Bia Haddad tem dia mágico em Nottingham e se consagra na carreira

A tenista brasileira Bia Haddad Maia conseguiu sua melhor colocação no ranking mundial do tênis na carreira ao atingir a 32ª posição. A paulistana conquistou seu primeiro título de um torneio da WTA em Nottingham na Inglaterra no fim de semana. Bia entra no top 40 e se mostra como o grande nome da modalidade feminina no Brasil.

Bia Haddad também tem índices importantes nos torneios de duplas onde tem quatro títulos da WTA (Bogotá em 2015 e 2017, e Sydney e Nottingham em 2022) e uma final de Grand Slam (Australian Open 2022). Em Nottingham, Bia foi a primeira brasileira, entre homens e mulheres, a vencer um torneio de grama desde Maria Esther Bueno.

Maria Esther Bueno, a precursora do Brasil no esporte, chegou a ser considerada a melhor tenista do mundo em uma época que não havia o ranking mundial. Maria Esther começou a praticar tênis aos seis anos de idade e o amor ao esporte transformou-se em: sete títulos no torneio de Forest Hills, sete vezes ganhadora em Wimbledon e 580 títulos conquistados durante os 20 anos dentro das quadras.

A lendária tenista brasileira venceu 19 torneios de Grand Slam, incluindo Wimbledon e Forest Hills, que hoje é equivalente ao US Open. Maria Esther é campeã pan-americana e integrante do Hall da Fama do Tênis mundial. A partir da criação oficial do ranking da ATP, Maria Esther teve como sua melhor colocação o 29º lugar.
A paulistana foi à única brasileira a ter seu nome escrito no International Tennis Hall of Fame, de Nova York. Em 2000 foi eleita a maior tenista de todas as Américas do século XX.
Outras importantes brasileiras nesta modalidade também se destacaram: Niége Dias, Patrícia Medrado, Cláudia Monteiro, Gisele Miró e Teliana Pereira.


Niége Dias competiu na década de 1980 e atingiu a marca de 31ª melhor do mundo do tênis. Niege é também a brasileira mais jovem a vencer um torneio da WTA quando aos 21 anos ganhou no saibro de Barcelona.
Niége Dias é considerada uma das oito maiores tenistas brasileiras da Era Aberta. No entanto, a brasileira encerrou sua carreira com apenas 22 anos e afirmou que queria ter uma vida fora do tênis. O coração falou mais alto e ela virou professora. Niege dá aulas de tênis em Porto Alegre.
Patrícia Medrado tem como um de seus principais feitos na carreira a 48ª posição do ranking mundial do tênis. A tenista baiana era mais conhecida por sua qualidade nas duplas, onde chegou a ocupar um posto entre as 10 melhores do mundo. Patrícia tem 5 títulos de WTA na carreira.

Patrícia Medrado, além de ser imbatível nas quadras, levantou a bandeira da igualdade de prêmios entre homens e mulheres no esporte. Conquistou a medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos do México em 1975. Por 11 anos consecutivos Patrícia foi a número 1 no Brasil, representou o País na Copa Davis por 14 anos entre tantas outras conquistas. Atualmente ela é tetracampeã mundial na categoria seniors.


Cláudia Monteiro jogou tênis profissionalmente e lhe rendeu ser 3ª melhor brasileira no ranking da Associação de Tênis Feminino (WTA) e 72ª colocada no ranking mundial em 1982, quando tinha 21 anos.
Cláudia abriu portas e projetou o Brasil no exterior. Durante oito anos como profissional, Cláudia teve como melhor resultado oficial o vice-campeonato no WTA de Pittsburgh, em 1983, no carpete. Levou ainda o Brasil às quartas de final na Fed Cup em 1982 e, ao lado de Patrícia Medrado, igualou o melhor resultado do país na competição realizado com Maria Esther Bueno em 1965.

Cláudia Monteiro aposentou-se aos 26 anos e é uma cidadã americana. Assim como Maria Esther Bueno, a paulista foi uma das poucas tenistas brasileiras do top 100 a buscar uma vida nova no exterior. Ela mora em Santa Fé, no Novo México, desde 1982. É professora de tênis em um country club luxuoso chamado Las Campanas.

Outra brasileira que merece aplausos é Gisele Miró. A tenista fez história ao obter duas medalhas nos Jogos Pan-americanos de Indianápolis 1987, uma de ouro no individual e outra de bronze nas duplas mistas ao lado de Fernando Roese. Ela é também a primeira mulher brasileira a vencer uma partida em Jogos Olímpicos.
A garota que gostava de decidir os pontos na rede quebrou a barreira do top 100 aos 18 anos em maio de 1988, temporada em que disputou a Olimpíada de Seul, na Coreia do Sul.



A ousada jovem atleta de Curitiba depois do feito inédito, disputou ainda a chave principal do Aberto da Austrália (1989), de Roland Garros (1987 e 1988) e Wimbledon (1987, 1988 e 1989).
A medalhista de ouro que colocou a cidade de Curitiba no mapa mundial do tênis nos anos 80, criou em 2017 o Curitiba Vôlei, levou o time à Superliga em 2018. Feliz com o que faz, investe na inclusão social por meio do esporte. Gisele conta com o incentivo da filha Isabela, casada com o tenista português Gastão Elias.

Teliana Pereira era a tenista melhor colocada do Brasil antes de Bia Haddad. Profissionalizou-se em 2005, ganhou três títulos de simples no circuito WTA. A pernambucana conquistou a marca de 43ª melhor do mundo em 2015. Teliana tem uma medalha de bronze no Pan-Americano de 2007, no Rio, nas duplas. A brasileira tem participações em grand slams. Teliana encerrou sua carreira em 2020.
Nossa homenagem a essas grandes mulheres que com suor, garra, brilho e charme escreveram e escrevem seus nomes na história, colocaram o Brasil no mapa mundial do tênis e orgulham o nosso país.
Fotos: Reuters/Jason Cairnduff, Keystone/Getty Images e Arquivo Pessoal