Pacheco se filia ao PSD no Memorial JK para romper a polarização de 2022

Anna Christina Kubitschek Pereira coloca o broche do PSD em Rodrigo Pacheco, durante solenidade no Memorial JK


O presidente do Congresso Nacional, Senador Rodrigo Pacheco, se filia ao PSD em cerimônia prestigiada no Memorial JK, em Brasília, com o intuito de adotar a postura conciliadora que marcou o ex-presidente Juscelino Kubitschek e romper a polarização de 2022.


O presidente do Senado recebeu o broche do PSD da neta do ex-presidente JK, Anna Christina Kubitschek Pereira, esposa de Paulo Octávio, presidente do PSD em Brasília.


Com a filiação, o PSD passa a contar com 12 senadores, a segunda maior bancada da Casa. O senador Antonio Anastasia (PSD-MG) destacou a trajetória do político. “Além de um amigo pessoal e muito querido por todos, Rodrigo é hoje uma das principais lideranças políticas do país. É jovem ao mesmo tempo que experiente”. Anastasia elogiou o mais novo integrante da legenda. “Ele chega no momento certo ao partido certo e tenho certeza de que isso renderá muitos bons frutos para o futuro do Brasil”.

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Presidente do Senado Rodrigo Pacheco se filia ao PSD no Memorial JK com aplausos de Anna Christina Kubitschek, neta de JK

O novo integrante do PSD, Rodrigo Pacheco, falou sobre a caminhada política de Juscelino Kubitschek como sendo uma espécie de farol e citou Tancredo Neves. “Juscelino fez tanto pelo país, nos deu esta nova capital nascida da sua coragem e perseverança. Tancredo era capaz de dialogar com quem quer que fosse, capaz de buscar o bom senso e equilíbrio”.


Rodrigo Pacheco disse que a “economia não deslancha” e citou o impacto da inflação na população. “Não podemos tolerar um país com base agrícola e pecuária, ter um cidadãos passando fome e buscando comida no lixo”, afirmou.


Pacheco afirmou que país passa por um momento grave
e precisa de decisões a favor dos brasileiros. “Hoje, estamos todos cansados e descrentes. Estamos cansados de viver em meio a tanta incerteza, a tanta incompreensão e intolerância. Uma sociedade dividida, em que cada um não admite o contrário e não aceita a existência do outro, nunca irá chegar a lugar algum”, disse o senador.


Questionado sobre candidatura à presidência da República, Pacheco disse que “tudo tem o seu tempo”. Segundo o Senador, suas atribuições enquanto presidente do Congresso o impedem de antecipar discussões de ordem político-eleitoral.

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Senador Rodrigo Pacheco, presidente do Congresso Nacional, é o novo integrante do PSD


O presidente do Senado destacou que é preciso ter maturidade política para separar as coisas. “Questões político-partidárias de 2022 não podem interferir nas boas relações que precisamos ter nesse momento”, disse Rodrigo Pacheco. “Nós devemos reservar para 2022 a definição em relação à posição do partido e não depende de mim, depende da posição do presidente Kassab, da Executiva Nacional e das bancadas federais e estaduais do partido”, afirmou.


Sobre as acusações de estar travando as pautas do Planalto, Pacheco rebateu as críticas dizendo que o Senado tem o seu tempo para analisar matérias. “Não há nenhuma má vontade com qualquer proposta que tramita na Casa, mas não é no tempo da Câmara ou do Planalto”, respondeu Pacheco.


“Sempre respeitei críticas. (…) Mas eu pretendo manter a minha postura de pacificação, de moderação e de diálogo absolutos com todos os agentes políticos, inclusive com o Palácio do Planalto. Nós temos essa forma de condução”, disse Pacheco.

Candidaturas em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Amazonas estão sendo articuladas pelo presidente do PSD Gilberto Kassab para impulsionar trajetória de Rodrigo Pacheco ao Planalto.


Apesar do tom moderado de Rodrigo Pacheco, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, afirmou que sua legenda terá candidatura própria ao Planalto, e que o presidente do Senado será o candidato. “É uma imensa satisfação e responsabilidade daqui pra frente. Ele não vai falar e nem reconhecer, pois ele vai fazer uma reflexão. [Mas] o Rodrigo Pacheco vai ser o nosso candidato e será presidente da República”.

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Senador Rodrigo Pacheco, Gilberto Kassab e Alexandre Silveira, no Memorial JK

O presidente do PSD de Minas, Alexandre Silveira, disse que Rodrigo Pacheco é a “voz do equilíbrio” diante da polarização. “Mais uma vez é preciso entender o Brasil. De tempos em tempos um mineiro é chamado para ajudar o Brasil. Rodrigo Pacheco tem em si a história e a tradição dos políticos mineiros. Num país ensurdecido pelas vozes da polarização ele se faz ouvir pela voz do equilíbrio e diálogo”.


O presidente do Senado foi eleito deputado federal em 2014 pelo MDB e na ocasião presidiu a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. Em 2018 se elegeu Senador da República e migrou para o DEM. Em fevereiro de 2020 assumiu a presidência do Congresso Nacional. Com tom moderador blinda o Senado de influências do Executivo.

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Senador Rodrigo Pacheco acompanhado de Gilberto Kassab,presidente nacional do PSD, no Memorial JK

Fotos: Ed Alves/CB/DA.PRESS e Luiz Felipe Barbiéri/g1