OMS declara fim da emergência de saúde da pandemia de covid-19

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Nesta sexta-feira, 5 de maio, a Organização Mundial da Saúde anunciou que seus especialistas chegaram à conclusão de que o coronavírus não representa mais uma ameaça sanitária internacional e que, portanto, a crise é oficialmente declarada como encerrada. Isso acontece após três anos da crise que ceifou milhares de vidas, abalou famílias, sonhos, economias e projetos foi a maior pandemia em cem anos.

Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da agência, diz que o anúncio não significa que o vírus desapareceu. Segundo ele, se necessário, a OMS voltará a restabelecer a emergência, dependendo da direção da doença.

Hoje, a cada três minutos, uma pessoa ainda morre pela covid-19. Para ele, portanto, governos precisam fazer uma transição para uma normalidade. Mas sem abandonar o monitoramento da doença e sem desfazer os investimentos que foram realizados. “Perdemos vidas que não precisavam ter sido perdidas. Precisamos prometer a nossos filhos e netos que não voltaremos a fazer esses erros”, disse Tedros.

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Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde

A emergência havia sido declarada no final de janeiro de 2020, quando pouco mais de cem casos tinham sido registrados e casos sequer tinham oficialmente chegado às Américas. Nenhuma morte havia sido oficialmente declarada.

O chefe do comitê de Emergência da OMS, Didier Houssin, diz que a decisão de encerrar a emergência foi apoiada por 95% dos cientistas do grupo. Segundo ele, três critérios foram estabelecidos para definir se a crise havia sido superada e, agora, a agência irá constituir um grupo que permitirá monitorar a evolução do vírus.

Michael Ryan, diretor-executivo da OMS, confirmou que a emergência acabou. “Mas a ameaça não. A batalha não acabou. Provavelmente não haverá um ponto em que a OMS anunciará o fim da pandemia”, disse. “O vírus continua a contaminar. Levou anos para que a pandemia de 1918 terminasse”, afirmou. “Na verdade, a história mostra que uma pandemia só termina quando outra aparece”, insistiu.

Jarbas Barbosa, diretor-geral da OPAS (Organização Pan-americana de Saúde) diz que a covid-19 zombou de fronteiras, de ideologias e da postura de líderes supostamente “fortes” que se recusavam a aceitar a gravidade da crise. “Ninguém estava preparado”.

O coronavírus, cuja origem até hoje é mistério, foi responsável por uma explosão sem precedentes da pobreza e desemprego no mundo, desmontando 30 anos de avanços sociais. As perdas econômicas atingiram trilhões de dólares, enquanto a própria realidade política de diversos países foi profundamente alterada.

No Brasil, a doença matou mais de 700 mil pessoas e o país esteve entre os locais de maior contaminação no mundo. Graças a ciência, as máscaras, os tratamentos, o isolamento social e a vacina, o vírus foi contido e até os sobreviventes foram politizados.

Apesar de declarar o fim da emergência, a OMS deixou claro que a medida não significa que a covid-19 desapareceu. A entidade insiste que os sistemas de saúde terão conviver com a presença da doença e lidar com ela de maneira permanente.

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Profissional de saúde realiza teste de detecção de vírus: RT-PCR

Graças ao uso de máscaras, distanciamento social, vacinação e os esforços dos profissionais de saúde o Brasil conseguiu vencer a crise sanitária. Infelizmente o país perdeu mais de 700 mil vidas para a Covid-19. Muitas poderiam ter sido evitadas se não fosse o negacionismo e a propagação das fake news.

Meus sentimentos a todos que perderam seus entes queridos e que até hoje sofrem com as consequências deste terrível vírus. Vamos permanecer em alerta com relação as doenças infecciosas e continuar agradecendo os valorosos profissionais de saúde. Viva o SUS, viva a Ciência, viva a vacina.

Fotos: Reprodução