Brasileiras são recorde em Tóquio na conquista de medalhas douradas

O domingo, dia 29 de agosto, está sendo especial para as atletas brasileiras nos Jogos Paralímpicos de Tóquio. As mulheres diversificaram os esportes e conquistaram os primeiros títulos da história no halterofilismo, com Mariana D’Andrea, do judô,com Alana Maldonado, e voltaram ao lugar mais alto do pódio depois de 17 anos na natação, com Carol Santiago.


As atletas mulheres brasileiras já conquistaram até agora quatro ouros, uma prata e seis bronzes, totalizando onze medalhas, no melhor resultado feminino do país desde Sydney 2000. No momento, o país está em sexto lugar, posição jamais alcançada pelo país (o melhor é sétimo lugar em Londres 2012).


Nas Paralimpíadas do Rio, por exemplo, dos 14 ouros conquistados pelo Brasil, apenas duas foram conquistadas exclusivamente pelas mulheres: Shirlene Coelho (lançamento do dardo F37) e Silvania Costa (salto em distância T11). O ano de 2021 está sendo especial para a história do esporte feminino do Brasil. E as Paralimpíadas são parte essencial desse fato.

Carol Santiago quebra próprio recorde na natação

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Carol Santiago quebra próprio recorde na natação paralímpica na final dos 50m livre da classe S13 com 26s82


A pernambucana Maria Carolina Santiago, de 36 anos, ganhou ouro e recorde paralímpico na final dos 50m livre da classe S13 com 26s82, no Centro Aquático de Tóquio, neste domingo. A nadadora superou sua própria marca anterior (26s87), alcançada nas eliminatórias da mesma prova nos Jogos Paralímpicos de Tóquio.


A brasileira se torna a primeira mulher do país a subir ao alto do pódio desde 2004 quando Fabiana Sugimori ganhou os 50m livre S11 nos Jogos de Atenas.


Carol ficou à frente da russa Anna Krivshina (27s06) e da italiana Carlotta Gilli (27s07). As duas companheiras de pódio são da classe S13, enquanto a brasileira é originalmente da classe S12, ou seja, tem um grau de deficiência maior. É comum que atletas de duas classes sejam reunidos nas disputas.

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Carol Santiago quebra jejum de 17 anos do Brasil na natação paralímpica na final dos 50m livre da classe S13 com 26s82


“Estou muito feliz. É incrível estar aqui nesta competição tão importante. Sempre gostei de competir. Estou emocionada. Agradeço a todos pela torcida e pelos brasileiros que têm chorado e dado risadas com a gente”, disse a medalhista de ouro do Brasil.


Mariana D’Andrea leva ouro inédito no halterofilismo

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Mariana D’Andrea conquistou a primeira medalha de ouro do halterofilismo na categoria até 73kg em uma Paralimpíada ao levantar 137kg

A brasileira Mariana D’Andrea, de 22 anos, conquistou, na noite de sábado, a primeira medalha do halterofilismo na categoria até 73kg em uma Paralimpíada. Mariana foi campeã paralímpica ao levantar 137kg.

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Mariana D’Andrea ganha ouro inédito no halterofilismo paralímpico no Japão

Mariana D’Andrea chegou às Paralimpíadas de Tóquio como líder do ranking mundial, após, em 2019, ter conquistado o ouro nos Jogos Parapan-Americanos de Lima.


Alana Maldonado ouro inédito no Judô

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Alana Maldonado é a primeira brasileira a conquistar uma medalha de ouro no judô em Paralimpíadas, na categoria B1/B2 até 70kg

Alana Maldonado se tornou a primeira mulher brasileira a conquistar uma medalha de ouro no judô em Paralimpíadas, na categoria B1/B2 até 70kg. A brasileira superou a georgiana Ina Kaldani na decisão por ter aplicado um waza-ari ainda no começo da luta, que terminou sem outras pontuações.

Alana era considerada uma das esperanças de medalha do Brasil. A atleta do Time Ajinomoto, de 26 anos, venceu duas por ippon e a final por waza-ari, praticamente sem correr riscos. Bem diferente da Alana que perdeu a final da Rio-2016, ficando com a prata, mas ganhou ouro no último Mundial realizado, em novembro de 2018.


Com a medalha de ouro no peito, a atleta admitiu que ainda não tinha a dimensão do peso da conquista. “A ficha está caindo aos poucos e eu estou processando. Parece que eu estou sonhando. Ontem a gente tava caminhando na Vila e eu falei: ‘amanhã eu vou caminhar com a minha paralímpica’. Ouvir o hino, a bandeira do país subindo, uma sensação única. Estou muito feliz, muito realizada por esse momento por deixado o meu nome na história do judô”.

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Alana disse que a conquista é muito especial por ter sido na Budokan, a casa do judô no mundo. “A (prata) do Rio e essa de ouro vão ser as edições mais especiais da minha vida. A do Rio por ser em casa, estar com toda a minha família, a torcida vibrando junto comigo. E aqui por ser o berço do judô. Ser campeã aqui é inexplicável. Vou defender meu título (em Paris) e ano que vem tem mundial, vou defender também”, finalizou Alana Maldonado.


A medalhista paralímpica treina no Palmeiras e conquistou a primeira medalha de ouro paralímpica da história do clube.

Fotos: Mikihito Matsui/CPB, Alex Davidson/Getty Imagens, Marko Djurica/Reuters