Fuselo: a ave que voou do Alasca até Tasmânia sem descansar entra no Guinness Book

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Fuselo: a ave migratória que bateu recorde mundial em voo de 13.560km sem descansar

Uma ave de apenas 5 meses realizou um feito inédito: fez o voo mais longo sem ‘escala’ em apenas 11 dias. Trata-se de um fuselo da espécie Limosa lapponica que percorreu 13.560 km do Alasca até Tasmânia, na Austrália. O feito entrou para o livro dos recordes “Guinness” após fazer o voo mais longo sem intervalo.

A ave de porte pequeno é  encontrada tanto no norte europeu quanto na Oceania.  Mede de 37 a 41 centímetros de comprimento e envergadura de asa entre 70 a 80 centímetros. As fêmeas são maiores que os machos e pesam entre 360 a 630 gramas contra os 190 a 400 gramas deles.

A migração extraordinária foi rastreada por um grupo de conservação. A viagem começou no dia 13 de outubro de 2022 e durou 11 dias e uma hora sem nenhum pouso, segundo o rastreamento de um localizador por satélite com tecnologia 5G anexado à parte inferior das suas costas.

Segundo o  Guinness, a distância percorrida pelo Fuselo equivale a duas viagens e meia entre Londres e Nova York ou aproximadamente um terço da circunferência total do planeta Terra.

De acordo com o organizador da Birdlife Tasmânia, Eric Woehler, o pequeno pássaro, conhecido pela etiqueta “234684”, percorreu 13.560 quilômetros do Alasca ao estado australiano da Tasmânia, sem parar para comer ou descansar. Eric diz que as aves migratórias em geral são capazes de alterar bastante seus corpos para aguentar a maratona aérea.

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Ave de 5 meses faz o voo mais longo sem escala em onze dias e entra no Guinness Book

Eles diminuem o tamanho de seus órgãos internos, ganham peso rapidamente, queimam boas reservas de gordura e resistem ao sono. Mas os fuselos vão além: absorvem 25% dos tecidos de trato digestivo, fígado e rins para ganhar energia. Também tornam seus corações e músculos do peito maiores no meio do voo para obter mais força e oxigênio.

Para Woehler os fuselos migram normalmente para a Nova Zelândia, mas o “234684” fez uma curva acentuada e pousou no leste da Tasmânia. E essa “virada errada” aumentou a “capacidade de voo” da espécie. Para Eric Woehler, isso levanta a questão: outro fuselo poderia no futuro voar ainda mais longe sem parar?

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Ave migratória de 5 meses bate recorde mundial ao voar do Alasca até o sul da Austrália sem parar

O voo mais longo de uma ave migratória foi protagonizado por um fuselo  jovem que resistiu a fome, ao cansaço e os intempéries da natureza. Um grande exemplo de superação.

Viva a beleza e os mistérios da Mãe Natureza.

Fotos: Reprodução