Aeroporto de Porto Alegre inundado, suspende voos por tempo indeterminado
O Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, que fica bem próximo à região do Lago Guaíba sofre as consequências da tragédia ambiental que assola todo o Rio Grande do Sul. O terminal aéreo da capital está em situação preocupante e em função disso a Concessionária que administra o local emitiu nesta segunda-feira, 6 de maio, um aviso internacional sobre a suspensão de voos por tempo indeterminado.
Desde o dia 3 por conta das áreas alagadas operações de pouso e decolagens foram suspensas e companhias aéreas cancelaram voos. A situação impacta operações aéreas e a concessionária do Aeroporto Salgado Filho acompanha a situação junto com a Defesa Civil, autoridades e companhias aéreas para monitorar a situação do aeroporto.
O comunicado de hoje tem data até 30 de maio e se destina às empresas e instituições relacionadas à aviação. Em nota, a Fraport Brasil, que administra o aeroporto, diz que não há previsão de retomada das operações.
Nota da Fraport Brasil
“A Fraport Brasil informa que as operações no Porto Alegre Airport seguem suspensas por tempo indeterminado. Para cumprir a legislação aeroportuária, hoje (6/5), foi emitido um NOTAM (Notice to Airman) com data final em 30/5, que se trata de um documento, reconhecido internacionalmente, que tem a finalidade de divulgar alterações e restrições temporárias que possam ter impacto nas operações aéreas. Este aviso se destina às empresas e instituições relacionadas à aviação e pode ser alterado a qualquer momento. Esclarecemos que não há previsão de retomada das operações”.
O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, disse que o fechamento do Aeroporto causa problema de abastecimento da cidade e que a Base Aérea de Canoas torna-se o principal ponto de entrada de cargas por meio aéreo. “Não vamos ter voo de passageiros, portanto, o Rio Grande do Sul fica ilhado. Tem muita gente [no estado]. Turistas, pessoas que vieram para a Serra ou a negócios e não conseguiram sair. Isso também é um problema a mais”, declarou o prefeito de Porto Alegre, durante entrevista à GloboNews.
Além do Aeroporto, a tragédia também paralisou a Rodoviária. Na região metropolitana de Porto Alegre, a água deixou pessoas ilhadas, fechou hospitais e escolas e comércio. O clima é de “zona de guerra”. Nesta segunda-feira o nível do Guaíba chegou a 5,27 metros, às 8h, da manhã. Os dados são da régua da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), Serviço Geológico do Brasil (SGB) e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
No sábado (4), ele já havia superado a marca atingida no ano de 1941 (de 4,76 metros de altura), quando inundou grande parte do centro da capital gaúcha.
A tragédia no Estado também afetou o turismo e o futebol. A grande quantidade de água que trasbordou do Lago Guaíba, invadiu as ruas da região histórica da cidade, chegou a Rodoviária, Aeroporto e aos estádios do Grêmio e do Internacional. Uma cena inesperada, inusitada e lamentável.
Fotos: Fraport, Amanda Perobelli/Reuters e Max Peixoto/Estadão