Minas Gerais sofre mais uma tragédia humana e ambiental
Depois da catástrofe de Mariana, em 2015, considerada a maior tragédia ambiental da história do Brasil, um novo acidente ocorre em Minas Gerais e envolvendo a mesma empresa: a Vale. O rompimento da barragem na cidade de Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, chocou os ambientalistas e deixou Minas Gerais e o Brasil em choque.
De acordo com o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, o rejeito que vazou da Mina Feijão atingiu o Rio Paraopeba por volta das 15 horas. O vazamento ocorreu em consequência do rompimento da barragem. Os bombeiros estimam que cerca de 200 pessoas ainda estejam desparecidas. Situada em Brumadinho (MG), na região metropolitana de Belo Horizonte, a Mina Feijão pertencente à Vale.

As causas e responsabilidades pelo ocorrido serão apuradas pelo governo de Minas. O presidente da Vale, Fábio Schvartsman, disse que ainda não sabe o que aconteceu e que a tragédia nos pegou de surpresa. Ele afirmou que a barragem estava inativa, pois há mais de três anos não opera, ou seja sem receber resíduos.

“Nós não pouparemos esforços, nós temos um gabinete de crise montado, nós mobilizamos todas as ambulâncias na região, aproximadamente 40”, disse o presidente da Vale. “Estamos complementando tudo aquilo que os hospitais públicos são capazes de atender. Estamos fazendo um esforço grande de assistência social, inclusive com a presença de psicólogos.”
Fábio Schvartsman, disse que a maioria das vítimas, do rompimento da barragem em Brumadinho, nos arredores de Belo Horizonte, é de funcionários da empresa e que 182 já foram resgatadas com vida.
O presidente da Vale informou que desde a tragédia de Mariana a empresa buscou tomar providências para garantir mais segurança às barragens, ampliando uma série de ações, como a execução de fiscalização periódica, revisões realizadas por empresas estrangeiras e auditorias externas, além de implantação de sirenes.

A Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), empresa vinculada ao governo mineiro, informou por meio de nota que poderá alterar a forma de abastecimento de água da região metropolitana de Belo Horizonte, que é atendida pelo Sistema Paraopeba. A estatal, porém, assegurou que a população não seria prejudicada. “Caso seja necessário, o abastecimento da região atendida pelo Sistema Paraopeba, passará a ser realizado pelas represas do Rio Manso, Serra Azul, Várzea das Flores e pela captação a fio d’água do Rio das Velhas”, informou a Copasa.
As prefeituras de municípios vizinhos a Brumadinho e cortados pelo Rio Paraopeba alertaram a população sobre o risco de uma súbita elevação do nível da água e recomendaram que as pessoas se afastem do rio. Além disso, as autoridades municipais já se mobilizam para enfrentar eventuais impactos que o rompimento da barragem na Mina Córrego do Feijão, da mineradora Vale, nesta sexta-feira pode causar.
O presidente Jair Bolsonaro destacou que um gabinete de crise monitora a situação e que ele vai pessoalmente conferir a situação para tomar todas as medidas cabíveis.
“Amanhã pela manhã, juntamente ao ministro da Defesa, partiremos para Belo Horizonte. De lá, cerrará à nossa delegação o senhor governador do estado de Minas onde sobrevoaremos a região, para que possamos então, mais uma vez reavaliando os danos, tomar todas as medidas cabíveis para minorar o sofrimento de familiares de possíveis vítimas, bem como a questão ambiental”, disse o presidente Jair Bolsonaro em pronunciamento no Palácio do Planalto.

Esta é mais uma tragédia humana e ambiental e por isso requer rigor na fiscalização e na aplicação das normas para que seja possível evitar mais tragédias. Até agora as vítimas de Mariana ainda sofrem e a recuperação social e ambiental está longe de acabar. É preciso mais empenho da fiscalização ambiental.
