Brasil goleia o Panamá com atuação impecável de Ary Borges na estreia da Copa do Mundo Feminina

A Seleção brasileira de futebol feminino estreou na Copa do Mundo Feminina 2023, na cidade australiana de Adelaide, no estádio Hindsmarsh Stadium, com goleada por 4 x 0 sobre o Panamá na Copa do Mundo da modalidade, disputada na Austrália e na Nova Zelândia. O Brasil estreou com Letícia; Antonia, Kathellen, Rafaelle e Tamires; Luana Bertolucci, Ary Borges, Kerolin e Adriana; Debinha e Geyse. Depois entraram Marta, Bia Zaneratto.
Em campo, a equipe brasileira deu show, com uma apresentação destacada de Ary Borges. A meia-campista maranhense de 23 anos, estreante em Mundiais, marcou três vezes, se tornou a artilheira isolada da competição até agora e ainda fez uma assistência preciosa para o gol de Bia Zaneratto.
O que chamou a atenção foi a ausência das cinco estrelas acima do escudo da CBF, que representam os títulos conquistados pelo time masculino, no uniforme das atletas.
Jogar sem as estrelas do masculino foi uma ideia que partiu de Marta e do próprio elenco. A intenção é ter o foco totalmente voltado para o futebol feminino, além de incentivar a modalidade. A campanha #PelaPrimeiraEstrela” também foi lançada.

“Foi especial de verdade. Nem nos meus melhores sonhos eu esperava por isso. Esperei muito por esse momento. É realmente um dos melhores dias da minha vida”, afirmou Ary, na entrevista oficial pós-jogo, após ser eleita a melhor em campo.
A atleta se emocionou muito após o primeiro gol, marcado de cabeça aos 18 minutos do primeiro tempo, após cruzamento de Tamires, pela esquerda. Ary se ajoelhou no gramado, levou às mãos ao rosto e se emocionou, antes de sair para celebrar com as companheiras e o resto da delegação. “Foi muita emoção. Acho que lembrei de tudo o que fiz para estar aqui. Lembrei da minha família, de onde vim. Poder estar aqui é um sonho de verdade”, disse, emocionada, a atleta que atua na liga norte-americana.

Ary Borges só conheceu “de verdade” os pais aos dez anos. Quando era bebê, antes dos dois anos, eles deixaram São Luís e foram para São Paulo tentar a vida e melhores condições de estudo para a filha. A menina ficou com a avó. Ary começou a jogar bola despretensiosamente em campos de várzea com os primos e tios. Ela se reintegrou ao núcleo familiar aos dez anos e passou a lapidar sua habilidade em um Centro Olímpico na capital paulista, onde teve início de fato a sua história profissional.
A equipe treinada pela técnica Pia Sundhage volta a campo para uma dura partida contra a França, no sábado, 29/7, a partir das 7h (de Brasília), em Brisbane, na Austrália. A Seleção encerra a fase de grupos contra a Jamaica, no dia 2 de agosto. O torneio reúne 32 seleções. As duas primeiras de cada chave seguem para as oitavas e a fase de mata-mata. A decisão está marcada para 20 de agosto, em Sydney, na Austrália.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-dama, Janja Lula da Silva, assistiram a estreia da Seleção feminina, no Palácio da Alvorada, acompanhados de ministras, representantes de bancos públicos, parlamentares e a presidente do PT, deputada federal Gleisi Helena Hoffmann.
“Nessa linda estreia da nossa seleção, acompanhei a goleada com ministras do nosso governo. Desejo força para nosso time. Parabéns pela bela vitória”, escreveu o presidente Lula no seu Twitter logo após a goleada das meninas do Brasil.

Dezenove das 25 atletas que disputam o Mundial pela Seleção Brasileira em 2023 integram o Bolsa Atleta, programa voltado para dar suporte a atletas de alto desempenho do Governo Federal. Ary Borges e Bia Zaneratto, autoras dos gols da equipe na estreia, estão nesse grupo. Ary na categoria Internacional, Bia na Olímpica. Outras quatro atletas já foram contempladas em algum período da carreira e apenas duas não integram o programa.

O Brasil aproveita o Mundial de 2023, também, para articular a campanha para trazer ao Brasil o Mundial de 2027. A ministra do Esporte, Ana Moser, representa o Governo Federal no evento.
“A Copa traz um espírito e um ambiente bem próprio, de participação da mulher no esporte, de participação da mulher na sociedade, de romper barreiras, de entrar num mundo muito masculino, que é o futebol. Reverter isso de maneira estratégica e entregar para a sociedade uma maneira nova de lidar com o esporte e trazer modelos femininos para as meninas tem sido uma bela experiência para nós, do Governo”, afirmou a ministra Ana Moser, após acompanhar a vitória brasileira.
A estreia de hoje, com goleada, foi um momento emocionante para celebrar o talento e a dedicação das atletas que representam o país com garra e orgulho. Após a partida as buscas no Google pelas jogadoras Marta, Ary Borges, Bia Zaneratto, Tamires e Debinha, foram intensas.
Fotos: Getty Images e Ricardo Stuckert / PR