Aeronaves brasileiras e estrangeiras fazem treinamento militar
A Força Aérea Brasileira começou neste domingo, em Natal, Rio Grande do Norte, exercício militar envolvendo 13 países e cem aeronaves brasileiras e estrangeiras. Segundo a FAB até o dia 30 deste mês estão previstas 1,3 mil horas de voo. Este é o maior treinamento multinacional de guerra já promovido pela Aeronáutica com cerca de 1,7 mil militares.
A Marinha e Exército também participam dos exercícios de guerra. A FAB participa do exercício com 70 aeronaves. A Marinha mostra os Caças AF-1. Os Estados Unidos enviaram para o Brasil cerca de 130 militares, seis caças F-16 e uma aeronave KC-135, usada para reabastecimento. O Chile participa com 90 militares e cinco caças F-16. O Peru tem quatro caças A-37 e mais quatro Mirage 2000, além de cem homens. A França e o Canadá enviaram dois cargueiros para a missão.
O treinamento faz parte do 8º Exercício Cruzeiro do Sul, que é realizado pela FAB desde 2002 e faz simulações de cenários de guerra e promove a troca de experiências entre as nações participantes, como Canadá, Chile, Estados Unidos, França, Peru e Uruguai. Alemanha, Bolívia, Índia, Portugal, Suécia, e Venezuela também participam, mas como observadores ou palestrantes.

O Brigadeiro do Ar Luiz Guilherme Silveira de Medeiros, Diretor da manobra, fala sobre os ganhos operacionais da CRUZEX 2018. “O exercício é importante por três motivos. Primeiro, pelo intercâmbio de experiências. Em 2002, na primeira edição da CRUZEX, recebemos três países com meios aéreos e um país mandou observador militar. Hoje, temos sete países que irão trazer aeronaves, fora os observadores. Essa troca de experiências é essencial para que a Força atinja um nível de treinamento adequado. Em segundo lugar, a CRUZEX é importante pela interoperabilidade que proporciona: nesta edição, Exército e Marinha também estão participando, inclusive nas ações de guerra não convencional, que é uma das principais novidades da edição deste ano. Nesse tipo de cenário, o conflito não acontece entre dois Estados constituídos, mas contra forças insurgentes. E, finalmente, o exercício é importante pela possibilidade de treinar os nossos meios logísticos-operacionais. Isso é essencial porque, na eventualidade de um conflito ou na eventualidade de o país ser deslocado, por exemplo, para atender a uma operação de paz, nós temos que ter essas expertises para executar”, declara o Brigadeiro do Ar Luiz Guilherme Silveira de Medeiros.
O Brigadeiro Medeiros explica porque investir em treinamento de guerra em um país pacífico como o Brasil. “As Forças Armadas são do povo brasileiro. E, pelas características do nosso país, trata-se de muito mais de forças de defesa e não forças de ataque, que servem para garantir a defesa da Pátria e dos seus poderes constituídos. Essa é a nossa missão. E é pra isso que precisamos estar prontos; é para isso que estamos treinando aqui”.
Segundo o diretor do exercício, Brigadeiro Medeiros, a CRUZEX 2018 vai permitir aos brasileiros treinarem ao lado de militares estrangeiros que já realizam esse tipo de missão no contexto da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). “A importância para a FAB treinar esse cenário não convencional está na possibilidade de o Brasil enviar aeronaves para integrar missões da ONU. “Se acontecer, precisamos estar preparados”, explica o Brigadeiro Medeiros.
Fotos: Major Romanelli/FAB, Sargento Bianca Viol/CECOMSAER e Pedro Vitorino