Poderes em harmonia e democracia mais forte após atos golpistas de 8 de janeiro

O 8 de fevereiro marca um mês dos atos golpistas e antidemocráticos que depredaram as sedes do governo federal, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal. O vandalismo dos radicais bolsonaristas em 8 de janeiro deixaram o Brasil e o Mundo perplexos com tanta barbárie.
Não tem como não se revoltar e se indignar ao lembrar o rastro de destruição deixado nas sedes dos poderes da República. Os atos de vandalismo de janeiro impactaram a rotina do Palácio do Planalto, do Senado, da Câmara e do Supremo Tribunal Federal.
Um mês depois o que se vê são as instituições mais fortalecidas e os chefes dos Três Poderes da República mais unidos. O melhor de tudo é que a Democracia, bem precioso da população brasileira, continua de pé diante a brutalidade de uma parcela de pessoas que não representam a vontade da maioria.
Os ataques incentivaram união institucional e esforço conjunto de responsabilização.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lembrou dos ataques golpistas do dia 8 de janeiro, em Brasília, marcando o primeiro mês após os atos. “No dia 8 de janeiro, a sede dos nossos poderes foi invadida e vandalizada por pessoas que desrespeitam o povo e o Brasil. 1 mês depois, seguimos firmes trabalhando na defesa da democracia, união e reconstrução do país”, escreveu o presidente. “A democracia é o patrimônio mais precioso da população brasileira. E a justiça será firme contra quem tentar tirá-la do povo”, completou.
A presidente do STF, ministra Rosa Weber, reforçou a defesa intransigente da Constituição, durante início da sessão de hoje e disse que o episódio, longe de enfraquecer a democracia, intensificou o convívio harmonioso entre os Poderes da República. “Restou fortalecida a comunhão nacional em torno do princípio nuclear e inderrogável que privilegia e consagra entre nós a democracia, que não pode, em absoluto, sofrer qualquer transgressão”, afirmou.
A ministra destacou que, a despeito das agressões de 8 de janeiro, a continuidade dos trabalhos institucionais “nesta mesma sede histórica, neste mesmo Plenário reconstituído”, paralelamente às ações destinadas a reparar os danos causados ao patrimônio público e a promover a responsabilização dos autores, “é a resposta fundamental que se impunha aos atos de violência contra as instituições democráticas”.


A presidente reafirmou que o Supremo, em 2023, continuará vigilante na incondicional defesa da supremacia da Constituição e da integridade da ordem democrática, em consonância com a diretriz que estabeleceu na sua gestão, que é a defesa, diuturna e intransigente, da Constituição e do Estado Democrático de Direito.
A esperança acalenta o coração ao ver os chefes dos Três Poderes e os servidores dando o máximo para garantir a estabilidade constitucional e recuperar o patrimônio que é de todos os brasileiros. Viva a dignidade, respeito, união e reconstrução.
Servidores, parlamentares e representantes de entidades da sociedade civil promoveram, nesta quarta-feira, 8 de fevereiro a manifestação “O caminho inverso: Ato pela Democracia”, no Palácio do Congresso Nacional. O evento foi marcado por homenagens aos policiais legislativos, trabalhadores da limpeza, restauradores de obras de arte e demais trabalhadores da Câmara dos Deputados e do Senado que se esforçaram para proteger o Parlamento diante dos ataques terroristas e depois devolvê-lo recuperado para os trabalhos legislativos.
O ato público, organizado pelo Sindilegis aconteceu no Salão Negro, um dos primeiros pontos da invasão golpista às dependências da Câmara e do Senado e terminou com um abraço simbólico ao palácio do Congresso Nacional.

O presidente do sindicato, Alison Souza, destacou a relevância do evento. “Estar aqui hoje é um dever cívico. A esmagadora maioria dos brasileiras e milhares de pessoas mundo afora repudiaram e repudiam o uso da violência para o alcance de objetivos políticos”.
Para marcar a data o Palácio do Planalto divulgou um vídeo institucional com imagens oficiais feitas no dia dos atos de vandalismo, vídeos do circuito interno de segurança e, ainda, registros da reconstrução do prédio e das medidas adotadas nas semanas seguintes.
A campanha é intitulada “Democracia restaurada” e tem tom similar aos vídeos divulgados nas últimas semanas pelo STF, chamados de “Democracia inabalada”.
“No dia 8 de janeiro, a sede dos nossos poderes foi invadida e vandalizada por pessoas que desrespeitam o povo e o Brasil. 1 mês depois, seguimos firmes trabalhando na defesa da democracia, união e reconstrução do país”, escreveu o perfil do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao divulgar o vídeo em uma rede social.
O vídeo também lista os possíveis crimes cometidos pelos golpistas, e que são apurados pela Polícia Federal e pela Procuradoria-Geral da República: terrorismo; associação criminosa; crimes contra o patrimônio cultural; dano ao patrimônio público da União; tentativa de golpe de Estado.
O documentário também mostra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em diversos momentos após os atos golpistas: em uma coletiva de imprensa no próprio dia 8 em São Paulo; na visita ao prédio destruído ao lado da presidenta do STF, ministra Rosa Weber, e na reunião com governadores em Brasília no fim de janeiro.
Também aparecem no vídeo os trabalhadores que atuaram na limpeza e no restauro do prédio após os atos de vandalismo. Em dado momento, uma funcionária terceirizada passa mal e corre para a rampa do Planalto, sendo amparada por um segurança.
O vídeo recupera uma série de declarações de Lula no último mês e encerra com uma fala do presidente sobre pacificar o país. “A sociedade brasileira está precisando de um pouco de paz. Eu quero reconstruir o direito de as pessoas viverem com tranquilidade”, disse Lula.
O material também inclui a entrevista em que o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, anunciou a troca do comando do Exército duas semanas após os atos.
Senado mostra força e segue como pilar da democracia
Vidros quebrados, obras de arte destruídas, móveis danificados e até incêndios. A diretora geral do Senado, Ilana Trombka, classificou as invasões aos prédios dos Três Poderes como uma violência. Para Ilana, é como se o corpo institucional do Senado tivesse sido violado. Ilana ressaltou que os vândalos atacaram o coração da República, quando depredaram os prédios do Congresso, do Palácio do Planalto e do STF. Ela disse que ainda sofre com as lembranças, mas apontou que o Senado e as instituições deram uma rápida resposta aos ataques, como forma de mostrar a importância dos papéis institucionais e de reafirmar o compromisso do país com a democracia.
Em 30 dias, o trabalho de recuperação do Senado avançou em ritmo acelerado.
Fotos: Marcelo Camargo/Agência Brasil, Carlos Alves de Moura e Reprodução