Temporal deixa milhares de moradores do DF sem luz e Neoenergia culpa ”crise climática”

A madrugada desta segunda-feira,dia 29 de novembro, foi de chuva intensa em muitas partes do DF, a exemplo de todo o final de semana. A parte central de Brasília ficou sem luz assim como muitas regiões administrativas como Lago Norte, Lago Sul, Jardim Botânico, Águas Claras, Planaltina, Guará, Sudoeste, Núcleo Bandeirante, Dom Bosco, Riacho Fundo II, Park Way, Gama, São Sebastião, Fercal, Ceilândia, entre outras.
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o volume de chuvas deste mês de novembro já é 48% maior que a média para a época. Entre o primeiro dia do mês, e esta segunda-feira, já foram contabilizados 335 mm de chuva na capital, enquanto a média para este período é de 226,9 mm.

A chuva forte e ventania, que teve início no final de semana, deixou milhares de moradores sem energia no DF. A meteorologista Naiane Araújo afirma que a chuva da madrugada deste 29 de novembro foi ainda maior que a do último sábado. “Nesta madrugada a nossa estação central mediu 33,6 mm de chuva, enquanto no sábado foram 10 mm. No entanto, a chuva de sábado veio com ventos que chegaram a 71 km/h, o que gerou mais estragos”, explica.
Nas redes sociais, foram vários os relatos de brasilienses no escuro, hospitais com goteiras e ruas que se transformaram em rios. Além dos transtornos as pessoas relataram a insegurança causada pela falta de energia. Os consumidores pediram providências urgentes por parte das autoridades.


Os moradores de condomínios do Jardim Botânico, por exemplo, estão sem luz há 40 horas. “Não tem celular, não tem luz, não tem geladeira, não tem computador, não dá pra trabalhar. Enfim, um drama. Cada um dos moradores fez, não só um, mas vários protocolos e não temos nenhum posicionamento da Neoenergia”, informa a advogada Karla Netto.
Em Águas Claras os comerciantes reclamam dos prejuízos decorrentes da falta de energia. “Além de deixar de atender nossos clientes, nós perdemos algumas toneladas de alimentos. Tivemos frangos que foram estragados, mas tivemos também sorvetes, confeitaria, produtos frios e laticínios, que estragaram devido à falta de energia”, informa o comerciante Anísio Borba dos Santos.

Em resposta a quase 500 reclamações, o diretor superintendente de relacionamento da Neoenergia, empresa responsável pelo serviço de distribuição de energia no DF, Gustavo Alvares, atribuiu a interrupção do serviço a uma “crise climática”, durante entrevista ao Bom Dia DF, da TV Globo.
“Nós tivemos um fim de semana muito complexo, com muitas chuvas, ventos com mais de 60 km em Brasília, e isso ocasionou várias quedas de árvores, espalhadas pelo DF. Essas árvores, quando tocam a rede [elétrica], trazem uma complexidade para o reestabelecimento, porque a gente precisa recompor aquela rede, e isso traz mais tempo do que uma interrupção mais simples”, explicou Gustavo.

Pelo jeito o problema ainda vai continuar. Segundo o Inmet para os próximos dias o brasiliense vai conviver com tempo instável, com muitas chuvas, risco de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e de descargas elétricas.
“Tempo e clima característicos dessa época de primavera e verão. O DF está em alerta amarelo de perigos potencial para chuvas intensas”, informa Nayane.

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