Estudo aponta que maioria das escovas não promove higiene bucal segura

Os dentes têm grande importância e são responsáveis pela mastigação dos alimentos, pela articulação das palavras e, principalmente, um fator determinante na estética. Daí a importância de cuidar destas estruturas primordiais para o organismo.
Os dentes devem ser cuidados em todas as fases da vida. Uma boa higiene bucal diminui o risco de desenvolvimento de problemas bucais e dentários. Não cuidar dos dentes adequadamente, pode inclusive acarretar ou agravar doenças cardiovasculares e diabetes. Para garantir um sorriso bonito e saudável, é necessário escovar os dentes após cada refeição, e utilizar o fio dental.
Para tanto devemos fazer escolher produtos de boa qualidade para uma escovação segura.

Um estudo conduzido pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) aponta que a maioria das escovas disponíveis no mercado não corresponde às características desejáveis para uma escovação segura.
O trabalho analisou 345 modelos de escovas adquiridas em diferentes estabelecimentos comerciais, em 26 municípios sorteados nas mais diferentes regiões paulistas. Desse total, 285 (82,16%) escovas foram consideradas inadequadas para uso, de acordo com o estudo.
Segundo a cirurgiã-dentista Sônia Regina Cardim de Cerqueira Pestana, autora do estudo, a maioria das escovas de dente vendidas têm cerdas que não atendem às normas brasileiras para esses produtos. A especialista afirma que as cerdas, que formam os tufos das cabeças das escovas dentais, “são afiadas quando deveriam ser arredondadas para não representar riscos à saúde dos usuários.”
A Dra. Sônia Regina Cardim de Cerqueira Pestana é pesquisadora do Centro Colaborador do Ministério da Saúde em Vigilância da Saúde Bucal (Cecol), ligado à Universidade de São Paulo.
A especialista afirma que as pontas das cerdas não arredondadas podem levar a lesões. “Produzem micro ferimentos na gengiva e desgastes no esmalte do dente, o que representa risco para a saúde e um descumprimento das normas vigentes”.
Ela ressalta que há falhas nas normativas sobre o tema, o que fragiliza a regulamentação e dificulta a eficácia das ações de vigilância sanitária. “A olho nu, é praticamente impossível averiguar o acabamento das cerdas e o consumidor acaba ficando à mercê da honestidade do fabricante”, afirma Sônia.
A brasileira diz que o pesquisador estadunidense Charles Bass foi o pioneiro no estudo das características de escovas dentais em 1948 e que vale até hoje. Ele afirmou que, “para a escova cumprir bem a sua função, o cabo deve ser reto e achatado e a cabeça deve ser compatível com a faixa etária de quem vai utilizar o produto”. Segundo Bass as escovas dentais deveriam conter 18 tufos, com 80 cerdas em cada um, totalizando 1.440 cerdas.

Sônia Regina Cardim diz que a maioria dos cabos não são retos e a quantidade de tufos e cerdas não atende ao padrão definido por Bass. “Em nosso estudo aqui na USP, verificamos que o número de cerdas por escova variou de 500 a 7.500; e a quantidade de tufos oscilou entre 13 a 65”, afirma a cirurgiã-dentista.
A pesquisadora enfatiza a importância da atuação das instituições públicas e dos órgãos de defesa do consumidor, bem como da Vigilância Sanitária, no sentido de exigir o atendimento das normas e dos requisitos técnicos necessários.
É fundamental tomar as medidas certas todos os dias para cuidar dos dentes e prevenir problemas. Isso significa recorrer aos produtos de higiene bucal certos, bem como estar atento aos hábitos diários de higiene.
Higiene Bucal
Com o nascimento dos primeiros dentes do bebê, uma gaze úmida pode ser usada para fazer a higienização e a criança já ir acostumando à rotina de higiene bucal. O adequado é fazer a escovação com pasta de dente com flúor e evitar oferecer a criança balinhas, pirulitos, chicletes, sucos artificiais e refrigerantes, que comprometem, inclusive, a saúde dos dentes. Para dentes saudáveis a alimentação correta é grande aliada.
O açúcar é um dos maiores vilões de um sorriso bonito, pois ele é o principal causador de cáries e doenças nas gengivas.
Frutas ácidas em excesso como limão, laranja e abacaxi podem prejudicar os dentes. Os cítricos são conhecidos por seu potencial ácido, que danifica a estrutura dentária e a deixa mais fragilizada.
Alimentos como refrigerante, bebidas alcoólicas e o café, se consumidos em excesso, contribuem com a desmineralização dos dentes, o que deixa eles mais frágeis e sensíveis.
Durante a gravidez, a gestante pode fazer o acompanhamento bucal, pois com as alterações hormonais comuns à gestação, como aumento dos hormônios estrogênio e progesterona, podem agravar as condições de doenças periodontais, como sangramento na gengiva.
Ao longo da vida, com alimentação e até escovação, há um desgaste do esmalte. Isso acaba gerando uma maior exposição do dente, resultando em um amarelamento da dentina. Esse processo é característico de pessoas com mais idade. O nível de escurecimento dos dentes depende muito da genética da pessoa.
Quem usa prótese total, a dentadura, é recomendado limpá-la com sabão ou pasta e escova de dente. Também é necessário limpar a gengiva e a língua. Recomenda-se ficar sem a prótese algumas horas durante o dia e dormir também sem ela. O recomendado é deixar a prótese sempre em um copo com água limpa.
É importante reforçar que não basta apenas realizar uma boa escovação. É necessário usar escova adequada e que a mesma seja higienizada de forma correta e substituída periodicamente.
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