Nebulosa do Anel: alvo ideal para desvendar mistérios das nebulosas planetárias

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Telescópio espacial James Webb captura novas imagens da Nebulosa do Anel

O Telescópio James Webb, da Agência Aeroespacial dos Estados Unidos (Nasa), capturou imagens inéditas da Nebulosa do Anel, uma nebulosa planetária. As novas  imagens em infravermelho da Nebulosa do Anel exibe estruturas intrincadas dos estágios finais de uma estrela prestes a morrer.

O pesquisador Roger Wesson, da Universidade de Cardiff, diz que a nebulosa está a aproximadamente 2,2 mil anos-luz de distância da Terra, sendo brilhante e visível com binóculos em uma noite clara de verão do hemisfério norte e grande parte do sul.

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Nebulosa do Anel: alvo ideal para o Telescópio James Webb, desvendar mistérios e registrar imagens inéditas

Segundo o especialista o anel brilhante que dá o nome à Nebulosa é composto por cerca de 20 mil aglomerados individuais de gás hidrogênio molecular denso, cada um deles com a massa da Terra.

Conforme Roger Wesson esta fase do ciclo de vida de uma estrela semelhante ao Sol e as observações do telescópio fornecem aos cientistas informações valiosas sobre a formação e evolução destes objetos, sugerindo um papel fundamental para os companheiros binários.

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Nebulosa do Anel: alvo ideal para desvendar mistérios das nebulosas planetárias

“Antigamente, pensava-se que as nebulosas planetárias eram objetos simples e redondos com uma única estrela moribunda no centro. Elas foram nomeadas por sua aparência difusa e semelhante a um planeta por meio de pequenos telescópios. Apenas há alguns milhares de anos, essa estrela ainda era uma gigante vermelha que estava perdendo a maior parte de sua massa. Como último adeus, o núcleo quente agora ioniza ou aquece esse gás expelido e a nebulosa responde com emissão colorida de luz”, explica Wesson, que faz parte de um grupo internacional de especialistas em nebulosas planetárias e objetos relacionados.

A casca principal da nebulosa contém um anel fino de emissão aumentada de moléculas à base de carbono conhecidas como hidrocarbonetos aromáticos policíclicos. “Fora do anel brilhante, vemos curiosos ‘espinhos’ apontando diretamente para longe da estrela central, que são proeminentes no infravermelho, mas eram apenas levemente visíveis nas imagens do telescópio espacial Hubble. Achamos que isso pode ser devido a moléculas que podem se formar nas sombras das partes mais densas do anel, onde são protegidas da intensa radiação direta da estrela central quente”, diz Roger Wesson. 

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Nebulosa do Anel: alvo ideal para desvendar mistérios das nebulosas planetárias

Conforme Wesson, observações modernas, porém, mostram que a maioria das nebulosas planetárias exibe uma complexidade de tirar o fôlego. “Isso levanta a questão: como uma estrela esférica formou uma nebulosa tão estruturada e complicada como a Nebulosa do Anel? Uma pequena ajuda de um companheiro binário pode muito bem ser parte da resposta”, conclui ele.

Fotos:  Divulgação/Nasa