Alexandre Ribondi, o genial dramaturgo e professor, morre aos 68 anos
É com pesar que registro o falecimento do dramaturgo e professor, Alexandre Ribondi, aos 68 anos. O ator e jornalista faleceu neste sábado, 10 de junho, em decorrência de complicações de um AVC. O artista estava internado no Hospital Regional da Asa Norte. (HRAN).
Ribondi fecha as cortinas da vida com os aplausos dos brasilienses e parte rumo ao universo. Deixa um legado nas artes, jornalismo e nas lutas em prol dos excluídos. Foi uma estrela de uma geração incrível. Alexandre sempre será gigante. Nossos sentimentos aos familiares e amigos.
O velório será no domingo das 12h às 15h, na Casa dos Quatro, na 708 Norte. Cumpriu sua missão com categoria e agora leva sua alegria e genialidade para a nova jornada. Descansa em paz na Luz e no Amor.
Em nota oficial, o secretário de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal Bartolomeu Rodrigues lamentou a perda inestimável do artista. “A cena cultural de Brasília perdeu um de seus maiores protagonistas. Autor, ator, produtor, empreendedor, Ribondi foi tudo e, ao mesmo tempo, um questionador de seu tempo, dando espaço ao debate e lançando luz na escuridão. Há exatamente um mês, recebeu da Secretaria de Cultura a Medalha Seu Teodoro, oferecida a personalidades engajadas na valorização e difusão das artes no Distrito Federal. Estava alegre, cheio de vida, nos abraçamos e rimos juntos. Era uma despedida, mas seu legado fica. E a luta também”, escreveu Bartolomeu Rodrigues.
Os sócios e fundadores da Casa dos Quatro divulgaram um texto em homenagem a Ribondi. “Nos despedimos com enorme tristeza desse gênio das artes que presenteou a cidade com sua reflexão crítica e humor afiado”. O dramaturgo deixa um irmão e um sobrinho.
Alexandre Ribondi nasceu no Espírito Santo, em 1952 e morava em Brasília desde 1968. Estudou jornalismo na Universidade de Brasília e história da arte na Université de Provence. O gosto pelo teatro aflorou em 1970.
Na trajetória de quase 50 anos nas artes cênicas, foi responsável pelas produções como Filó Brasiliense (1975), Os Rapazes da Banda (1981), Crépe Suzette, O Beijo da Grapette (1980), Abigail é Mais Velha que Procópio (1986), No Verão de 62 (1985), A Última Vida de Um Gato (2002), Virilhas (2005), Felicidade (2015) e Mimosa (2018). As peças, em sua maioria, foram dirigidas pelo próprio autor e apresentadas de forma independente em teatros da cidade.
A dramaturgia de Ribondi é marcada pela representatividade, inclusive durante o período do regime militar. Integrou o grupo Retratação (2021), coletivo de comunicadores e artistas que oferecia produtos criativos e autorais, como produção, performances, consultorias, coberturas, fotografia e videografia.
Ribondi estava em plena atividade. Atualmente, ele conduzia duas oficinas na Casa dos Quatro: uma para formação de atores e outra no Sol Nascente, voltada para atuação de jovens LGBTQIAPN+.
Fotos: Foto: Irina Buss e Reprodução
