Dia Mundial e Nacional de Combate ao Trabalho Infantil: uma luta por infâncias livres e saudáveis

Criança e adolescente tem direito de brincar, aprender e crescer com dignidade. Vamos juntos combater o trabalho infantil e o retrocesso social.
Trabalho infantil impede a construção de valores e vivências referentes às fases da infância, da educação, do convívio comunitário e familiar, todos necessários à formação de um adulto saudável, autônomo e que seja apto a exercitar plenamente a sua cidadania.
Quando a criança ‘pula’ a infância e passa a trabalhar torna-se ainda mais vulnerável e fica sujeita a uma série de violações, como o tráfico de pessoas, a exploração sexual e a cooptação pelo tráfico de drogas.
O trabalho infantil está diretamente ligado a problemas estruturais da sociedade brasileira como a pobreza, o desemprego, a concentração de renda, o racismo estrutural e a exclusão escolar. Questões que se agravam na conjuntura atual.
O trabalho infantil é uma violação de direitos. Ainda assim, 2,4 milhões de crianças e adolescentes estão no trabalho precoce. Com a pandemia que vulnerabilizou econômica e socialmente as famílias, o trabalho infantil tende a se agravar, assim como outras violações de direitos de meninas e meninos.

O 12 de junho, Dia Mundial contra o Trabalho Infantil, foi instituído pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) em 2002, data da apresentação do primeiro relatório global sobre o trabalho infantil na Conferência Anual do Trabalho. Desde então, a OIT convoca a sociedade, os trabalhadores, os empregadores e os governos do mundo todo a se mobilizarem contra o trabalho infantil.
No Brasil, o 12 de junho foi instituído como o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Infantil, pela Lei Nº 11.542/2007. As mobilizações e campanhas anuais são coordenadas pelo Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI), em parceria com os Fóruns Estaduais de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente Trabalhador e suas entidades membros.
O símbolo da luta contra o trabalho infantil no Brasil e no mundo é o cata-vento de cinco pontas coloridas (azul, vermelha, verde, amarela e laranja). Ele tem um sentido lúdico e expressa a alegria que deve estar presente na vida das crianças e adolescentes. O ícone representa ainda movimento, sinergia e a realização de ações permanentes e articuladas para a prevenção e a erradicação do trabalho infantil.

A Constituição de 1988, em seu artigo 227, reconhece os direitos das crianças dentro do princípio da proteção integral:
Art. 227: É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda a forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
A Constituição Cidadã ainda proíbe o trabalho de pessoas menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de 14 anos:
Art. 7º: São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos.
O artigo 403 da CLT, por sua vez, estabelece também a idade mínima para o trabalho aos 16 anos.
Apesar de todos os esforços, o número de crianças ocupadas no Brasil representa quase 25% do total de crianças ocupadas na América Latina. Por isso, é imprescindível que o Brasil adote medidas urgentes e eficazes para acelerar o ritmo de eliminação do trabalho infantil.

Vamos nos unir para garantir às crianças e aos adolescentes o direito de brincar, estudar e sonhar, vivências que são próprias da infância e que contribuem decisivamente para o seu desenvolvimento.
Trabalho infantil é ilegal. Denuncie. Disque 100
#BrasilSemTrabalhoInfantil.
fotos: Reprodução