Malhar com sintomas de ressaca aumenta riscos de lesão e desidratação

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Malhar com sintomas de ressaca é desaconselhável por especialistas

Período de férias, confraternizações de fim de ano, Natal e Ano Novo, é comum que o consumo de bebidas alcoólicas aumente. Quem passa do limite e acorda com os sintomas da ressaca no dia seguinte sente bem os efeitos do álcool no corpo e na mente.

Muitos acham que malhar vai amenizar o mal-estar típico da ressaca. É aí que está o perigo. Especialistas asseguram que o desgaste causado pela ingestão de bebida alcoólica precisa ser resolvido, pois o treino pode aumentar a sensação de cansaço e fadiga, além de piorar a perda de líquidos corporais e causar desidratação.

O  endocrinologista Guilherme Renke, mestre em cardiologia, explica que a ressaca após excessos no consumo de álcool só piora com a atividade física e gera riscos à saúde. Isso acontece porque o corpo está mais suscetível e frágil aos efeitos do álcool, e por isso a prática de exercícios físicos pode aumentar o risco de lesão e não ajuda a curar a ressaca. Este risco é ainda maior caso sejam feitos exercícios de carga pesada e de longa duração.

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Malhar com sintomas de ressaca é desaconselhável por especialistas

Segundo Renke, endocrinologista e especialista em medicina esportiva e sócio fundador da Nutrindo Ideais, a ressaca surge em média de 6 a 8 horas após o consumo excessivo de bebida alcoólica, podendo durar até 24 horas. Portanto, este seria o período ideal de tempo sem praticar atividades físicas que exigem bom condicionamento físico.

O processo de recuperação e desintoxicação é fundamental para o desempenho físico e isso inclui adequado reabastecimento do glicogênio, síntese proteica, restauração de eletrólitos e da hidratação corporal. O especialista diz que atividades mais leves e ao ar livre, como caminhada, andar de bicicleta ou até mesmo alongamentos corporais, podem ajudar a recuperar o bem-estar.

Danos do álcool no organismo

  • Provocar efeitos neurológicos, como comprometimento da coordenação motora;
  • Potencializar a queima de carboidratos;
  • Causar desidratação
  • Prejudicar a síntese de proteínas;
  • Afetar a função imunológica;
  • Piorar a atividade cardiovascular, metabólica e nutricional, interferindo direta ou indiretamente no desempenho e na recuperação muscular.
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Malhar com sintomas de ressaca aumenta riscos para saúde

Os efeitos do álcool variam de acordo com a dosagem e tipo de álcool consumido, uso agudo ou crônico, taxa de eliminação do álcool, fatores endógenos e exógenos, além do tipo de exercício realizado. O álcool pode causar incapacidade de julgamento e de controle das funções motoras; Em altas dosagens ocasiona mudanças de humor; É depressor do sistema nervoso; Afeta o desempenho atlético devido à desidratação, à redução de nutrientes e à interferência no sono reparador e na recuperação.

O consumo de bebidas alcoólicas aumenta a produção de moléculas pró-inflamatórias e diminui as anti-inflamatórias, alterando o equilíbrio de processos inflamatórios e da resposta fisiológica do organismo. A soma desses eventos pode ocasionar lesões com respostas inflamatórias reduzidas, prolongando o tempo de recuperação.

Fotos: Reprodução