Morre Christo, o artista que embrulhou monumentos e desafiou limites

O búlgaro Christo Vladimirov Javacheff, faleceu aos 84 anos, no dia 31 de maio de “causas naturais”, em sua casa em Nova York, segundo o seu perfil no Facebook. “Christo viveu sua vida plenamente, não apenas imaginando o que parecia impossível, mas percebendo. O trabalho de Christo e Jeanne-Claude reuniu pessoas com experiências compartilhadas de todo o mundo, e seu trabalho é perpetuado em nossos corações e nossas memórias”, escreveram seus colaboradores na mensagem do Facebook.

Christo conheceu em 1958, sua esposa francesa Jeanne-Claude Denat de Guillebon e começaram aí uma parceria na vida e na arte. Christo decidiu se estabelecer em Nova York e obteve a cidadania americana.
O artista plástico ficou famoso em 1960 por suas colossais obras feitas nos grandes monumentos em várias partes do mundo. Christo formou ao lado da esposa e parceira Jeanne-Claude Denat de Guillebon,um dos casais mais conhecidos e badalados da arte Contemporânea.
O artista extravasava e implodia os limites impostos à escultura. Suas obras levavam anos para serem concebidas e milhões de dólares para serem vistas em alguns dias. Jeanne-Claude faleceu em 2009 e Christo mergulhou ainda mais em suas produções com o apoio do filho Cyril Christo, fotógrafo e cineasta. Ainda bem que a fotografia eternizou todas as maravilhas deste insuperável artista.

Dentre as inúmeras obras famosas destaque para o do Parlamento Reichstag,em Berlim; Central Park em Nova York, no Lago Iseo, na Itália, em Minneapolis, Estados Unidos; museu suíço Kunsthalle, em Berna; montanhas do Colorado, nos EUA; costa da Austrália; Muralha Aureliana, na Itália; ilhas da Baia de Biscayne, em Miami; Ponte Neuf em Paris; Os guarda-chuvas instalados nos Estados Unidos e no Japão; Árvores embrulhadas na Suiça; A parede, no gasômetro de Oberhausen, na Alemanha; no Hyde Park, em Londres, dentre tantas relíquias.

O último projeto em preparação do artista Christo , o envoltório do Arco do Triunfo na capital francesa, foi adiado devido à epidemia de coronavírus. O artista búlgaro Christo Vladimirov Javacheff deixa este mundo, mas suas obras ficam para a eternidade.
Enumeramos aqui, algumas das fenomenais criações de Christo que a mídia internacional divulgou ao longo de décadas.

O artista búlgaro Christo inaugurou em 2016 mais uma de suas obras grandiosas: uma passarela que permite aos visitantes caminhar sobre o lago de Iseo, no norte da Itália. A instalação, que liga as cidades de Sulzano e Monte Isola, é feita de 220 mil cubos plásticos flutuantes, cobertos com 100 mil metros quadrados de tecido amarelo.

A característica mais conhecida de Christo é o “embrulhamento” de monumentos e construções. O projeto The London Mastaba, no Hyde Park, em Londres, London, obra assinada por Christo e Jeanne-Claude, sua mulher, que morreu em 2009.
“Pacote de 42.390 pés cúbicos”, de 1966, em Minneapolis, Estados Unidos. O pacote foi preenchido com 2.800 balões coloridos e içado a seis metros por um helicóptero.
“Fonte embrulhada” e “Torre medieval embrulhada” são de 1968, em Spoleto, na Itália.

O museu suíço Kunsthalle, em Berna, foi o primeiro prédio público embrulhado por Christo e Jeanne-Claude, em 1967-1968.

O “Pacote de 5.600 metros cúbicos” foi construído para a Documenta de Kassel em 1968. Com 85 metros de altura, foi o maior objeto inflado sem uma estrutura interior.

Na obra a “Costa embrulhada” na Austrália, foram usados 93 mil metros quadrados de tecido e 56 quilômetros de cordas, em 1968-1969.
No outono de 1970, Christo e Jeanne-Claude embrulharam os monumentos a Vittorio Emanuele II e a Leonardo da Vinci, em Milão, na Itália.

A “Cortina do vale” foi instalada entre duas montanhas do Colorado, nos EUA, em 1972. O tecido laranja, de 18,6 mil metros quadrados, precisou ser retirado 28 horas depois da instalação devido a uma ventania.
Um trecho da Muralha Aureliana, na Itália, ficou embrulhado durante 40 dias em 1974. A obra recebeu o nome de “Parede romana embrulhada”.

Em 1983, Christo circundou onze ilhas da Baia de Biscayne, em Miami, com um tecido rosa flutuante.
Christo e Jeanne-Claude instalaram uma Cerca de 5,5 metros de altura e 39,4 quilômetros de extensão na Califórnia, EUA, em 1976.

A ponte mais antiga de Paris a Neuf, foi embrulhada num projeto de Christo e Jeanne-Claude concebido em 1975 e concluído em 1985.

“Os guarda-chuvas” de Christo foram instalados nos Estados Unidos e no Japão simultaneamente, em 1991.

O prédio do parlamento alemão, em Berlim, Reichstag permaneceu embrulhado por duas semanas, em 1995.

“Árvores embrulhadas” foi um projeto que levou 32 anos para ser realizado. A exibição aconteceu em 1998, na Suíça.

A obra “Os Portões”, reuniu 7.503 portões de tecido alaranjado no meio do Central Park, em Nova York, em 2005.

A obra o “Grande pacote de ar”, 2013, na Alemanha, ocupou novamente o gasômetro de Oberhausen, desta vez com um gigantesco pacote inflado.
