Dia Mundial do Câncer: a importância da rapidez do diagnóstico

A data foi instituída em 2005 pela União Internacional de Controle do Câncer e pela Organização Mundial de Saúde. Em 2019 tem como slogam “Eu Sou e Eu Vou”. A campanha  global de combate ao Câncer coloca cada indivíduo, instituição, empresa, governo ou comunidade como potencial vetor de transformação e redução do impacto do câncer.

A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) destaca que anualmente, cerca de 9,6 milhões de pessoas em todo o mundo perdem a vida por causa do câncer e  que até 2030, esta deve ser a principal causa de morte. Por isso, a campanha busca reforçar a importância do diagnóstico rápido, para que esses números sejam menores.

Esses números poderiam ser menores se a doença fosse detectada mais cedo, de modo a permitir um tratamento mais eficaz e assertivo, afirma a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama).

Maira Caleffi, presidente voluntária da Femama, reforça que ações em datas como o Dia Mundial de Combate ao Câncer são fundamentais para que a população e o governo deem mais atenção a projetos com potencial de transformação, como a PEC dos 30 Dias.

De acordo com o PLC 143, de 2018, de autoria da deputada federal Carmen Zanotto (PPS-SC) nos casos em que a principal hipótese diagnóstica for o câncer, os exames necessários antes do tratamento devem ser feitos com o prazo máximo de 30 dias, após solicitação do médico responsável.

O projeto estabelece, portanto, que os exames necessários para a descoberta do câncer ou a confirmação em biópsia devem ser feitas em 30 dias no Sistema Único de Saúde (SUS).

Todos nós podemos contribuir para o avanço da PEC dos 30 Dias no Senado. No portal do Senado E-cidadania, vamos votar de maneira afirmativa à pergunta: “Você Apoia essa Proposição?”.

Diagnóstico precoce e tratamento imediato aumenta a chance de sobrevida. Vamos todos apoiar a PEC dos 30 Dias. Unidos podemos cobrar dos nossos representantes no Senado, a aprovação de uma legislação que permita rapidez no diagnóstico e tratamento.

A mobilização chegou no futebol gaúcho. A Arena do Grêmio recebeu iluminação especial para chamar atenção da importância da rapidez do diagnóstico e da mobilização pela aprovação da PEC dos 30 Dias no Senado.

Em dezembro de 2018, uma equipe de cientistas da Universidade de Queensland, em Brisbane, na Austrália, desenvolveu um exame que, em 10 minutos, permite detectar as células cancerosas e realizar um diagnóstico inicial mais rápido. A pesquisa, publicada na revista Nature Communications, serviu para analisar as diferenças no DNA entre as células cancerosas e as que não estão danificadas.

O cientista Matt Trau, que liderou a equipe,explica que em todas as células humanas maduras, o DNA sofre modificações em um processo chamado metilação, que está programado geneticamente, de modo que a informação genômica nas células cancerosas é significativamente diferente das células sadias. Segundo Matt a diferença no processo de metilação das células cancerosas influi nas propriedades físicas e químicas do DNA.

“Utilizamos esse comportamento distinto para desenvolver o exame que permite detectar o câncer a partir da análise de uma pequena quantidade de DNA do paciente e cujo resultado sai em 10 minutos”, informa o cientista Matt Trau.

Encontrar a cura para o câncer têm sido o objetivo de inúmeros cientistas das principais universidades do mundo. Os imunologistas James P. Allison, dos Estados Unidos, e Tasuku Honjo, do Japão, encontraram maneiras de desativar proteínas que impediam células de defesa de atacar as células cancerígenas.

Este novo tipo de terapia contra o câncer que “desativa o freio” do sistema imunológico humano é considerada uma nova esperança para a cura da doença e por isso foi premiada com o Nobel de Medicina 2018.

A Assembleia Nobel do Instituto Karolinska de Estocolmo, na Suécia, disse por meio de comunicado, “que as terapias pela inibição da regulação imune negativa são ‘um marco’ na luta contra o câncer. As descobertas ‘transcendentais’ feitas por ambos os cientistas ‘estabeleceram um princípio completamente novo’ no campo da oncologia e permitem ‘aproveitar a habilidade do sistema imunológico para atacar as células cancerígenas’”.