Janeiro Roxo 2019 – conscientização e combate à Hanseníase
Manchas vermelhas, rosas ou brancas e alteração na sensibilidade da pele: essas são algumas características da hanseníase, uma das principais doenças dermatológicas do Brasil. O país ocupa o segundo lugar no ranking mundial de casos da enfermidade, ficando atrás apenas da Índia.
Para conscientizar a população e tentar diminuir o número de casos no Brasil, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) criou a campanha “Janeiro Roxo”. O último domingo do mês foi estabelecido como o Dia Nacional de Combate e Prevenção.
O Palácio do Buriti vestiu-se de roxo em referência ao Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase e até o dia 1° de fevereiro o GDF promove ações educativas para a população nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), da região Centro Sul, que engloba Guará, Candangolândia, Núcleo Bandeirante, SIA, Park Way, Estrutural, Riacho Fundo I e II.
Durante a campanha da Secretaria de Saúde do DF, haverá banners explicativos nas UBSs, rodas de conversa nos acolhimentos e salas de espera das unidades, além de consultas individualizadas para aqueles com suspeita da doença.
A iniciativa busca melhorar o controle da doença por meio da disseminação de informações sobre o diagnóstico precoce, tratamento, prevenção e superação do preconceito.
A hanseníase, doença causada pela bactéria Mycobacterium leprae,é considerada uma das enfermidades mais antigas da humanidade, e por muitos anos não havia tratamento adequado, o que levava o isolamento dos pacientes e preconceito pela falta de informações.
Até a década de 1970, era chamada simplesmente de lepra no país. Devido ao estigma que o problema carregava, a nomenclatura foi alterada. Hoje a doença tem tratamento e cura, mas ainda hoje representa um problema de saúde pública no Brasil.
No Brasil, o tratamento é gratuito e oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A prevenção e o tratamento da hanseníase podem ser feitos em qualquer unidade básica de saúde da rede pública. Quando descoberta e tratada tardiamente, porém, a hanseníase pode trazer deformidades e incapacidades físicas.
Os sinais da doença incluem manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas; pele ressecada, sem suor, queda de pelos ou perda de sensibilidade; sensação de formigamento, dor e sensação de choque, fisgada ou agulhada nos nervos de braços e pernas. A enfermidade não é mortal, mas é potencialmente incapacitante. “Quem fica com sensibilidade nas mãos ou pés, por exemplo, não vai sentir uma panela quente ou uma pedrinha no sapato. E isso leva a machucados, feridas e úlceras, que podem causar infecções no tecido mole e até mutilações”, alertam os especialistas.
Apesar de ser uma doença da pele, é transmitida através de gotículas que saem do nariz, ou através da saliva do paciente. Afeta primordialmente a pele, mas pode afetar também os olhos, os nervos periféricos e, eventualmente, outros órgãos. Ao penetrar no organismo, a bactéria inicia uma luta com o sistema imunológico do paciente. O período em que a bactéria fica escondida ou adormecida no organismo é prolongado, e pode variar de dois a sete anos.
Fotos: Vinícius de Melo / GDF