DEM passa a comandar o Congresso Nacional
A Câmara dos Deputados e o Senado Federal serão presididos por representantes do DEM. Um do Rio de Janeiro, o outro do Amapá. O deputado federal Rodrigo Maia foi reconduzido para a presidência da Câmara e o senador Davi Alcolumbre foi eleito presidente do Senado. O DEM volta a comandar as duas casas legislativas do Congresso simultaneamente depois de duas décadas, quando ainda se chamava PFL.
O deputado federal do Rio de Janeiro, Rodrigo Maia, venceu as eleições em primeiro turno com 334 votos da direita à esquerda. Ele vai comandar a Casa por dois anos. Sua vitória já era esperada. Este é o seu terceiro mandato como presidente.
O primeiro foi em julho de 2016, para cumprir um mandato tampão em substituição ao deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O presidente da Câmara dos Deputados é o terceiro na linha de sucessão presidencial. É ele quem assume quando o presidente da República e o vice estão impedidos ou fora do País.
“Meu perfil é de equilíbrio, capacidade de diálogo, de conversar com todas as correntes políticas e ideológicas. Vivemos um momento de radicalização, o Parlamento vai ser a Casa que vai trazer essa radicalização a um ponto de equilíbrio”, disse Maia.
Formado em Economia, Rodrigo Maia , de 48 anos de idade, é deputado federal pelo Rio de Janeiro há seis legislaturas. Foi eleito para o primeiro mandato em 1998. Maia assumiu a presidência nacional do DEM, partido que ajudou a criar, em 2007. Pai de quatro filhos, é casado com Patrícia Vasconcelos, enteada do ex-ministro Moreira Franco.
O senador Davi Samuel Alcolumbre Tobelem foi eleito presidente do Senado Federal no inicio da noite de sábado com 42 votos. Senador de primeiro mandato, Alcolumbre teve uma atuação discreta nos primeiros quatro anos de mandato no Senado. Na disputa pelo comando da Casa, revelou-se um hábil articulador, congregando os adversários de Renan Calheiros e os aliados do governo federal, como o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, também filiado ao DEM.
Alcolumbre defendeu a pacificação no Senado. “Não conduzirei o Senado com revanchismo”, prometeu. O senador fez agradecimentos aos três senadores que declinaram da candidatura em seu favor e a Renan, seu principal adversário. “Meus adversários terão minha deferência para a construção de um novo Senado com ânimos serenados e voltados para o bem comum. Precisamos unificar o Senado em torno do que lhe deve ser mais caro: a República e o interesse público. Não tem inimigos na política”, afirmou.
O senador disse que, em sua gestão, governo e oposição receberão o mesmo tratamento e que a votação realizada ontem foi a última secreta realizada pela Casa. “Manifesto desde já que, no que depender da minha condução, essa será a derradeira sessão do segredismo, do confronto enganoso do voto secreto. Só com transparência em todas as nossas práticas o Senado reconquistará seu prestigio e revelará sua estatura no conjunto dos poderes. Não devemos temer críticas das ruas, devemos ouvi-las com atenção e reconhecê-las com humildade.”
Para Alcolumbre, o Senado precisa ser independente e respeitado, porque é um Poder da República. “O Senado não pode se curvar à intromissão do Judiciário e de qualquer outro Poder”, disse o presidente. Segundo ele, as reformas terão prioridade no Senado e que “os desejos das ruas terão protagonismo”.
O senador Alcolumbre de 41 anos, estreou na política no início deste século. Foi vereador em Macapá entre 2001 e 2002, três vezes deputado federal de 2003 a 2014 e chegou ao Senado em 2015 eleito pelo Amapá, desbancando José Sarney. Seu suplente é seu irmão Josiel Alcolumbre. Nas eleições de outubro passado, concorreu ao governo do Amapá e ficou em terceiro lugar.
