Papa lamenta morte de Dom Geraldo Majella, arcebispo emérito de Salvador

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Dom Geraldo Majella Agnello, ex-presidente da CNBB com o Papa Francisco

O Papa Franciscp lamentou a morte do cardeal brasileiro Dom Geraldo Majella Agnelo, ex-presidente da CNBB e arcebispo emérito de Salvador, em telegrama enviado ao Brasil, dirigido ao cardeal Sérgio da Rocha, atual arcebispo de São Salvador, e “a todos aqueles que se unem em oração pelo descanso eterno” de Majella.

Na mensagem, o pontífice expressa suas condolências e conta que recebeu com profunda dor a notícia do falecimento do cardeal Dom Geraldo Majella Agnelo ocorrido na manhã do sábado (26), aos 89 anos, em decorrências do agravamento de um acidente Vascular Cerebral (AVC) que sofreu em dezembro de 2022.

“Minhas orações são também de gratidão a Deus pelos longos anos de seu serviço dedicado à santa mãe Igreja”, diz a mensagem do papa Francisco, “sempre guiado pelo zelo apostólico, nas várias missões que lhe foram confiadas como bispo de Toledo, arcebispo de Londrina, secretário da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos e, por fim, arcebispo primaz do Brasil e presidente da Conferência episcopal”.

De acordo com informações da agência de notícias do Vaticano, Dom Geraldo Majella foi nomeado pelo papa João Paulo II como Arcebispo Metropolitano de São Salvador da Bahia em 1999. A posse ocorreu no dia 11 de março do mesmo ano.

No ano de 2011, ele teve o pedido de renúncia aceito pelo papa Bento XVI, tornando-se Arcebispo Emérito da Arquidiocese de Salvador. Em 2014, por um desejo seu, passou a residir em Londrina, onde, a pedido seu, será enterrado.

Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) enviou uma nota de pesar e condolências, na qual presta sua homenagem e gratidão ao purpurado e estende os sentimentos ao arcebispo de São Salvador (BA), cardeal Sergio da Rocha, aos familiares, fiéis e a todo povo de Deus.

Biografia e trajetória eclesial

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Dom Geraldo Majella Agnelo, ex-presidente da CNBB, morre aos 89 anos

Dom Geraldo Majella Agnelo nasceu no dia 19 de outubro de 1933, em Juiz de Fora (MG). Aos 12 anos ingressou no Seminário Menor Diocesano Santo Antônio, também em Juiz de Fora, onde ficou até completar 14 anos.

A ordenação sacerdotal deu-se no dia 29 de junho de 1957, na Catedral de São Paulo, por Dom Antônio Maria Alves de Siqueira, Arcebispo Auxiliar de São Paulo.

Fez doutorado em teologia em Roma e em 1978 foi nomeado Bispo de Toledo, no oeste do Paraná, onde ficou por quatro anos, até 1982. Em 1983, Dom Geraldo foi ordenado Arcebispo de Londrina. Durante esse período, participou da construção da torre da catedral, onde foram colocados os sinos.

Foi também neste período que fundou, junto com a médica Zilda Arns, a Pastoral da Criança. O programa começou na cidade de Florestópolis, no norte do estado, onde tinha uma das maiores taxas de mortalidade infantil na época. Depois, a Pastoral se espalhou por todo o Brasil e mais dez países da África, Ásia, América Latina e Caribe.

Dom Geraldo permaneceu a frente da Arquidiocese de Londrina por oito anos e meio, até 1991, quando foi chamado a Roma para trabalhar no Vaticano, junto ao Papa João Paulo II. Depois de voltar de Roma, foi nomeado Arcebispo da Arquidiocese de Salvador, na Bahia, e recebeu o título de Cardeal pelo Papa João Paulo II, no consistório de 21 de fevereiro de 2001, recebendo o título de São Gregório Magno em Magliana Nuova – Roma.

Participou de muitos momentos importantes da Igreja Católica, como dois conclaves. O primeiro, em 2005, que elegeu o Papa Bento XVI. O segundo, a eleição do Papa Francisco. Entre 2003 e 2007 presidiu a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Em 2022, Dom Geraldo, cujo lema episcopal é “Caridade com fé”, completou 65 anos de ordenação sacerdotal. A data foi celebrada no Santuário Nossa Senhora Aparecida, em Londrina e teve participação de padres, cardeais e arcebispos de várias regiões, além de centenas de fieis.

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