Hugo Studart lança obra sobre a Guerrilha do Araguaia

Hugo Studart - Guerrilha do Araguaia
Hugo Studart lança livro sobre a Guerrilha do Araguaia

O historiador Hugo Studart lançou o livroBorboletas e Lobisomens – Vidas, Sonhos e Mortes dos Guerrilheiros do Araguaia”, no restaurante Carpe Diem, da Asa Sul. O livro da editora Francisco Alves, traz revelações bombásticas sobre o movimento armado que tentou promover uma revolução comunista no Brasil, entre 1967 e 1974, na fronteira entre os estados do Pará, Maranhão e Goiás, mas acabou sendo dizimado pelos militares.

Hugo Studart - Guerrilha do Araguaia
Ary Filgueira e Wilson Lima

A obra desvenda segredos polêmicos sobre a Guerrilha do Araguaia e é fruto da tese de doutorado do professor universitário Hugo Studart. As memórias dos guerrilheiros do Araguaia, ganhou o Prêmio de Teses da Universidade de Brasília (UnB) e foi finalista do Prêmio Capes de melhor tese de História de 2014. A obra com 660 páginas é o resultado de nove anos de pesquisa por documentos secretos das Forças Armadas e pelas memórias de guerrilheiros sobreviventes. A obra deve surpreender tanto os militares quanto aos que cultuam uma imagem heroica dos integrantes da guerrilha do Araguaia.

Hugo Studart - Guerrilha do Araguaia
Guilherme Cunha Costa, Ruy Coutinho e Janaina Maschwitz

Além do livro “Borboletas e Lobisomens – Vidas, Sonhos e Mortes dos Guerrilheiros do Araguaia”, o jornalista escritor tem quatro publicações autorais, os livros: A lei da selva – estratégias, imaginário e discurso dos militares sobre a Guerrilha do Araguaia (Geração); Os Presidenciáveis: vida, obra e promessas dos candidatos ao Palácio do Planalto (Francisco Alves), Também os capítulos ?Pensar dói: entrevista com Eudoro de Souza?, do livro Origem da Poesia e da Mitologia (Lisboa: Imprensa Nacional); e “Uma breve história da Guerrilha do Araguaia” (CRV, 2016). O livro A Lei da Selva foi agraciado no Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos; e como finalista do Prêmio Jabuti, categoria melhor livro-reportagem do ano.

Hugo Studart - Guerrilha do Araguaia
Eduardo Fayet, Erica, Guilherme Cunha

Carlos Hugo Studart Corrêa é jornalista, professor universitário e historiador. É formado pela UnB desde 1983, se tornou mestre em 2005 e doutor em História em 2014, também pela Universidade de Brasília. Ganhou diversos prêmios de jornalismo, como o Prêmio Esso e o Abril. Como jornalista, Studart, trabalhou como repórter investigativo no Jornal do Brasil, O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo; como editor político e colunista nas revistas Veja, Manchete e Dinheiro; como diretor e colunista político da IstoÉ; além de editor-chefe da revista Desafios do Desenvolvimento, do Ipea. Colaborou com artigos, colunas, ensaios ou crônicas em veículos como Exame, Imprensa, República, Primeira Leitura, Brasil História; colabora com artigos de opinião para O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo.

Hugo Studart - Guerrilha do Araguaia
Caio Mondego, Bruno Benitz, Kael Studart e Natasha de Albuquerque

Hugo Studart, em entrevista feita ao G1 e a Pedro Bial ele conta que desde 1998 vem formando um acervo pessoal sobre a luta armada no Brasil. Documentos que conseguiu com militares da reserva que guardavam relevantes informações. “Em 2011 passei a fazer parte, como representante da UnB, do Grupo de Trabalho da Presidência que buscou os corpos dos desaparecidos do Araguaia. Foi nessa condição que o então ministro da Defesa, Nelson Jobim, autorizou os pesquisadores do grupo a acessarem os acervos dos extintos SNI e dos Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica, CISA. Há muitos documentos interessantes nesses arquivos.

Hugo Studart - Guerrilha do Araguaia
Gilberto Azevedo e Ângela Rehem

O mais revelador, verdadeira Pedra de Roseta, é um levantamento da Agência Central do SNI, de 1996, que aponta o destino da maior parte dos guerrilheiros. Melhor: aponta para os números dos documentos originais e onde estão arquivados. Sobre os documentos, relevante registrar que há muito mito sobre os mesmos. Os militares brasileiros sempre evitavam registrar em papel informações essenciais. O melhor ficou resguardado nas memórias daqueles que participaram da repressão”, diz o pesquisador.

Hugo Studart - Guerrilha do Araguaia
João Bosco e Adelina Araújo

Studart é professor associado do Núcleo de Estudos da Paz e dos Direitos Humanos da UnB. É, também, membro da Academia de Letras de Brasília e do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal.

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Fotos: Filipe Cardoso/Metrópoles