Jurista Sigmaringa Seixas morre aos 74 anos de leucemia
É com pesar que registro o falecimento do advogado e ex-deputado federal Luiz Carlos Sigmaringa Seixas, ocorrido na terça-feira, em São Paulo. Sigmaringa estava internado no Hospital Sírio-Libanês, onde fez transplante de medula para combater uma mielodisplasia, um tipo de falência da medula óssea na produção de células.
O advogado deixa a esposa Marina Luce de Carvalho e dois filhos. O velório ocorre nesta quarta-feira, no Campo da Esperança da Asa Sul. O enterro está previsto para às 16h30 de hoje. “Perdi um irmão e um amigo sempre pronto a ajudar a todos. O que mais lamento é que ele tinha muita vontade de viver”, disse o jornalista José Carlos Sigmaringa Seixas. Nossa solidariedade à família e amigos neste momento de dor.
Luiz Carlos Sigmarinha Seixas nasceu em Niterói, se formou em Direito na Universidade Federal Fluminense e veio para Brasília na década de 1970. Como advogado, defendeu presos políticos e estudantes na ditadura militar. Na capital, tornou-se conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF) de 1976 a 1984 e consultor da Anistia Internacional e vice-presidente do Comitê Brasileiro de Anistia no DF.
Ao lado de Maurício Correa defendeu a OAB/DF da interdição dos militares em 1983. Sigmaringa Seixas foi eleito deputado federal para a Assembleia Nacional Constituinte de 1987, pelo PMDB-DF, e transitava com facilidade no ambiente político. O advogado e político foi filiado ao PMDB, ao PSDB e ao PT. Sig, como era chamado pelos amigos, era filho do ex-presidente da OAB/DF Antônio Carlos Sigmaringa Seixas, que morreu aos 94 anos, em janeiro de 2016.
O presidente da República, Michel Temer, postou uma mensagem de luto no início desta tarde: “Lamento imensamente a morte do grande advogado e homem público, Sigmaringa Seixas, um lutador pela democracia brasileira. Meus sentimentos de pesar à família e amigos”.
O governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, também lamentou a morte do defensor da democracia e dos direitos humanso. “Sempre investiu no diálogo para buscar soluções para o Brasil”, escreveu. Rollemberg diz que Sigmaringa “se notabilizou na luta pela redemocratização do país e pelo direito do brasiliense de votar e eleger seus representantes para o governo e os parlamentos local e federal”. O governador decretou luto oficial de três dias na capital.
O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Claudio Lamachia, em nota diz que Seixas teve atuação “memorável tanto na defesa dos Direitos Humanos como também na dedicação a advocacia”. “Com longa dedicação a política, foi deputado federal constituinte e teve atuação marcada pela defesa das causas humanistas”, diz a OAB.
O governador eleito do DF, Ibaneis Rocha afirmou em nota que Sigmaringa foi um político marcante. “Em um momento decisivo para o Distrito Federal e para o Brasil, ajudou a escrever a Constituição do país e desempenhou papel importante para a ampliação das liberdades Civis e dos direitos e garantias fundamentais do cidadão.”
“A história do Sigmaringa se confunde com a história de Brasília. Acima de tudo, morreu um amigo, que irá fazer falta”, lamentou Ibaneis.
Sigmaringa Seixas foi um lutador incansável pela justiça e pela democracia em nosso país. Uma energia do bem, um mestre na arte da conciliação. Sigmaringa teve um papel fundamental na redemocratização do país e na autonomia política de Brasília.
Brasília perde uma grande liderança política e a advocacia perde um de seus mais brilhantes e honrados advogados. Uma irreparável perda. Estamos de luto.