Brasília sedia 1° Encontro Nacional das Casas da Mulher Brasileira

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A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, e a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, participam da abertura do 1° Encontro Nacional das Casas da Mulher Brasileira

A cada 4 horas uma mulher é vítima de violência no Brasil, segundo a Rede de Observatórios da Segurança. Como a violência está em todos os lugares o governo federal em 2015 criou a Casa da Mulher Brasileira, uma inovação no atendimento humanizado às mulheres.  Integra no mesmo espaço serviços especializados para os mais diversos tipos de violência contra as mulheres: acolhimento e triagem; apoio psicossocial; delegacia; Juizado; Ministério Público, Defensoria Pública; promoção de autonomia econômica; cuidado das crianças – brinquedoteca; alojamento de passagem e central de transportes.

O 1° Encontro Nacional das Casas da Mulher Brasileira (CMB), aconteceu na Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), nos dias 17 e 18 deste mês e discutiu as formas de salvar vidas e de acolher às vítimas de violência. O evento teve como objetivo fortalecer a troca de experiências entre coordenações e colegiados gestores das unidades em funcionamento no país.

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Casa da Mulher Brasileira de Brasília

A proposta do encontro é que os diálogos possam subsidiar a atualização das diretrizes e protocolos de atendimento da Casa da Mulher Brasileira. A iniciativa foi da Secretaria Nacional de Enfrentamento à Violência contra Mulheres, do Ministério das Mulheres.

A abertura do encontro contou com as presenças das ministras das Mulheres, Cida Gonçalves, e dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara e das coordenações das CMB de Campo Grande (MS), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), São Paulo (SP), Boa Vista (RR), São Luís (MA) e na cidade de Ceilândia, no Distrito Federal.

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Ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, na abertura do 1° Encontro Nacional das Casas da Mulher Brasileira

“Para que não tenhamos cada local com uma casa isolada, sozinha, nós precisamos ter uma linha de atendimento, uma linha da qualidade, da efetividade do resultado, enquanto uma política nacional que vai dar conta de respaldar a vida das mulheres e garantir segurança no atendimento”, explicou a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves.

“Estamos falando de mulheres indígenas, negras, de periferia, quilombolas e ribeirinhas que estão em todos os lugares onde a violência também está muito presente. Então é muito importante essa adequação, esse olhar especial para essa diversidade. Não podemos mais pensar em uma casa com atendimento de forma padronizada”, disse a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara.

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Ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, na abertura do 1° Encontro Nacional das Casas da Mulher Brasileira

As secretárias nacionais Denise Motta Dau (de Enfrentamento à Violência contra Mulheres), Carmen Foro (de Articulação Institucional, Ações Temáticas e Participação Política) e Rosane Silva (de Autonomia Econômica e Política de Cuidados) promoveram a mesa de debate “A transversalidade das políticas para mulheres no enfrentamento às violências”, com a participação do público em geral.

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Secretária Nacional de Enfrentamento à Violência contra Mulheres, Denise Motta Dau, no 1° Encontro Nacional das Casas da Mulher Brasileira

As atividades do período da tarde foram destinadas às coordenações e colegiados gestores das Casas da Mulher Brasileira e tiveram como foco a troca de experiências e os debates sobre diretrizes e protocolos de atendimento. A ação fez parte da retomada do programa “Mulher Viver sem Violência”, anunciada em 8 de março, Dia Internacional das Mulheres, com a construção de 40 novas Casas em parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).

O governo federal anunciou em março deste ano a construção de 40 novas Casas da Mulher.

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A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, e a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, participam do 1° Encontro Nacional das Casas da Mulher Brasileira, em Brasília

A diretora da Casa da Mulher de Ceilândia, Francisca Cléia Souza Carvalho, diz que a troca de experiências entre as gestoras das CMB do Brasil é essencial para a melhoria dos serviços prestados. “Vamos compartilhar as ações eficientes que cada uma desempenha para que o atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica tenham, cada vez mais, a atenção e o acolhimento de que necessitam”.

Francisca Cléia informa que a Casa da Mulher Brasileira presta atendimento humanizado e integrado às mulheres vítimas de violência. São oferecidos, por exemplo, serviços de acolhimento e triagem; apoio psicossocial; delegacia; acesso à Justiça, ao Ministério Público e à Defensoria Pública.

O Governo do Distrito Federal (GDF) autorizou, no dia 23 de junho, a construção de mais três novas unidades da Casa da Mulher Brasileira. As sedes serão em Sobradinho II, São Sebastião e Recanto das Emas, e ganharam ordem de serviço assinada pelo governador Ibaneis Rocha. Uma quarta unidade está em fase final de licitação no Sol Nascente/Pôr do Sol. O investimento total é de R$ 8,8 milhões, proveniente de emendas federais e do próprio GDF.

Fotos: Marcelo Camargo/Agência Brasil e Reprodução