Empreendedorismo feminino: força, criatividade e inovação a serviço do progresso

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Dra. Janete Vaz, cofundadora do Grupo Sabin

O Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino, celebrado neste 19 de Novembro, foi criado em 2014 pela ONU em parceria com instituições globais de incentivo às mulheres que criam e comandam seus próprios negócios, e como parte de uma campanha contra a desigualdade de gênero no mercado de trabalho.


A data nos leva a refletir sobre a representatividade das mulheres em postos de liderança, os obstáculos da forte predominância de homens, os desafios para conquistar novos papéis na sociedade em busca de espaço e igualdade de direitos para caminhar rumo ao protagonismo em diversos mercados de atuação.


Apesar das mulheres representarem mais da metade da população, no Brasil, existem 9,3 milhões delas no comando de empresas, o que representa 34% de todos os donos de negócios do país, de acordo com dados do Sebrae. Esta desigualdade se deve a falta de incentivo e de apoio para que as mulheres empreendam. Apesar das dificuldades e dos desafios, as mulheres são capazes de obter resultados brilhantes à frente das empresas.

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Renata Malheiros, Coordenadora Nacional de Empreendedorismo Feminino do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), negócios que possuem mulheres em postos de liderança têm melhor desempenho como mostra o relatório “Mulheres na gestão empresarial: argumentos para uma mudança”, feito com base em uma pesquisa que ouviu mais de 13 mil empresas de mais de 70 países, inclusive o Brasil.


De acordo com o estudo, instituições que passaram a ser lideradas por mulheres obtiveram aumento nos lucros, mais facilidade para atrair e reter talentos, melhora na criatividade e inovação e progresso em relação à reputação das empresas.


Atualmente o Brasil é o sétimo país com o maior número de mulheres empreendedoras. O dado é de um levantamento da Global Entrepreneurship Monitor (GEM), realizado com 49 nações. Ao todo, são mais de 24 milhões de brasileiras tocando negócios próprios, gerando empregos e movimentando a economia.


A mesma pesquisa organizada pela GEM, revelou que as mulheres empreendedoras estudam 16% a mais do que os homens: enquanto eles dedicam, em média, 8,5 anos à formação, elas investem 9,9 anos de suas vidas. Em contrapartida, elas ganham menos: o rendimento médio mensal das empresárias é 22% menor.

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Ivonice Campos, presidente do Conselho da Mulher Empresária do Distrito Federal

Muitos são os motivos que ajudam a explicar estes números. Enquanto no mundo corporativo o preconceito é tido como um dos grandes motivadores da diferença salarial, para as empreendedoras o rendimento inferior pode estar relacionado à impossibilidade de dedicação integral ao negócio. É que muitas delas precisam se desdobrar para administrar as atividades da empresa, os cuidados com a casa e com os filhos.


Os dados evidenciam que conciliar melhor a jornada de trabalho com as tarefas domésticas é um dos grandes desafios para que as mulheres empreendedoras consigam melhores resultados no empreendimento próprio.


Outro problema é a necessidade de provar
mais do que os homens para obter credibilidade e reconhecimento do mercado, principalmente quando se trata de investidores. Mesmo extremamente qualificada, muitas vezes, a mulher é vista de forma inferior quando comparada ao que é feito com um homem com as mesmas qualificações.

A jornada empreendedora requer resiliência e paixão pelo que se faz, aprendizado diário sobre si, sobre a vida, como gerir o próprio negócio, como lidar com as pessoas e estar disposta a se reinventar todos os dias.

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Camila Farani, sócia-fundadora da G2 Capital, investidora do Shark Tank e fundadora da Innovaty


Isso é necessário porque muita gente desconfia do potencial empreendedor feminino e isso gera medo e insegurança. Mesmo assim é preciso driblar a desconfiança dos homens, as barreiras impostas às mulheres e acreditar na força interior e iniciar a caminhada rumo aos negócios. As dificuldades servem para testar o poder de superação e sempre há recompensa para quem não tem medo de começar uma atividade.


Para um mundo corporativo mais igualitário, é preciso buscar soluções para mudar os números de forma estrutural, valorizando o trabalho feminino e encorajando outras mulheres a empreender. Para encorajar a liderança feminina e dar visibilidade às mulheres que gerenciam seus próprios negócios, a Secretaria da Mulher oferece vários programas para incentivar a autonomia econômica e disponibilizar caminhos às moradoras do Distrito Federal, como o Oportunidade Mulher, Mulheres Hipercriativas e Mão na Massa.

Para a ONU Mulheres, ao valorizar o empreendedorismo feminino, a sociedade contribui tanto para a igualdade de gênero quanto para a redução de violência contra a mulher, visto que a dependência econômica é um dos motivos para elas permanecerem em relacionamentos abusivos.


A Câmara dos Deputados, numa demonstração de apoio e incentivo ao empreendedorismo feminino realizou hoje uma Sessão Solene em comemoração ao Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino. A solicitação foi iniciativa das deputadas Adriana Ventura (Novo-SP), por meio do Requerimento 2663/2020, em conjunto com o deputado General Peternelli (PSL-SP) e Paula Belmonte (Cidadania-DF), por meio do Requerimento 567/2021, e contou com apoio da Secretaria da Mulher, que tem a deputada Celina Leão (PP-DF) como coordenadora da bancada feminina.


No final da Sessão Solene, foram homenageadas mulheres nas áreas de Empreendedorismo Criativo e Inovação; Empreendedorismo e Competitividade; Empreendedorismo, Comunicação e Redes Sociais; Empreendedorismo Social e de Impacto; e Apoio ao Empreendedorismo Feminino.


A homenagem é uma distinção pela contribuição das empreendedoras na mudança de vida de milhares de mulheres brasileiras. Dentre as homenageadas estão a Dra. Janete Vaz, cofundadora do Grupo Sabin, Ivonice Campos, presidente do Conselho da Mulher Empresária do Distrito Federal, Beatriz Guimarães, presidente da Câmara de Mulheres Empreendedoras, Empresárias e Gestoras de Negócios da Fecomércio-DF, Renata Malheiros, Coordenadora Nacional de Empreendedorismo Feminino do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE, Camila Farani, sócia-fundadora da G2 Capital, investidora do Shark Tank e fundadora da Innovaty.

Nós apoiamos e ajudamos a promover o protagonismo das mulheres.


Fotos: Reprodução