Dia do Folclore: homenagem aos mitos, lendas, crenças e tradições da cultura brasileira
Celebramos neste 22 de agosto o Dia do Folclore, uma data que remete a lembranças de histórias, tradições, contos, brincadeiras, crenças, danças, músicas, festas populares e lendas da cultura brasileira. A data foi criada com o intuito de alertar para a importância e valorização das manifestações folclóricas no país.
O dia 22 de agosto se refere à primeira vez em que a palavra folclore foi utilizada para fazer referência aos costumes de um povo. O Folclore representa a identidade social de um povo, o resultado da união da cultura riquíssima de todas as origens e costumes de nosso imenso e especial Brasil. Esta magia e encantamento deve ser valorizado não só na data comemorativa, mas sempre.
Personagens do Folclore: Saci Pererê, Boto-cor-de-rosa, Negrinho do pastoreio, Lenda da Iara, Vitória régia, Bumba meu boi, Cuca, Erva-mate, Curupira, Maracatu, Mula sem cabeça, Rodas de Samba, Baião, Frevo, Quadrilha Junina, tantas narrativas da cultura e tradição popular brasileira de norte a sul do país.
As brincadeiras folclóricas reúnem diversos jogos tradicionais e populares como a amarelinha, esconde-esconde, pega-pega, passa-anel, pular corda, dança de cadeira, gato mia, Corrida do ovo na colher e dança de vassoura. Essas brincadeiras além de divertirem, trabalham com a cognição, a coordenação, a criatividade, a concentração e desenvolve a interação social das crianças.
Dentre as festas destaque para: Festas Juninas, Folia de Reis, Festival Folclórico de Parintins (ou Festa do Boi-Bumbá), Procissão do Fogaréu em Goiás, Romaria de Finados do Juazeiro do Norte, dentre outras.
O Bumba Meu Boi é a brincadeira folclórica mais popular do Brasil. Reconhecido como um dos “folguedos”, a tradição surgiu na época do ciclo do gado entre os séculos XVII e XVIII em crítica à situação dos negros e dos índios no período escravista do Brasil colônia.
A história que envolve a dança do bumba meu boi está ligada à lenda de um casal de escravizados, chamados Pai Francisco e Mãe Catirina (ou Catarina). Catirina estava grávida e começou a ter desejos por língua de boi. Seu marido, para atender o desejo da esposa gestante, matou o boi mais bonito de seu senhor.
Bumba meu boi ou boi-bumbá é uma festa do folclore popular brasileiro, com personagens humanos e animais fantásticos, que gira em torno de uma lenda sobre a morte e ressurreição de um boi. A dança combina elementos de comédia, drama, sátira e tragédia, tentando demonstrar a fragilidade do homem e a força bruta de um boi.
Com influência europeia, africana e ameríndia, a herança cultural do boi resistiu às transformações históricas e ao fim do regime servil, chegando aos dias de hoje como um dos principais ícones da cultura popular brasileira, adaptado para diferentes formatos como em músicas, peças de teatro, artes visuais, literatura, festas e brincadeiras folclóricas.
Negrinho do Pastoreio é um personagem do folclore brasileiro muito conhecido na região sul do país. De origem africana e cristã, a lenda do negrinho do pastoreio surgiu provavelmente no século XIX. Reza a lenda que, ainda no tempo da escravidão no país, essa personagem foi um pequeno escravo que deixou um cavalo sofreu muito com os maus tratos de um fazendeiro.
Num determinado dia, o senhor pediu-lhe que cuidasse de alguns cavalos, porém um deles acabou fugindo. O garoto foi castigado com muitas chibatadas e, muito ferido foi deixado em um formigueiro. O menino sobreviveu e apareceu montado no cavalo perdido, e ao seu lado, estava a Virgem Maria, padroeira do garoto órfão. Muito arrependido, o fazendeiro resolve pedir perdão, todavia, o negrinho sai galopando feliz e livre no cavalo baio.
Iara é outra lenda do folclore brasileiro muito conhecida na região amazônica. Acredita-se que ela era uma guerreira muito bonita e corajosa. Seu nome tem origem tupi, que significa “senhora das águas”. Suas qualidades despertavam a inveja em seus irmãos, que começaram a planejar uma forma de matá-la. No dia combinado, os irmãos começaram a brigar com ela, que logo utilizou suas qualidades de guerreira, e, mesmo sozinha, conseguiu se livrar dos ataques dos irmãos e matá-los um a um.
Logo após a briga e a morte dos irmãos, Iara tentou fugir da punição do seu pai, que era o pajé da tribo à qual ela pertencia. Apesar da fuga, seu pai a encontrou e a jogou nas águas de um rio que corria na Floresta Amazônica. Para sorte de Iara, ela foi encontrara por peixes e resgatada do fundo do mar e transformada em sereia: metade permaneceu mulher e a outra metade se transformou em peixe. Após essa metamorfose, Iara voltou para as águas dos rios da Amazônia.
Iara começou a emitir uma melodia atraente por meio da sua voz doce e suave para atrair os homens e levá-los até o fundo das águas. Até hoje, sua lenda é tema de produções cinematográficas, como a série “Cidade invisível”, da Netflix.
O Saci Pererê está entre as lendas do folclore mais conhecidas pelo povo brasileiro. Assim como a maioria dos personagens folclóricos, ele também é de origem Tupi-Guarani. O Saci está descrito como um menino negro, de short vermelho, com apenas uma perna.
A expressão “folclore” tem origem no inglês derivado do termo “folklore”, criada pelo escritor William John Thoms, em 1846. “Folk”, que significa povo; e “lore”, que quer dizer conhecimento ou saber. Assim, com a junção das palavras, pode ser traduzido como “conhecimento do povo”.
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