“Incentivar jovens na leitura, é minha meta”, diz Ryan de 10 anos, novo integrante da ALB

Escolas públicas do DF são celeiros de talentos com altas habilidades e superdotação. Exemplo disso é Ryan Maia, que aprendeu a ler aos 4 anos e que aos 6 lançava seu primeiro livro: ‘uma heroína e uma herói’, com 28 páginas conta a vitória do bem sobre o mal. O segundo livro “A formiga fora do normal” foi escrito aos 9 anos.
Ryan foi diagnosticado com “superdotação e altas habilidades” em 2018 em avaliação psicopedagógica. É na Escola 64 de Ceilândia, um colégio da rede pública de ensino, que Ryan tem aulas e o acompanhamento na sala de recursos de altas habilidades/superdotação da Secretaria de Educação do DF. O estudante concilia a formação com os estudos em uma escola privada.
O pai Márcio Maia, bombeiro aposentado,diz que as habilidades de Ryan é motivo de alegria, mas tem sido acompanhado “com os pés no chão”. O desafio é fazer com que o menino aprenda a lidar com as altas habilidades que possui e, ao mesmo tempo, aproveite a infância.

Apaixonado por livros, o brasiliense Ryan Maia, além de escrever o menino resolveu criar um canal na internet para dar dicas de português e matemática para crianças e adultos. A facilidade com as palavras, a criatividade e o amor pela escrita chamam a atenção em Ryan e ele é chamado para participar de rodas de leitura em escolas e instituições. Ryan fala com desenvoltura desde a importância dos estudos até inclusão social e política.
Agora aos 10 anos vai integrar o núcleo jovem da Academia de Letras do Brasil (ALB) a convite do presidente André Pulling. O talentoso garoto toma posse como membro no próximo dia 14, na seccional do Distrito Federal. O grupo é formado por 13 crianças e adolescentes que, assim como Ryan, expressam as potencialidades nas “Belas Artes” e na escrita.

Segundo o presidente da ALB, Ryan “tem desenvoltura”, além das altas habilidades. “Ele tem histórico de incentivo à leitura, à cultura, é um empreendedor, não apenas de negócios, mas do âmbito cultural e da educação”, aponta André Pullig. “Ryan é mais novo do país a ingressar na Academia. É uma pessoa extremamente talentosa, de grande diferencial na literatura, com livros de excelente qualidade”, diz Pullig.
Para Ryan, ingressar na Academia será mais um incentivo para continuar na escrita.“Não tinha muita consciência da imensidão da Academia, mas, hoje, é motivo de muita alegria. Estou pensando em continuar a lançar livros”, conta.“Quando a árvore dá frutos bons frutos, é importante continuar e não parar por aí. Tem que continuar”, ensina o jovem escritor.
O pai de Ryan conta que o filho é educado, respeitador, obediente e tranquilo. “Com a vinda do Ryan e essas descobertas dele, temos aprendido muito. Com ele, não temos dúvidas sobre o futuro. Ele tem uma diferença de mentalidade, e a gente sabe que vai chegar a algum lugar, não está à própria sorte, ao acaso”, declara Márcio Maia.

André Pullig diz que o Núcleo Jovem da ALB em Brasília conta com 13 adolescentes. “A Academia de Letras observa jovens com grande potencial e faz o convite. Temos que reconhecer o talento e motivar, para que sirva de exemplo para tantos outros talentos”, diz o presidente.
A seccional da ALB em Brasília foi criada em 2010. Além do Brasil, a instituição também tem unidades na Bélgica, na Espanha, em Portugal, na Nova Zelândia e mais 16 países.
Fotos: Arquivo pessoal e Reprodução