Mães são as mais impactadas com a pandemia do novo coronavírus
A pandemia do novo coronavírus não mudou apenas o jeito da gente trabalhar e se relacionar. Afetou de diferentes maneiras as pessoas e principalmente impactou as mães. O cenário é perverso com as mulheres de forma geral porque precisam se dividir entre tantas atribuições e isso sobrecarrega o psicológico.
As mulheres estão cuidando das crianças, trabalhando, e muitas delas são chefes de famílias. Ter que lidar com essas responsabilidades sem o suporte para cuidar de seus filhos ou delas mesmas gera sobrecarga. O isolamento social, transformou de forma radical a nossa vida e nada indica que a situação vai mudar tão cedo.

Estar em casa em tempo integral vendo o mundo pela janela e pelas mídias sociais, acaba sendo uma porta aberta para as descobertas e reflexões e, também, para os excessos com o home office, casa, filhos e alimentação.
A ansiedade e o estresse que acompanham esta crise de saúde pública têm impactado a saúde mental das pessoas em todo o mundo, mas novos estudos revelam que as mulheres são as que mais sofrem com a sobrecarga psicológica causada pela crise.
A pandemia destaca as diferenças entre raça, classe social e outras características da nossa sociedade.Tem mães que não tem tempo nem para cuidar de si e tão pouco sabem como vão estar após tudo isso terminar. O sentimento geral é de frustração e culpa.
Um estudo do Centro de Pesquisa Econômica e Social da Universidade do Sul da Califórnia, nos Estados Unidos, mostra que as mulheres são as mais prejudicadas pela pandemia do novo coronavírus, principalmente aquelas que não possuem graduação. Segundo os cientistas, elas sofreram mais perdas de emprego do que os homens e assumiram mais responsabilidade na casa e com os filhos.
Para realizar a pesquisa, os especialistas entrevistaram 6.824 adultos nos EUA sobre as mudanças que o Sars-CoV-2 causou em suas vidas. O estudo foi realizado entre 10 de março e 16 de junho e disponibilizado pelos pesquisadores.
Os dados mostraram que 44% das mulheres no início de abril relataram ser o único membro da família que prestava assistência aos filhos, em comparação com 14% dos homens. Entre os adultos que trabalham, incluindo aqueles que trabalham em casa, uma em cada três mães informou que era a principal cuidadora das crianças, em comparação com 1 em cada 10 pais.
A economista Gema Zamarro, principal autora do estudo, diz que isso ocorre por diversos motivos: primeiro, a crise de saúde atingiu setores que empregam mais mulheres, como restaurantes e hotéis, levando a mais demissões; segundo, quando as escolas e creches fecharam e as ordens de distanciamento social dificultaram a ajuda de familiares, as necessidades de cuidar dos filhos aumentaram.
“Considerando que as mulheres já carregavam um fardo maior para cuidar de crianças antes da pandemia, não surpreende que as demandas sejam agora ainda maiores. No geral, isso também prejudicou a saúde mental das mulheres, principalmente as que têm filhos”, declara em nota Gema Zamarro.
A preocupação em não se contaminar e garantir o equilíbrio da situação financeira da família enquanto trabalham e cuidam dos filhos fez escalar o número de homens e mulheres que relataram algum tipo de abalo psicológico desde o início de março.
Para quem está na linha de frente é um pouco diferente, mas também dramático. Com senso de urgência, responsabilidade aumentada as pessoas estão se desdobrando com muitas horas trabalhadas e poucas de sono, para dar conta de tudo.
A internet ao mesmo tempo em que é a válvula de escape para nos conectarmos com o mundo e as pessoas que amamos é, também, fonte de ansiedade e sofrimento.
É preciso neste momento treinarmos nosso olhar e mente para encontrarmos sentido para seguirmos em frente nesta difícil jornada.
Vamos parar de acumular funções e nos permitir ter consciência de nossos medos e inseguranças. A pandemia nos transformou e por isso precisamos desenvolver estratégias para chegar até o outro lado sem a ansiedade de não saber como o “novo normal” será e cuja duração é difícil prever.
Para quem se sente angustiada, ansiosa ou depressiva, pode procurar ajuda no Centro de Valorização da Vida. A CVV realiza atendimentos gratuitos de apoio emocional e com garantia de sigilo e acesso via email e chat 24 horas.