Sandra Mazzini traz “Paisagens Expandidas” para Brasília

A visão subjetiva da natureza, da paulista Sandra Mazzini, pode ser vista no Museu Nacional da República, em Brasília, até o dia 28 deste mês. As obras da exposição Paisagens Expandidas foram produzidas entre 2016 e 2018, e a natureza tem papel de destaque na mostra. A curadoria da exposição é de Denise Mattar.

Esta é a primeira vez que a artista estreia em Brasília com 13 obras caracterizadas pelos contrastes, como a tecnologia e o toque humano, o futuro e o passado, a abstração a partir de imagens muito nítidas, mistura de técnicas e a força das cores, especialmente o verde.

“Minhas pinturas demandam bastante tempo e acredito que de certa forma elas falam sobre tempo. Acredito que fragmentar a imagem evidencia isso. O resultado não é fluído, é cheio de quebras e recortes não lineares, onde um espaço com um tratamento mais delicado faz fronteira com um gesto mais brusco, onde uma coloração de entardecer pode ser vizinha de um tom bem claro da manhã. São pedaços de temperatura e temperamento, como um quebra-cabeça”, diz Sandra Mazzini.

A artista é formada em artes visuais e desenvolve suas pesquisas no Ateliê 509. Sandra Mazzini foi destaque nas feiras ArtRio e SP-Arte. A curadora da exposição, Denise Mattar, diz que Sandra é uma jovem artista que consegue reunir contrastes e integra técnicas do passado e do presente, em desafiadora harmonia.

“Seu trabalho borra as categorias tradicionais de pintura, fotografia e desenho, e se reveste de indiscutível contemporaneidade, imersa numa visão idílica da nossa natureza exuberante. Ao mesmo tempo cada trabalho é permeado por um pulsar constante, por uma vibração que extrapola a paisagem nele representada. Herdeiro de um processo histórico e filosófico que separou a arte da beleza, o circuito de arte tem assistido à produção constante de obras conceituais, sem compromisso algum com a visualidade. Poucos artistas conseguem se libertar dessa imposição crítica e ousar a Beleza. É o caso de Sandra Mazzini, que, sem medo, nos proporciona uma visão luminosa das possibilidades do futuro – um bálsamo para o tempo ardido que vivemos”, declara Denise Mattar.

O Diretor do Museu Nacional da República Honestino Guimarães, Charles Cosac, diz que é uma grande honra para o Museu Nacional da República receber a primeira exposição solo desta jovem artista paulista.

“A pintura refratária de Sandra Mazzini é um dos conjuntos de obras mais surpreendentes de jovens artistas do século XXI. Trata-se de tapeçarias pintadas à mão, sob o efeito de ondas, luz e tempo. São inúmeros pedaços de pequenos bordados que, juntos, formam enormes superfícies convidativas que provocam no espectador o desejo de entrar ou, ao menos, de estar próximo observando. A natureza quadrangulada proposta pela artista emite uma tranquilidade perturbadora, na medida em que manipula diversas gradações de uma mesma cor sobre uma mesma superfície. A artista, exímia pintora e grande colorista, trabalha, por um lado, a própria pintura, e, por outro, a imagem que o espectador procura ver. Não se sabe se o efeito caleidoscópico é fruto de uma deficiência visual, uma vertigem ou mesmo uma alucinação, ou se a natureza não é tão perfeita como lhe concebemos”, declara Charles Cosac.

A mostra pode ser visitada de terça a domingo, das 9h às 18h30 na Galeria Térrea, do Museu Nacional da República. A exposição é espetacular. Vale a pena conferir.