José Gregori, referência na luta pela democracia e na defesa dos direitos humanos, morre aos 92 anos

É com pesar que registro o falecimento do jurista José Gregori, ex-ministro da Justiça do governo FHC e ex-secretário nacional de Direitos Humanos. O jurista tinha 92 anos e estava internado no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, em decorrência de uma pneumonia.
José Gregori deixa três filhas, quatro netos e dois bisnetos. Será velado nesta segunda-feira, das 8hs às 14hs, no Funeral Home na rua São Carlos do Pinhal. O sepultamento será no Cemitério da Consolação.
“Morreu lutando por um Brasil mais justo e solidário, sempre em busca do respeito aos direitos humanos”, disse Maria Stella, uma das filhas.
O ilustre advogado foi um dos signatários da “Carta aos brasileiros”, divulgada em 1977, em meio à Ditadura Militar, em defesa dos direitos humanos, Justiça e cidadania. Defendeu a democracia em novo manifesto durante a eleição de 2022.
Um digno brasileiro que sempre teve lado na defesa da democracia brasileira. Lutou bravamente para garantir uma vida mais digna para as pessoas. Seu legado jamais será esquecido. Nossos sentimentos às filhas Maria Stella, Bibia e Ticha, amigos e admiradores do respeitado jurista.
Zé Gregori, como era conhecido, foi referência na luta pela democracia, pela legalidade e na defesa dos direitos humanos no Brasil. Ele foi um dos fundadores, em 2019, da Comissão Arns, rede de juristas, intelectuais e ativistas em defesa dos direitos humanos. A fundação havia sido criada para atuar em defesa dos direitos humanos, sem inclinação partidária.
O presidente Lula prestou condolências à família e disse que “José Gregori sempre foi um grande defensor dos direitos humanos e do Estado Democrático de Direito no Brasil, principalmente nos momentos mais desafiadores para nossa democracia”.
A Fundação FHC, em suas redes sociais, lamentou o falecimento de José Gregori. Ministro da Justiça, Secretário de Direitos Humanos e amigo do presidente FHC. “Ele foi um democrata e um defensor dos direitos humanos em mais de 60 anos de vida pública. Estendemos os nossos sentimentos de pesar às suas filhas, Maria Stella, Bibia e Ticha, netos e netas”.
Ministro dos Direitos Humanos do governo Lula, Silvio Almeida afirmou que o legado de Gregori “jamais será esquecido.” “Soube agora do falecimento de José Gregori, ex-Ministro da Justiça e ex-Secretário Nacional de DH. Sua vida foi marcada por um firme compromisso com os direitos humanos e com a consolidação da democracia. Muito obrigado, José Gregori.”
O PSDB lamenta profundamente a morte de José Gregori, que foi Secretário Nacional dos Direitos Humanos e Ministro da Justiça no Governo Fernando Henrique Cardoso. A democracia brasileira e o sistema judiciário devem muito à sua luta.

José Gregori era filho de Henrique Gregori Júnior e Esther Paraventi Gregori, e se formou pela Faculdade de Direito da USP em 1950. Sua carreira política começou em 1962, quando foi secretário particular do Ministério da Fazenda até 1963. Vinte anos depois, virou deputado estadual de São Paulo pelo antigo PMDB, em um mandato que foi de 1983 a 1986.
Gregori começou a ganhar destaque na política quando foi secretário de Estado no governo Franco Montoro, em São Paulo, nos anos de 1985 e 1986.
Dois anos depois, ele voltou à política federal, sendo chefe de gabinete no Ministério da Reforma Agrária e também passando pelo mesmo cargo nos ministérios da Previdência Social, Economia, Fazenda e Planejamento, durante os anos de 1988 a 1992.
Seus cargos de maior destaque foram como Secretário Nacional de Direitos Humanos, de fevereiro de 1997 a abril de 2000, e como ministro da Justiça no governo de Fernando Henrique Cardoso, de 2000 a 2001.
Em 2011, José Gregori foi empossado na Academia Paulista de Letras, a APL, na cadeira de número 15.
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