Eclipse com “anel de fogo” poderá ser visto no Brasil pela primeira vez desde 1994
Os brasileiros terão a oportunidade de acompanhar no sábado, 14 de outubro, mais um Eclipse solar anular. O fenômeno será visto em todo o Brasil, mas de forma diferente. Esse evento acontece de dois em dois anos no planeta Terra, mas não é possível vê-lo em todos os lugares do mundo.
Esse fenômeno astronômico acontece quando a Lua passa entre a Terra e o Sol, cobrindo a maior parte do disco solar e deixando visível apenas um “anel de fogo” brilhante ao redor da borda
O eclipse solar anular ocorre neste 14 de outubro nas Américas do Norte, Central e do Sul. A última vez que deu para ver um eclipse solar anular no Brasil foi em 1994. Segundo a Nasa um eclipse anular não ocorrerá novamente nesta parte do mundo até 2046.
“É diferente de todas as experiências que você já teve antes”, disse Mitzi Adams, chefe assistente da Seção de Heliofísica e Ciência Planetária do Marshall Space Flight Center da Nasa. “É como se alguém colocasse uma tigela no topo da Terra, logo acima de onde você está. No meio do dia fica mais escuro, mas ainda dá para ver luz ao redor da borda”.
A que horas ocorre o eclipse solar anular?
O eclipse solar anular começará nos Estados Unidos às 9h13, pelo horário local, e passará de Oregon até a Costa do Golfo no Texas, aparecendo em Nevada, Utah e Novo México também. O evento será visível ainda em partes da Califórnia, Idaho, Colorado e Arizona e terminará nos EUA às 12h03, pelo horário local.
Se o tempo permitir, um eclipse solar parcial em forma de crescente, onde apenas parte do sol é coberta pela lua, será visível em todos os 49 estados continentais dos EUA, incluindo o Alasca, de acordo com a Nasa.
Depois de deixar os EUA, o eclipse cruzará o México, Belize, Honduras, Panamá e Colômbia e na costa atlântica da América do Sul.
Veja a trajetória do eclipse feita pela Time and Date, organização internacional que fornece serviços relacionados ao tempo, clima, fenômenos astronômicos e fusos horários, parceira do Observatório Nacional.
Segundo o Observatório Nacional, unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o eclipse do próximo dia 14 deve chegar ao Brasil por volta das 15h e seguirá até o pôr do sol, por volta das 18h (de Brasília).
A faixa de anularidade vai passar por Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Tocantins, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Só duas capitais poderão ver a anularidade: Natal (Rio Grande do Norte) e João Pessoa (Paraíba)
O “anel de fogo”, uma espécie de contorno de luz com o Sol praticamente todo coberto pela Lua, será observada com maior clareza.
No restante do Brasil e do Alasca à Argentina, será possível ver um eclipse parcial do Sol. “Nas outras regiões será possível ver o eclipse parcial, onde de fato a lua obstrui entre 40% e 60% da luz do Sol, mas sem o círculo”, diz Raphael Gomes, mestrando em astronomia pela UFSM.
Após o de 14 de outubro, o próximo eclipse deste tipo acontecerá somente em 2 de outubro de 2024, de acordo com o Observatório Nacional.
Por que não pode olhar diretamente?
Especialistas dizem que nunca é seguro olhar diretamente para o sol sem usar proteção especializada, e não há fase de um eclipse anular ou parcial que seja segura para ver a olho nu porque a luz do sol nunca é completamente bloqueada. Isso pode danificar a retina.
Tipos de eclipse solar
Eclipse Solar Total: esse tipo de eclipse acontecerá quando o tamanho aparente da Lua for maior que o Sol. Nesse caso, o alinhamento entre o Sol, a Lua e a Terra produz uma região sem luz solar na superfície terrestre.
Eclipse Solar Anular: esse tipo de eclipse ocorre quando a Lua está mais distante da Terra e seu tamanho aparente é menor que o tamanho aparente do Sol, ou seja, a Lua não cobre totalmente o Sol. No auge do eclipse, observa-se um anel luminoso em volta da Lua, que nada mais é do que o próprio Sol.
Eclipse Solar Parcial: ocorre quando o alinhamento entre o Sol e a Lua não atinge a superfície terrestre; o céu pode escurecer levemente, dependendo de quanto o disco solar.
Fotos: Jongsun Lee e Reprodução/ Time and Date/ Observatório Nacional
