau”.
Outro sucesso em sua trajetória foi vivendo a doméstica Edileusa em “Sai de Baixo”, em 1996. Seus embates com Caco Antibes, de Miguel Falabella, fizeram a plateia gargalhar. Foi apenas uma temporada, mas até hoje seus bordões são lembrados.

Jimenez também participou em novelas. Foi a Bina de “Torre de Babel” (1998), a Dagmar de “As Filhas da Mãe” (2001), a Consuelo de “América” (2005), a Custódia de “Sete Pecados” (2007), a Violante de “Negócio da China” (2008), a Zélia de “Além do Horizonte” (2013) e a Lucrécia de “Haja Coração” (2016).

No cinema, atuou em “Gabriela, Cravo e Canela” (1983), “Ópera do Malandro” (1986) e “Os Trapalhões no Auto da Compadecida” (1987). Também dublou a Ellie de “A Era do Gelo”. Com a Bia de “O Corpo” (1991), ganhou como melhor atriz no Festival de Brasília.
Foram mais de 30 produções para a televisão, sete peças de teatro e dez filmes no cinema.


Seu último papel foi a Bibiana do quadro “Infratores”, no Fantástico, em 2018. No mesmo ano, deixou as gravações de “Deus Salve o Rei” (TV Globo) após ter uma crise de hipertensão e precisar ser substituída.
A vida da talentosa atriz e humorista foi também de superação.


Claudia descobriu um câncer no mediastino, atrás do coração, em 1986. Na época, foi desenganada, mas conseguiu se recuperar da doença. Segundo relados dela se curou com a ajuda e apoio de Chico Anysio.
A atriz teve, no entanto, que realizar mais três cirurgias nos anos seguintes em razão das sequelas da radioterapia, que possivelmente afetaram os tecidos do seu coração.
A primeira foi em 1999, quando colocou cinco pontes de safena. A segunda, em 2012, para a substituição da válvula aórtica por outra, sintética. A terceira e última, em 2014, para botar um marca-passo.

A notícia deixou milhares de fãs de luto e seus colegas se manifestaram nas redes sociais como Miguel Falabella, seu colega em “Sai de Baixo”.
“Hoje todas as homenagens são suas e os refletores de todos os teatros do Brasil reluzem para você. Obrigado por ter caminhado a meu lado nesta passagem”, escreveu Falabella.
Fotos: Reprodução