Jornalista José Carlos Barroso revela em obra sua alma criativa

O jornalista José Carlos Camapum Barroso, formado na UnB, já esteve nas redações do Correio Braziliense, Jornal de Brasília, Diário de Brasília, Última Hora. Os mais de 40 anos de profissão lhe renderam um vasto aprendizado não só na imprensa como também na política.
O resultado disso é a obra literária “Vasto Mundo”. Nos 43 poemas, o jornalista e escritor revela sua veia poética e artística materializada em versos e estrofes que falam do amor, dos acontecimentos da vida com extrema sensibilidade e contornos de esperança.
O lirismo e o otimismo de José Carlos sempre foi conhecido e admirado pelos familiares, amigos e colegas de profissão. Certa vez ele me disse que quem tem coragem e acredita na força interior segue avante.
“Gosto de escrever, e faço isso diariamente, sejam textos de poesia, jornalísticos, crônicas ou artigos. A palavra, construção de frases, versos e letras de músicas sempre me encantaram, desde garoto”, diz o jornalista.
Em tempos digitais, para dar vazão à sua produção literária e também catalogá-la, criou, em 2011, o ZecaBlog. “De lá pra cá, muitas poesias surgiram e várias delas foram publicadas no blog. Tiveram boa recepção e começaram as sugestões: ‘ah, por que você não escreve um livro de poesias?’. Essa ideia foi amadurecendo até desaguar nesse Vasto Mundo”, conta José Carlos.
“Trato de forma geral das questões da nossa existência nesse mundo tão vasto, como diria Carlos Drummond, mas que, ao mesmo tempo, é tão pequeno por estamos próximos de todos que habitam esse planeta, pois enfrentamos dramas e angústias semelhantes”, revela José Carlos Barroso.
O prefácio do “Vasto Mundo” é do escritor Itaney Campos, membro da Academia Goiana de Letras (AGL).“O poeta sofre. Mas, resiste. Refugia-se na música, na poesia, na crônica, testemunhando a realidade macabra e acenando para um futuro risonho, no qual a arte terá cada vez mais espaço e soberania, contribuindo para um mundo mais humanizado, em que a solidariedade seja a tônica do convívio social. Faz ressurgir referências musicais e poéticas, revalorizando o que o país tem de melhor, na sua alma criativa: seu humor irrefreável, sua capacidade de dar a volta por cima e cultivar a alegria”.


José Carlos Camapum Barroso nasceu em Uruçu, Goiás, e reside em Brasília desde janeiro de 1973. Aqui construiu uma carreira e formou sua família. Além da arte de escrever é um apaixonado pela cidade monumental, pela diversidade cultural, pela música e poesia.
A obra “Vasto Mundo” é dedicada à mãe Iracema; à companheira Stela Márcia; aos filhos, Ramiro e Jordano; e aos netos, Juliano e Martina.
Conheça um pouco do poeta José Carlos Camapum Barroso
Segredos
Meus amores são de prata
Tirados do fundo de um baú
De madeira envelhecida,
Enegrecida pelos anos.
No fundo do baú, uma foto,
Em branco e preto, revela
Segredos inconfessáveis
De uma memória frágil…
Rasga o tempo em véu
De nuvens passageiras.
Lembra que a luz do céu
São estrelas derradeiras.
O sol, quando amanhece
O dia, é luz que ofusca
Toda certeza do amanhã.
Há no baú um último selo
De uma coleção perdida.
Olho de Boi arregalado,
Assustado pela ingratidão.
O tempo passa no baú,
Como passam os dias,
As noites, tempestades…
E até o badalar dos sinos
Passa, pela igrejinha,
Catedrais e seus vitrais…
Sob o peso da tampa,
Não nos cabemos mais…
Nossos sonhos, inflados,
Querem habitar o universo,
Espaço de uma luz divina
Que ilumina outros segredos..
Aos que vivem
Viver é sonhar
Sonhos que foram e virão
Viver é afastar
Pesadelos de hoje e de então
Viver é guardar
Os que se foram e jamais serão
Parte da nossa existência
Abraço em consistência
Cheiro de uma essência
Com sabor de convivência
Viver é deixar
Nas sombras do esquecimento
Espinhos de sofrimento
Mágoas e ressentimentos
Dores e odores renitentes
Pensamentos resistentes…
Viver é andar
Como São Pedro sobre as águas
Viver é buscar
Consolo na reencarnação
Viver é amar
É caridade, justiça e perdão.